quarta-feira, abril 08, 2009
Porto
terça-feira, abril 07, 2009
Bilboquet
O Bilboquet permanece na rua Saint-Benoît, em Saint-Germain-des-Prés. Fundado em 1947 por Boris Vian (é verdade!), diz o Google que por ela passaram nomes como Duke Ellington, Charlie Parker, Sidney Bechet e Miles Davis.
Os Sheiks desapareceram, embora reapareçam em "remakes" pontuais. Para os saudosos, aqui fica o seu "Missing You", no que não tenho a certeza seja a versão original.
* Data corrigida por Luis Pinheiro de Almeida
Palmas
Será que bater palmas à chegada é uma forma de exorcizar o medo sentido na viagem?
segunda-feira, abril 06, 2009
Tu
Hoje, quando um colega me propôs, no fim de um almoço, que nos passássemos a tratar por "tu", não pude deixar de lembrar-me numa historieta célebre de François Mitterrand.
Um conhecido seu estava inseguro sobre se tratava ou não por "tu" o presidente francês e, por isso, ousou perguntar-lhe: "François, est-ce qu'on se tutoie?". Distante como era, Mitterrand respondeu-lhe: "Si vous voulez..."
domingo, abril 05, 2009
Universidade
O impulso para a criação daquilo que viria a ser a UTAD foi dado por muitos quadros universitários chegados de África, no rescaldo da descolonização. Foi um trabalho paciente e longo, de gestação de uma massa crítica de prestígio académico, hoje plenamente reconhecido nos vários sectores especializados, portugueses e estrangeiros.
A cidade mudou muito com a UTAD, numa dinamização da sua vida que afectou positivamente a economia, contribuiu para a fixação de pessoas e para a criação de muitos postos de trabalho. Como observador exterior, fico com a sensação - porventura errada - de que essa "mistura" da universidade com a cidade ficou sempre, contudo, aquém do que seria desejável, em especial na indução de uma cultura de modernidade que só muito lentamente Vila Real tem vindo a ganhar. Concedo que essa possa ser uma visão distorcida e de pendor voluntarista, de quem gostaria de ver a sua terra dotada de uma outra expressão à escala nacional.
Ontem à tarde, acedendo a um convite que muito me orgulha, tomei posse como membro do Conselho Geral da UTAD. Espero que essas funções me qualifiquem a poder ser mais activo na defesa dos interesses comuns à universidade e a Vila Real.
sábado, abril 04, 2009
Nanterre
Ontem, inaugurei no Espace Chevreul, em Nanterre, a Feira de Produtos Portugueses, promovida pela ARCOP (Associação Recreativa e Cultural dos Originários de Portugal), uma magnífica iniciativa organizada em 30 stands, com a presença orgulhosa de vários autarcas das nossas regiões, especialmente do Minho e de Trás-os-Montes, mas também da Beira e do Alentejo. Jaime Alves está no centro desta realização, com o seu filho Marco, autarca de Nanterre, a demonstrar a força da nossa integração em França.
Da Nanterre vermelha, de há mais de 40 anos, resta a cor política do nosso simpático anfitrião, o Maire de Nanterre, Patrick Jarry, eleito pelo Parti Communiste Français. Ele tinha então apenas 14 anos...
Márcio Moreira Alves (1936-2009)
O regime militar não lhe perdoou e o seu caso acabou por ser a gota de água que justificou a introdução do Acto Institucional nº 5, que marcou o início de um surto repressivo sem precedentes no país.
Moreira Alves era jornalista de profissão e fez política pelo Movimento Democrático Brasileiro. Esteve exilado em vários países, entre os quais a França, onde se doutorou em Ciências Políticas. aqui em Paris.
Mais tarde, residiu em Portugal, onde o conheci, quando dava aulas no Instituto Superior de Economia de Lisboa. Vim a procurá-lo e a encontrá-lo, já com a saúde muito abalada, no Brasil.
sexta-feira, abril 03, 2009
"Muda de Vida"
Uma frase
Helena Sacadura Cabral (num comentário neste blogue)
A excepção e a regra
Em 1966, o presidente De Gaulle cansou-se do que entendia ser uma insuportável tutela americana sobre a segurança e defesa europeias. A saída da estrutura militar integrada da NATO foi o modo como a França entendeu poder garantir caminho livre para a criação da sua “force de frappe” nuclear e, de certo modo, iniciar o que viria a ser a sua política de “excepção” no quadro ocidental.
