terça-feira, julho 13, 2021

Ainda Cuba


Alguns amigos de esquerda continuam a não entender que eu não aceite que a culpa de Cuba viver sob ditadura seja do bloqueio americano ao regime. O bloqueio é uma violência arbitrária e criminosa. Mas, para lhe fazer frente, só com um regime de partido único, sem liberdades?

14 comentários:

aguerreiro disse...

Claro os USA tem costas muito largas. maior que estas só a incompetência da claque dirigente que tem, governado Cuba, Que ao que se diz estão com as costas quentes e bolsos bem recheados. Sucialismo o Muerte! Viva Fidel que já esticou o pernil á anos.



Smiley Lion disse...

A mania que os do Ocidente têm de querer exportar sistemas políticos/económicos!!!!
Com toda a sua experiencia de Diplomata diga sff: Depois de todos os conflitos ateados ou regados a gasolina, promovidos pelo exportadores da "democracia", em qual dos países é que a DEMOCRACIA assentou arraiais??
Não seria melhor politica deixar que os povos decidissem por suas mãos os seus próprios destinos? Não seria melhor politica que os ocidentais exportadores da "democracia" cuidassem dos seus próprios povos e acabassem com a miséria, com a doença, com o desemprego, garantissem a segurança, a habitação e a educação dignas para se nomearem EXEMPLARES!.
Quem são os ocidentais exportadores da "democracia" para terem a presunção de criticar seja quem for. Será que já se fizeram contas a quantos mortos, estropiados e refugiados têm origem em intervenções (diretas, indiretas ou porque dá jeito politico) dos ocidentais exportadores da "democracia"??

Joaquim de Freitas disse...

Senhor Embaixador : Pena foi que o extracto do seu texto de 2014, não comportasse o segundo paragrafo, porque ele responde a todas as críticas que faz ao regime cubano:

Cito: “ Washington nunca aceitou o derrube da sinistra ditadura de Baptista, um títere que se mantinha na lógica da "doutrina Monroe" e que havia transformado a ilha num prostíbulo e num casino, dando um sólido argumento para a revolta titulada por Fidel de Castro. Os refugiados cubanos nos Estados Unidos condicionaram, a partir daí, a atitude americana, tornando a normalização das relações dependente de um "regime change" que nunca veio a verificar-se.”

O Senhor é muito claro, como de costume, particularmente no segundo parágrafo: “Os refugiados cubanos nos EUA…condicionaram a normalização…”

Pois eu vou fazer uma afirmação, Sr. Embaixador: Que os EUA deixem Cuba em liberdade, como aquela que concediam a Baptista, que cessem o embargo e o controlo das operações financeiras, para que os cubanos possam comprar tudo o que necessitam e os investimentos possam realizar-se.
Que cessem de bloquear as suas fronteiras aéreas e marítimas. Que deixem, numa palavra, Cuba em paz. E o comunismo desaparecerá, se é que ele existe em Cuba. Porque no Ocidente, cada vez que um povo cai na miséria, é porque é comunista. Excepto se é nos EUA.

A ultima vez que passei em Detroit, pátria da industria automóvel mundial, e que vi hortaliça plantada nos jardins da Opera de Detroit, e os grandes edifícios dos tempos áureos transformados em squatters, como fantasmas dum passado não longínquo, com milhares de desempregados, negros essencialmente, vadiando nas ruas sujas do que foi uma bela cidade, ninguém disse que foi a culpa do capitalismo selvagem que levou a cidade para a falência , ao levar os empregos para a China, como outras 17 cidades americanas.

Como quando o Sr. escreve sobre “Cuba é uma ditadura intolerante e repressiva”, no momento em que a polícia americana, em Minneapolis, põe um joelho em cima do pescoço dum homem negro, já dominado, no solo, até este morrer abafado….

A democracia é de longe melhor que a ditadura, qualquer que ela seja. Mas quando os fascistas aproveitam a democracia para derrubar governos democraticamente eleitos, como na Bolívia, só porque uma senadora facciosa expõe uma Bíblia de meio metro quadrado na rua, sabemos quem estava nos comandos nos bastidores… E o Senhor também.

Joaquim de Freitas disse...


Senhor Embaixador : Pena foi que o extracto do seu texto de 2014, não comportasse o segundo paragrafo, porque ele responde a todas as críticas que faz ao regime cubano:

Cito: “ Washington nunca aceitou o derrube da sinistra ditadura de Baptista, um títere que se mantinha na lógica da "doutrina Monroe" e que havia transformado a ilha num prostíbulo e num casino, dando um sólido argumento para a revolta titulada por Fidel de Castro. Os refugiados cubanos nos Estados Unidos condicionaram, a partir daí, a atitude americana, tornando a normalização das relações dependente de um "regime change" que nunca veio a verificar-se.”

