domingo, junho 19, 2022

França

1. Há derrotas que têm uma dimensão única: ver o presidente da Assembleia Nacional e o seu líder parlamentar perderem os lugares de deputado é um bom testemunho da crise que o partido de Emmanuel Macron está a atravessar.

2. A direita clássica francesa, fundadora e usufrutuária maior da V República, passou a quarto partido de França. Olhem-se as caras que a representam: são tudo figuras do “sarkozismo”, que deixou o poder - Eliseu e Assembleia - há uma década. Mas que ainda mantém maioria no Senado.

3. A coligação eleitoral NUPES não terá um grupo parlamentar conjunto na futura Assembleia Nacional francesa. O France Insoumise, os ecologistas e os socialistas terão grupos próprios. Consequência: o Rassemblement National, de Le Pen, passa a ser o principal partido da oposição.

4. Macron fez carreira com a tese de ser “ni droite, ni gauche”. Hoje, o lema mantém-se: não consegue fazer alianças… nem à direita, nem à esquerda!

5 comentários:

Luís Lavoura disse...

ver o presidente da Assembleia Nacional e o seu líder parlamentar perderem os lugares de deputado

São coisas que acontecem em sistemas com círculos uninominais.

Luís Lavoura disse...

A coligação eleitoral NUPES não terá um grupo parlamentar conjunto na futura Assembleia Nacional francesa.

É como em Portugal. Concorre-se em coligação mas depois tem-se diferentes vozes na Assembleia. É uma falsificação grosseira do sistema eleitoral. A CDU sempre fez isso: concorria com uma lista, mas depois tinha dois grupos parlamentares. Em minha opinião, é uma desonestidade.

Joaquim de Freitas disse...


E nao esquecer que o lider parlamentar, Castaner, foi ministro do interior... E regozijou-me que o borrego dos "coletes amarelos", tenha ido para a "poubelle"...

Jaime Santos disse...

Será provavelmente Droite, ou talvez a cooptação dos socialistas desalinhados com a NUPES também.

Eu não tenho grande pena de Macron. Como dizia o saudoso Lucas Pires, referindo-se então ao PSD, ser-se meias tintas é meio caminho andado para se ser troca-tintas...

E se os nórdicos conseguem governar-se com representações díspares no Parlamento, porque não a França? Até nós experimentamos com isso, até ao dia em que a Esquerda foi suficientemente estúpida para chumbar o OE...

Nuno Figueiredo disse...

un bordel 2.

Vou ler isto outra vez...