A França, contudo, não saiu da Aliança Atlântica, não se dessolidarizou nunca dos seus objectivos, mas conseguiu criar, numa gestão de colaboração cujo casuísmo identificou a sua diferença, uma independência reforçada, a qual, em especial durante a Guerra Fria, não deixou de ter consequências interessantes no seu posicionamento à escala mundial.
Entretanto, o muro de Berlim caiu, a Alemanha reergueu-se, o terrorismo passou a global, a Europa alargou-se até às portas de Moscovo e os EUA, depois de mais um ciclo de unilateralismo, redefinem o modo de proteger os seus interesses no mundo. É neste contexto que a NATO discute o seu novo conceito estratégico, ao qual não será indiferente a jurisprudência de segurança resultante da sua acção “out of area”, na qual a França amplamente participa.
Para a França, ficar fora da NATO já só significava manter um símbolo datado, face ao interesse maior de preencher em pleno um lugar de decisão. Para a NATO, a França representa a possibilidade de ter no seu seio uma voz aculturada a um registo de alguma singularidade estratégica. Na perspectiva de Portugal, o pleno regresso da França à NATO pacifica a dimensão transatlântica, que é nosso interesse reactualizar construtivamente, coloca o peso francês no comando em território português e, de certo modo, reequilibra uma relação de forças intra-europeia que deve servir de base à densificação de uma dimensão de segurança e defesa à escala da UE, na qual estamos interessados.
Por isso, o fim da “excepção” francesa na NATO, com a retoma da regra da sua participação plena, é, para Portugal, uma excelente notícia.
(Artigo de Francisco Seixas da Costa publicado na edição de hoje do "Diário Económico)
quinta-feira, abril 02, 2009
João Moniz
Saiba mais sobre este "pintor do branco ou do quase branco" aqui.
Em Setembro, a meu convite, vai expor na Embaixada.
Paris Match
Vale a pena lembrar esta sua capa, de 1961, com a reportagem sobre o assalto feito ao paquete Santa Maria pelo grupo do capitão Henrique Galvão.
Há dias, Geneviève Chauvel, escritora e jornalista do Paris Match, contava-me como, em inícios dos anos 70 do século passado, acompanhou Spínola pelas matas da Guiné, como antes havia visitado o Norte de Angola com as tropas portuguesas. E de como conheceu Otelo Saraiva de Carvalho, depois da Revolução de Abril.
O Paris Match, publicação de grande expansão, que sempre teve a fotografia como imagem de marca, esteve presente na cobertura de muitos dos grandes acontecimentos de Portugal contemporâneo.
Tell Barroso
O site tem versões em inglês, francês, alemão, espanhol e polaco.
quarta-feira, abril 01, 2009
Nós e o G20
Este fórum de concertação, ao qual estão presentes bem mais do que 20 participantes, existe já há uma década, mas pode dizer-se que é talvez a primeira vez em que a sua convocação vem acompanhada por uma atenção global como a que actualmente lhe é dirigida. A crise, e a incapacidade de algumas grandes economias de conseguirem meios de combate à mesma sem a ajuda de outros parceiros fora dos G8, levou estes a aceitarem utilizar este mecanismo para uma cooptação de sócios de oportunidade, numa lógica que originariamente estava principalmente focalizada nas negociações do comércio internacional, mas que, no momento, se pretende alargar a outras dimensões económico-financeiras à escala global.
Na realidade, o G20 é hoje um grupo relativamente inorgânico que reune os antigos G8, acompanhados pelos grandes países emergentes e algumas economias mais desenvolvidas do chamado "Norte". A sua última convocatória a este nível teve lugar em Novembro de 2008 e, entre outras tomadas de posição, saldou-se por um compromisso solene de todos os seus membros de cumprirem uma moratória em matéria de medidas de natureza proteccionista. O resultado está à vista: 18 desses países não cumpriram essa promessa, de acordo com o Banco Mundial. Esperemos melhor sucesso desta vez.