O Senhor é muito claro, como de costume, particularmente no segundo parágrafo: “Os refugiados cubanos nos EUA…condicionaram a normalização…”

Pois eu vou fazer uma afirmação, Sr. Embaixador: Que os EUA deixem Cuba em liberdade, como aquela que concediam a Baptista, que cessem o embargo e o controlo das operações financeiras, para que os cubanos possam comprar tudo o que necessitam e os investimentos possam realizar-se.
Que cessem de bloquear as suas fronteiras aéreas e marítimas. Que deixem, numa palavra, Cuba em paz. E o comunismo desaparecerá, se é que ele existe em Cuba. Porque no Ocidente, cada vez que um povo cai na miséria, é porque é comunista. Excepto se é nos EUA.

A ultima vez que passei em Detroit, pátria da industria automóvel mundial, e que vi hortaliça plantada nos jardins da Opera de Detroit, e os grandes edifícios dos tempos áureos transformados em squatters, como fantasmas dum passado não longínquo, com milhares de desempregados, negros essencialmente, vadiando nas ruas sujas do que foi uma bela cidade, ninguém disse que foi a culpa do capitalismo selvagem que levou a cidade para a falência , ao levar os empregos para a China, como outras 17 cidades americanas.

Como quando o Sr. escreve sobre “Cuba é uma ditadura intolerante e repressiva”, no momento em que a polícia americana, em Minneapolis, põe um joelho em cima do pescoço dum homem negro, já dominado, no solo, até este morrer abafado….

A democracia é de longe melhor que a ditadura, qualquer que ela seja. Mas quando os fascistas aproveitam a democracia para derrubar governos democraticamente eleitos, como na Bolívia, só porque uma senadora facciosa expõe uma Bíblia de meio metro quadrado na rua, sabemos quem estava nos comandos nos bastidores… E o Senhor também.

Jaime Santos disse...

Os irmãos Castro dispunham e o atual Presidente dispõe de uma forma muito simples de acabar com o embargo. Basta que decretem a Liberdade de Expressão, a Liberdade de Associação e a Liberdade de Associação em Cuba. Depois que promovam eleições livres e justas (o que quer dizer que têm que ser multipartidárias) num prazo razoável (dentro de menos de um ano).

Sempre quero ver se o Congresso Americano terá coragem para manter as sanções nestas circunstâncias.

Claro que existe um risco de estas eleições serem ganhas pela Direita reacionária dos cubanos de Miami, mas mesmo nesse caso, será o povo cubano a decidir soberanamente tal resultado. Porque de momento não decide coisa nenhuma.

Não conheço nenhuma democracia de Partido Único, muito menos uma suposta Democracia Avançada.

A Esquerda subscreve integralmente o lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, ou não é Esquerda.

Não há Liberdade plena sem Igualdade, e não há Igualdade sem Liberdade (os regimes comunistas são dominados por uma elite corrupta e medíocre). E não há qualquer das duas sem Fraternidade que também só pode existir entre pessoas livres e iguais.

Aliás, o PCP e o BE, e bem, revêm-se no regime multipartidário saído do 25 de Abril. Qual é o problema em defender o mesmo para os cubanos, sem as desculpas de mau pagador do costume 'ai, não se pode por causa do embargo'?

P.S. Note-se que o BE critica também as ditaduras de Esquerda, mas os seus quadros, infelizmente, e com Francisco Louçã à cabeça, parecem incapaz de classificar Fidel Castro como aquilo que ele sempre foi desde que tomou o Poder em Cuba, um ditador...

Jaime Santos disse...

Desculpas de mau pagador, Sr. Joaquim de Freitas, desculpas de mau pagador. Ou de Estalinista da velha guarda, se quiser.

Seria mais honesto se viesse defender preto no branco a Ditadura cubana.

Se o PC cubano quiser, ela acaba amanhã. Basta decretar as liberdades cívicas e convocar eleições num prazo razoável.

Mas ou muito me engano ou o senhor e outros como o senhor continuarão a rabear para evitarem assumir a verdade dos factos e defenderem o que está certo.

Ao atuarem como atuam, perdem qualquer legitimidade para criticar o que quer que seja... O Sr. Embaixador têm-na, porque é capaz de perceber que o mundo não é a preto e branco. O Sr. não.

Vá morrer longe, sim?

José disse...

Jaime Santos, que nunca lhe doa a língua, homem!!!

