quinta-feira, junho 16, 2022

Eixinho

Em Brasília, há uma via rodoviária a que toda a gente chama o Eixinho. Lembrei-me do nome, ao ver o grupo de chefes europeus que se prepara para ir à Ucrânia. Este “Eixinho” europeu (desculpem o trocadilho histórico irresistível), com um Scholz líder de uma coligação que claramente não domina, um Macron debilitado e “à bout de souffle”, entre sufrágios, somados a um Draghi que tem mais prestígio pessoal do que gás para apoiar a sua economia, com juros já a disparar, não constitui um ”diretório” europeu muito forte. E Zelensky, que atravessa um momento muito sério no seu tempo de guerra, e que deve estar com um estado de espírito longe de facilitar qualquer flexibilidade, sabe bem isso. E só ouvirá Biden. Não sei mesmo se a ida desta “troika” a Kiev, neste momento, é uma boa ideia.

7 comentários:

Luís Lavoura disse...

Scholz líder de uma coligação que claramente não domina

Parece-me uma descrição muito correta.

Em particular e em especial, os Verdes e os seus ministros claramente não estão sob a batuta de Scholz. Eles fazem o que querem e Scholz que apanhe os cacos.

Luís Lavoura disse...

Excelente, cruel descrição.

Luís Lavoura disse...

Zelensky [...] só ouvirá Biden.

De facto. Em minha opinião, Zelensky tem pouco ou nenhum poder na Ucrânia. Ele é somente um pau mandado, um artista televisivo que executa o seu papel. Quem manda na Ucrânia são outros ucranianos, e em última análise são os EUA. Zelensky é apenas um "palhaço" que faz performances para a televisão e outros media. Por ele, estou convencido, a guerra pararia já amanhã. Mas os EUA, e os seus "proxies" ucranianos, querem que a guerra continue. A guerra acabará no dia em que os EUA quiserem que acabe - tal e qual como a ocupação indonésia de Timor-Leste terminou quando os EUA informaram os chefes indonésios de que o seu jogo tinha acabado.

Anónimo disse...

Fernando Neves
Não esqueças que estava lá o romeno que era o mais alto, o quentão terá deixado de elevar a influência do encontro


Nuno Figueiredo disse...

não é.

Anónimo disse...


O espírito "follow the flag" não vai funcionar agora, os americanos (o povo) têem demasiados problemas do dia-a-dia agora e querem saber é desses, isso parece-me evidente.

Visito diáriamente e há anos o "realclearpolitics" e o "fivethirtyeight" que, com todos os seus defeitos e limitações, dão uma ideia muito boa do que por lá vai pois por cada artigo "democrata" põem um artigo "republicano" e são raríssimos os que abordam a questão ucraniana.

Ninguém está nessa, os próprios jornais "de referência" dos EUA já começaram a fazer a agulha há 2 semanas, não se percebe bem para onde mas que a linha já não é a mesma é claro.

E vêem aí as "midterms", a actual maioria no Congresso não é grande coisa, a popularidade de Biden está como está e todos sabemos que quase todos os presidentes americanos perderam as "midterms" desde sempre.

Biden vai "saltar fora" disto assim que puder e esta "troika" bem podia estar quieta, vão ser ditas muitas coisas e de algumas delas toda a gente se vai arrepender quando a UE ficar sózinha, apenas acompanhada por umas frases bonitas e uns mais modestos cheques de além Atlântico.

jose duarte disse...

A Europa, isto é, os que querem tentar contrapor(aos EUA) algum poder de influencia nas negociações de "paz",foram em romaria fazer um triste papel:Macron está a ver se ganha as eleições com alguma vantagem, Draghi tem uma ideia "plano paz" e a Alemanha paga. No fim os EUA fazem os "verdadeiros negócios".
Confesso que não percebo, verdadeiramente o que esta troika foi fazer a KIEV???

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