Há pouco, ouvi a informação de que havia quatro portugueses a procurar sair de Cabul. Graças à cidadania europeia, o nosso país tem a possibilidade de coordenar com os seus parceiros as medidas de proteção a esses cidadãos. Se, nas atuais circunstâncias, a operação para a sua retirada é muito difícil, podemos imaginar o que devem estar a passar as diplomacias de Estados que não tenham essa cobertura institucional.
A vida ensinou-me que há portugueses em toda a parte.
Costumo contar uma história de um concurso que, em 1980 ou 1981, lançámos na embaixada portuguesa em Oslo. Era uma sorteio de uma viagem a Portugal, com programa de visita, patrocinado pela TAP, à qual podiam concorrer cidadãos inscritos na nossa secção consular, enviando um postal (ainda há postais?).
Feito o sorteio, verificou-se que o nosso compatriota vencedor residia em Vadsø, uma pequena e distante localidade bem acima do Círculo Polar Ártico, não longe da fronteira com a então União Soviética.
Telefonei a informá-lo e a combinar a logística. Por curiosidade pessoal, perguntei-lhe como diabo fora parar àquele remotíssimo lugar, onde, até ao momento, não se sabia residirem portugueses.
"Não, não há cá mais nenhum português. Quer saber como vim? Olhe, eu estava a trabalhar numa fábrica no norte do Irão. Havia por lá um norueguês que me disse que aqui havia um trabalho bem pago, também numa fábrica. Ele fez o contacto e eu vim. Fácil, não é?"
É tão "fácil" esta fantástica aventura dos portugueses pelo mundo...
2 comentários:
Há de facto tugas por todo o lado, Há 45 anos curso tirado eu e mais 3 colegas andavamos a flanar algures perto de Islamabad, Paquistão ás tantas pareceu-nos que alguém nos seguia (ou perseguia) Quando abrandamos somos ultrapassados por um automóvel de matrícula paquistanesa e sai de lá um tuga a intimar-nos para irmos almoçar a casa dele pois a esposa há dois anos só falava a língua de Camões com o marido. e lá se fez esse agradável sacrifício. O nosso compatriota tinha um franchaising da MESSA (máquinas de escrever) algures em Sialkot Pakistão
Assim foi o português que primeiro chegou ao Tibete
natural de Oleiros: o padre António de Andrade.
E outros
"..Em 1515, Rafael Perestrelo chegou ao Rio da Pérola. Estes terão sido os primeiros contactos dos portugueses com a China..."
E eram portugueses os
narigudos aventureiros nanbam retratados nos biombos japoneses
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