Quanto ao J. Freitas, ele irá morrer longe, sim, mas num país livre, democrático, próspero, ocidental, com um regime multipartidário e um sistema económico capitalista que lhe permite ter a vida regalada de reformado de classe média alta na qual ele gasta o tempo a esturricar a paciência de quem tem dois dedos de testa.

sts disse...

O jaiminho fede.

José disse...

"O jaiminho fede."

Toda a classe de um totalitarista, defensor de ditaduras comunas.
Immaginem quando esta gente se apanha no poder...

Jaime Santos disse...

O José, isso também vale quando eu critico o reacionarismo de algumas das suas posições :) ?

É que eu gosto é de malhar na Direita como o Santos Silva. Mas quando tenho que aturar a hipocrisia de uma certa Esquerda que acha que as ditaduras até são boas se forem da cor certa, não me importo de lhe sovar um bocado...

E se isso quiser dizer que eles depois me acusam de ser mal-cheiroso (eu que até tomo duche todos os dias :) ), pois paciência.

Quanto ao Freitas, é exatamente como diz. Defende sistemas dos quais na prática fugiria a sete pés.

Aliás, os militantes do PCP, se tivessem que sofrer a repressão do regime cubano, seriam os primeiros a revoltar-se.

Honra lhes seja feita, muito embora não seja lá muito coerente. O projeto soberanista do PCP, torna-se, nos seus próprios termos, uma anedota, no momento em que esse Partido mantém o apoio ao PC cubano, chinês, norte-coreano, etc, etc.

De que soberania gozam esses povos sob jugo comunista? Nenhuma, claro. Viva Cuba Livre e abaixo a ditadura comunista que a oprime!

P.S. Rui Tavares citava hoje o líder cubano que dizia que estranha era essa sua ditadura que providencia saúde, educação, serviços sociais, vacinas, etc. Na verdade, como Tavares diz, não é nada estranho, todos os ditadores dizem exatamente a mesma coisa, há sempre milhentas razões para vivermos sem Liberdade no seu paraíso terrestre... Tretas!!!

Francisco Tavares disse...

Quando dizem a mim, que em Cuba não há democracia, desço da abstração das palavras à realidade. Quantas fotos ou notícias foram ou são vistos sobre cubanos na miséria, mendigos espalhados nas calçadas, crianças abandonadas nas ruas, famílias debaixo de viadutos? Algo semelhante à cracolândia, às milícias, às longas filas de enfermos aguardando anos para serem atendidos num hospital, como por exemplo no Brasil?

Advirto os amigos: se você é rico no Brasil e for viver em Cuba conhecerá o inferno. Ficará impossibilitado de trocar de carro todo ano, comprar roupas último grito, viajar com frequência para férias no exterior. E, sobretudo, não poderá explorar o trabalho alheio, manter os seus empregados na ignorância, “orgulhar-se” da Maria, sua cozinheira há 20 anos, e a quem você nega acesso à casa própria, à escolaridade e ao plano de saúde. Se você é classe média, prepare-se para conhecer o purgatório. Embora Cuba já não seja uma sociedade estatizada, a burocracia perdura, há que ter paciência nas filas dos mercados, muitos produtos disponíveis neste mês podem não ser encontrados no próximo devido às inconstâncias das importações. Se você, porém, é assalariado, pobre, sem-teto ou sem-terra, prepare-se para conhecer o paraíso. A Revolução assegurará seus três direitos humanos fundamentais: alimentação, saúde e educação, além de moradia e trabalho. Pode ser que você tenha muito apetite por não comer o que gosta, mas jamais terá fome. Sua família terá escolaridade e assistência de saúde, incluindo cirurgias complexas, totalmente gratuitas, como dever do Estado e direito do cidadão.
São palavras de quem conhece profundamente Cuba, o frade dominicano Carlos Libanio Christo, Frei Betto.
Francisco Tavares

Joaquim de Freitas disse...

Do Sr. Jaime Santos:

“Se o PC cubano quiser, ela (a ditadura)acaba amanhã. Basta decretar as liberdades cívicas e convocar eleições num prazo razoável.”

Cuba jà foi um dos paises mais democraticos do Caribe.

Leia a Historia de Cuba antes de vir para aqui dizer não importa quê, Sr. Jaime Santos.

Apesar das conspirações incessantes, da instabilidade política crónica e da hostilidade dos Estados Unidos, a Revolução de 1933 tinha convocado eleições em 22 de Abril de 1934, convocou uma Assembleia Constituinte para 20 de Maio de 1934, concedeu autonomia às universidades, baixou o preço das necessidades básicas, deu às mulheres o direito de voto, limitou o dia de trabalho a oito horas, criou um ministério do trabalho, reduziu as tarifas de electricidade e gás, pôs fim ao monopólio das empresas americanas, impôs uma moratória temporária à dívida e, acima de tudo, nacionalizou a Companhia Elétrica Cubana, uma subsidiária da American Bond and Foreign Power Company.

