quarta-feira, junho 29, 2022

Da paz


Acabei de ler, há minutos, um livro bem recente, muito interessante e informativo: “À Conquista da Paz - do Iluminismo à União Europeia”, da historiadora britânica Stella Ghervas. 

Deixo-lhes o último parágrafo do texto.

3 comentários:

João Cabral disse...

Todos temos direito a umas linhas de lirismo.

Carlos Antunes disse...

Caro Embaixador
Com o devido respeito, ouso contrapor-lhe Maquiavel imortalizado pela sua obra-prima “O Príncipe” e cuja leitura faz hoje, a propósito da guerra e da paz na Ucrânia, mais sentido que nunca.
No pensamento de Maquiavel, “a guerra é compreendida como uma possibilidade permanente, percepção a partir da qual a paz, não se pode remeter à simples ausência de confrontos armados, mas tem de ser entendida como um momento de preparação, de prelúdio, para a guerra”. A paz, desse modo, é momentaneamente possível por ser consequência do amplo envolvimento do governo anterior nas coisas da guerra. Dessa situação, conclui Maquiavel, “que, depois de um príncipe excelente, um príncipe fraco pode manter-se”, mas “depois de um príncipe fraco, nenhum reino pode manter-se com outro príncipe fraco” “e são fracos os príncipes que não se ocupam da guerra”.
O caso da Rússia é paradigmático: depois de Gorbachev (“o príncipe excelente”) e de Yeltsin (“o príncipe fraco”), só lhe poderia suceder Putin, o príncipe (???) que só se ocupa da guerra (Chechénia, Abecásia, Ossétia do Sul, Síria, e agora a Ucrânia).
A paz na Ucrânia só será possível se o príncipe da guerra for derrotado (o que parece pouco provável) ou for removido do poder (o que parece ser ainda mais improvável).
Nunca o pensamento de Maquiavel foi mais actual !!!

Jaime Santos disse...

João Cabral, todos temos igualmente direito a umas linhas de cinismo, mas você faz dele profissão, homem!

Carlos Antunes, Gorbatchov não era um Príncipe excelente, era um Príncipe fraco, que sobretudo não cuidou da Economia da URSS (o sistema já se encontrava em profunda desagregação, mas ele não contribuiu certamente para inverter essa tendência). Nós gostamos dele porque era um homem de Paz , uma pessoa razoável e um humanista (tenho algumas dúvidas que fosse um democrata à ocidental, mas queria seguramente liberalizar o sistema político russo).

Putin é um puro produto do sistema de segurança russo, pensa como um chefe de clã. A sua ideologia nem sequer merece tal nome. É um nacionalista e um imperialista mas sem a sofisticação dos seus antecessores que exerceram a influência até 1914. Faz mais lembrar um certo cabo austríaco de má memória...

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