quarta-feira, agosto 11, 2021

A verdade do dia

Olhar e julgar o passado sob o olhar cultural de hoje constitui uma imensa arrogância da presente geração, que se acha detentora da única verdade que merece ser respeitada, não se dando conta que, no futuro, aquilo que hoje tem como definitivo corre idêntico risco de ser posto em causa.

6 comentários:

APS disse...

É tudo uma questão de limitados horizontes e curteza de perspectivas mentais.
Há que ter caridade com estes pacóvios da cultura dominante.
Com o tempo, se não forem palermas de todo, hão-de crescer.

Jaime Santos disse...

De acordo, mas pela mesma ordem de ideias, não se deveria utilizar a História de modo parcelar, como compensação por um Presente que julgamos menos glorioso do que aquilo que pensamos que merecemos.

É que quando se celebra esse Passado, o que se está a fazer é igualmente a emitir um julgamento sobre ele, mas escolhendo apenas os acontecimentos que confirmam os nossos preconceitos acerca de nós próprios (já que consideramos, claro, que alguma coisa deveremos valer, já que descendemos de tais antepassados).

E se isso pode até não nos dizer nada sobre o dito Passado, diz-nos muito acerca do que somos...

E sobre o que pensarão os nossos descendentes sobre esta era, eu estou como o Keynes, no longo prazo estamos todos mortos...

Flor disse...

É verdade! Essa arrogância já se vai notando.:(

Portugalredecouvertes disse...

Claro que o passado deverá ser conhecido e divulgado!
mas quando certa gente parece que chega, ou até que já nasceu, logo com o mestrado de psicólogo ou de juiz, isso certamente que merece um "bradar aos céus"

José disse...

"Geração" essa que não deve ser tida como um todo porque, afinal, se resume unicamente à geração da equerda radical.

Porque não chamar os bois pelos nomes?

Porque fazer sempre de conta que o tribalismo corrente não é fruto da esquerda radical que o criou e alimenta?

Porque andar a falar em generalidades quando os culpados são evidentes?

Nenhuma "geração" de direita anda a reinterpretar o passado.
Nenhuma "geração" de esquerda moderada anda a reescrever a História.
E nem mesmo a esquerda estalinista - conservadora como é -, parece embarcar no processo.

caramelo disse...

Tudo bem. Não vamos é fazer de conta que não sabemos que a reinterpretação da história sempre se fez, à medida das conveniências dos estados, o que é bem pior, e mais do que nunca no século XX. A maior parte do pensamos sobre os descobrimentos, os heróis, a gesta, novos mundos ao mundo, etc, e todo o imaginário associado, é obra do Estado Novo, que se foi entranhando. A ver pelas reações, fizeram um ótimo trabalho, nas escolas e comunicação social, nas gerações mais velhas, que o vão passando para as gerações seguintes. É estranho que haja agora escândalo por cidadãos quererem também esse papel de discutir e reinterpretar a história, como se estivessem a agredir a pátria.

Os EUA, a ONU e Gaza

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