Para um país como Portugal, a racionalidade subjacente ao G20 só é aceitável numa dimensão conjuntural ou de produção de efeitos que se projectem, em primeiro lugar sobre o próprio grupo, podendo, se assim suceder, servir de útil "benchmark" num quadro mais global. Não tendo nós problemas de maior em aceitar grande parte das ideias para as quais se pretende obter um novo compromisso, também nos não revemos, naturalmente, na possibilidade de este grupo poder vir a firmar-se como uma espécie de novo "directório" político-económico do mundo.
Sem pôr em causa a legitimidade de reuniões desta natureza, em especial se delas puderem resultar acordos firmes em matéria de "governança" entre os seus pares, entre os quais se encontram alguns dos fautores maiores da onda de desregulação que afecta a economia global, o primeiro-ministro português teve já ocasião de adiantar a nossa visão sobre a necessidade de alargar a sua representatividade futura, em especial nelas fazendo projectar estruturas de natureza regional. Caso tal não suceda, importará lembrar que existem instituições de natureza multilateral onde estas questões podem e devem ser discutidas e acordadas, estruturas essas dotadas de regras de decisão próprias e mecanismos de representação e controlo aprovados e ratificados por todos os Estados. Coisa que o G20 estará sempre longe de ter.
terça-feira, março 31, 2009
Será verdade?
Às vezes, há notícias que são verdadeiramente inesperadas, pela positiva.
Quem havia de dizer que a APD (Ajuda Pública ao Desenvolvimento) de 22 membros da OCDE iria ter, em 2008, um crescimento de 10,2 %?
E que tal notarmos que, no caso português, esse esforço de apoio aos países em desenvolvimento aumentou 21,1 %?
Ou será isto uma mentira do 1º de Abril ?
Obama
Nesta sua visita à Europa, Barack Obama sabe que não terá uma segunda oportunidade para criar uma primeira impressão.
Eiffel
Vale a pena lembrar que o responsável técnico, o engenheiro francês Gustave Eiffel, trabalhou em Portugal onde foi responsável por uma quantidade muito significativa de obras na modernização da nossa rede ferroviária (ver o site oficial), com especial destaque para a ponte Maria Pia, no Porto, e a ponte de Viana do Castelo.
Um mito que importa desfazer é a tradicional ligação do nome de Eiffel ao elevador de Santa Justa, em Lisboa, que não é da sua autoria.
Dancemos no Mundo
Se não gostarem, o que duvido, passem à frente.
segunda-feira, março 30, 2009
Portugal na cidade universitária
Herald Tribune
O jornal foi, no seu início, um órgão de informação destinado à comunidade americana residente ou expatriada na Europa. Chamava-se então "New York Herald Tribune" e os cinéfilos recordam-se bem de ver Jean Seberg a anunciá-lo em Paris, Champs-Elysées abaixo, ao encontro de Jean-Paul Belmondo.
A grande vantagem do IHT era o facto de, durante muitos anos, nos trazer o melhor, não apenas do New York Times, mas igualmente dos excelentes The Washington Post e do Los Angeles Times. Era um retrato de uma certa América, com magníficos textos de opinião, que nos ajudavam a ultrapassar a visão mais eurocentrada do Le Monde ou do Financial Times. Um dia, o jornal perdeu para a publicidade a sua última página, onde até então apareciam as deliciosas crónicas do Art Buchwald e em cujo rodapé emergiam pequenos anúncios, desde o eufemismo das primeiras "escort girls" às casas de campo por essa Europa fora. Por décadas, desde 1924, o Herald Tribune incluiu nesse espaço a publicidade a esse expoente americano da bebida que ainda é o Harry's Bar, aqui em Paris, onde o respectivo endereço - 5, rue Daunou - era apresentado em transcrição fonética, por forma a permitir ao consumidor yankee dizê-lo com facilidade ao taxistas parisienses: "Just tell the taxi driver: sank roo doe noo".
Com esta sua mudança, consagra-se o fim de uma época do IHT. Por mim, confesso, tenho alguma pena. Mas não deixarei de lê-lo todos os dias, como faço há muitos anos.
Ponto
A ver se nos entendemos. O presidente da AR, pelo regimento, não pode impedir um deputado de dizer dislates. Mas, pela ética e pela decência...