Com o apoio de Washington, Baptista derrubou o governo de Grau San Martín, e impôs a figura de Carlos Mendieta, mantendo o poder real. O sargento-virou-se-general tinha acabado de soar a morte da Revolução de 1933. Washington regozijou-se com a situação "A Revolução de 4 de Setembro de 1933 foi liquidada".

É assim que acabam os regimes democraticamente eleitos quando os EUA impõem os seus interesses aos povos. No Chile, na Bolívia aconteceu o mesmo. E na Venezuela acontecerá o mesmo.

Assim, durante o século XIX, os Estados Unidos tentaram 6 vezes comprar Cuba à Espanha.

Desde 1959, os Estados Unidos, determinados a derrotar Fidel Castro, iniciaram uma campanha de terrorismo contra Cuba com mais de 6.000 ataques, que levaram a vida de 3.478 civis e incapacitou 2.099 pessoas. Os danos materiais estão avaliados em vários milhares de milhões de dólares e Cuba teve de gastar somas astronómicas na sua segurança nacional, o que limitou o desenvolvimento de programas sociais. O próprio líder da Revolução foi vítima de 637 tentativas de assassinato.

E os cubanos deveriam hoje fazer confiança a tais parceiros? Deixando regressar todos os cubanos mafiosos de Miami, com os dólares americanos e a máquina de propaganda?

sts disse...

"Toda a classe de um totalitarista, defensor de ditaduras comunas.
Immaginem quando esta gente se apanha no poder..."

Ai jaiminho,jaiminho.

Joaquim de Freitas disse...

Se certos comentaristas quisessem ser honestos, liam o que escrevem aqueles que là vivem.

O exemplo da Revolução Cubana incomodou muito os EUA durante 60 anos. Eles aplicaram um bloqueio injusto, criminoso e cruel, agora intensificado na pandemia. Bloqueio e ações restritivas que nunca realizaram contra nenhum outro país, nem contra aqueles que consideram seus principais inimigos. Portanto, tem sido uma política perversa contra uma pequena ilha que apenas aspira a defender sua independência, sua soberania e construir a sua sociedade com autodeterminação, segundo princípios que mais de 86% da população têm apoiado.”

"“Em meio a essas condições, surge a pandemia, uma pandemia que afetou não apenas Cuba, mas o mundo inteiro, inclusive os Estados Unidos. Afetou países ricos, e é preciso dizer que diante dessa pandemia nem os Estados Unidos, nem esses países ricos tiveram toda a capacidade de enfrentar seus efeitos.

Os pobres foram prejudicados, porque não existem políticas públicas dirigidas ao povo, e há indicadores em relação ao enfrentamento da pandemia com resultados piores que os de Cuba em muitos casos. As taxas de infecção e mortalidade por milhão de habitantes são notavelmente mais altas nos EUA que em Cuba (os EUA registraram 1.724 mortes por milhão, enquanto Cuba está em 47 mortes por milhão).

Enquanto os EUA se entrincheiravam no nacionalismo vacinal, a Brigada Henry Reeve, de médicos cubanos, continuou seu trabalho entre os povos mais pobres do mundo (por isso, é claro, merece o Prêmio Nobel da Paz).

“Sem a possibilidade de invadir Cuba com êxito, os EUA persistem com um bloqueio rígido. Após a queda da URSS, que proporcionou à ilha meios de contornar o bloqueio, os EUA tentaram aumentar seu controle sobre o país caribenho.

De 1992 em diante, a Assembleia Geral da ONU votou esmagadoramente pelo fim desse bloqueio. O governo cubano informou que entre abril de 2019 e março de 2020 Cuba perdeu 5 bilhões de dólares em comércio potencial devido ao bloqueio; nas últimas quase seis décadas, perdeu o equivalente a 144 bilhões de dólares. Agora, o governo estadunidense aprofundou as sanções contra as companhias de navegação que trazem petróleo para a ilha.”

É essa fragilidade que abre um flanco para as manifestações de descontentamento, sem que o governo tenha colocado tanques e tropas nas ruas. A resiliência do povo cubano, nutrida por exemplos como Martí, Che Guevara e Fidel, tem se demonstrado invencível. E a ela devemos, todos nós, que lutamos por um mundo mais justo, prestar solidariedade.

PS) Obrigado Senhor Embaixador por este espaço que me permite.

Senado

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