sexta-feira, junho 17, 2022

Lá no fundo, eles são assim!

Vargas Llosa, entre Bolsonaro e Lula, diz que prefere Bolsonaro. Alguém se recorda que, no fim da vida, Soljenítsin (esse mesmo, o do Gulag), depois de ter adorado Franco e Pinochet, acabou num fã devoto de Putin? Quantos esquerdistas não andam por aí a suspirar por Trump…

8 comentários:

João Cabral disse...

Pensando um pouco nisso, talvez Llosa prefira alguma autenticidade a um mar de hipocrisia. Que lhe parece, senhor embaixador?

Jaime Santos disse...

João Cabral, não há dúvida de que Bolsonaro é autêntico quando diz, por exemplo, que a cavalaria brasileira não fez um trabalho tão bom no extermíio dos índios brasileiros como a dos EUA fez no massacre dos índios daquele País. He says what he means and means what he says.

Agora, perante esta autenticidade, venha toda a hipocrisia do mundo, digo eu, que não gosto nada da duplicidade que grassa numa certa Esquerda que pensa, por exemplo, que uma política só é imperialista se forem os EUA a aplicá-la, se for a Rússia é anti-fascismo.

Pelo menos os hipócritas têm vergonha e a vergonha sempre constrange a ação (e as palavras) em alguma medida.

Espantar-me-ia se Llosa preferisse tal autenticidade, acho muito simplesmente que detesta de tal maneira Lula que prefere qualquer alternativa (ou seja, deixa-se dominar pela emoção).

E o meu caro, já que levanta a questão, o que pensa então? Também prefere tal autenticidade?

Anónimo disse...


"E o meu caro, já que levanta a questão, o que pensa então? Também prefere tal autenticidade?"

A típica esperteza saloia, se não me responderes nada é porque não te queres comprometer com o que me ías dizer e portanto estás a dar-me razão de uma maneira ou de outra.

Confirma-se o "estilo", a este senhor não passa pela cabeça que os outros se estão borrifando para guerras da internet que nunca ninguém ganha.

Anónimo disse...

Mas sempre houve um "fundo rançoso" no pensamento de Vargas Llosa....
MB

João Cabral disse...

Conclusão: o povo brasileiro deve ser burro só porque elegeu Bolsonaro...

Jaime Santos disse...

Não, João Cabral, ou quem lá for, eu não quero guerra com ninguém, o que eu gosto mesmo é de denunciar a hipocrisia e a 'esperteza saloia' de quem atira a pedra e esconde a mão, incapaz que é de assumir ao menos a sua própria posição.

Prefiro um bolsonarista honesto a alguém sem coragem.

E depois, confesso que gosto de chatear :-), o que sei que consegui, ou não teria obtido resposta, mesmo não assinada...

João Cabral disse...

Para que fique claro, o anónimo das 22:32 não sou eu, caso contrário teria o meu nome.

Jaime Santos disse...

João Cabral, peço desculpa, mas só no caso de não ter sido mesmo você.

Peço desculpa por o ter confundido com outrem, evidentemente, quanto ao resto não retiro uma linha, prefiro mesmo a coragem de quem assume ao que vem e o que defende...

Quanto à conclusão que retira sobre a suposta burrice do povo brasileiro, onde é que eu ou alguém aqui escreveu isso? O problema da maioria que elegeu Bolsonaro não é um de burrice, e sim de crueldade, porque as suas posições trogloditas (de facto, um insulto aos membros dessas espécies, espero que eles me perdoem, já que são seres pacíficos) eram conhecidas de gingeira antes da eleição, o homem é e sempre foi um fascista que faz Trump parecer um exemplo de boa educação.

Nenhuma maioria eleitoral cauciona a justeza de uma posição política, qualquer que ela seja (incluindo naturalmente as de Esquerda, aliás as maiorias em democracia são conjunturais e eu espero que o Brasil se mantenha uma democracia). Supor o contrário é uma manifesta falácia.

Aliás, se assim fosse, Putin teria razão em invadir a Ucrânia porque os russos o apoiam e a grande maioria da população mundial também ou então está-se simplesmente borrifando para isso.

A determinação da justeza de uma posição não é um concurso de popularidade, apela isso sim para o nosso sentido de decência. Há quem o tenha e nele se mantenha, à Direita e à Esquerda, há quem se esqueça que o tem (e que espero seja o caso de Llosa) e há também quem nunca o tenha tido, de novo dos dois lados do espectro político...

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