Estas férias estão a correr tão bem - sem fazer rigorosamente nada, evitando a menor caminhada higiénica ou qualquer esforço físico que não seja usar o saca-rolhas, com praia apenas q.b. e sempre ao fim da tarde, sem compromissos a prazo de mais de meia dúzia de horas, com uma verdadeira navegação à vista, feita de humores súbitos, em matéria de jantares fora, saltitando de livro em livro sem vontade de acabar nenhum, dormindo sestas para compensar o facto de ir para a cama às quatro ou cinco da manhã, mandando bitaites para as redes sociais sem cuidar da reação das gentes - que ando cá a pensar como transformá-las numa forma permanente de existência. Faço um “crowdfunding” ou será que também há apoios comunitários para este estilo de vida? É que, de facto, para sustentar isto é preciso muita “resiliência”, o irritante vocábulo político da moda para quantos acham que o importante é sair da “zona de conforto”, atitude masoquista que eu nunca arrisco, até porque não me apetece apanhar muito sol. Assim, “carpe diem”, caros amigos, e, sempre que possam, adiem, porque procrastinar é dar asas à preguiça e esta tem de ser muito bem cuidada, porque é uma mais-valia que vale a pena, já a defendia o Lafargue, que aturava a filha e as manias do sogro barbudo, o tal que parece que tinha um amigo que lhe pagava as contas.
quarta-feira, agosto 11, 2021
Lazer
Estas férias estão a correr tão bem - sem fazer rigorosamente nada, evitando a menor caminhada higiénica ou qualquer esforço físico que não seja usar o saca-rolhas, com praia apenas q.b. e sempre ao fim da tarde, sem compromissos a prazo de mais de meia dúzia de horas, com uma verdadeira navegação à vista, feita de humores súbitos, em matéria de jantares fora, saltitando de livro em livro sem vontade de acabar nenhum, dormindo sestas para compensar o facto de ir para a cama às quatro ou cinco da manhã, mandando bitaites para as redes sociais sem cuidar da reação das gentes - que ando cá a pensar como transformá-las numa forma permanente de existência. Faço um “crowdfunding” ou será que também há apoios comunitários para este estilo de vida? É que, de facto, para sustentar isto é preciso muita “resiliência”, o irritante vocábulo político da moda para quantos acham que o importante é sair da “zona de conforto”, atitude masoquista que eu nunca arrisco, até porque não me apetece apanhar muito sol. Assim, “carpe diem”, caros amigos, e, sempre que possam, adiem, porque procrastinar é dar asas à preguiça e esta tem de ser muito bem cuidada, porque é uma mais-valia que vale a pena, já a defendia o Lafargue, que aturava a filha e as manias do sogro barbudo, o tal que parece que tinha um amigo que lhe pagava as contas.
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3 comentários:
Dolce fare niente! :)
Está mesmo a precisar duma consulta médica de Medicina do Descanço, pois parece-me que está a abusar e assim acaba por ficar em "burn-off".
O Francisco está em ALbufeira? Dá-me ideia que a fotografia é de lá.
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