Ao votar ao lado da maioria dos Estados que, na Assembleia Geral da ONU, aprovaram uma resolução condenando Israel pela sua ilegal presença com colonatos na Cisjordânia, a diplomacia portuguesa esteve do lado certo - do lado da preeminência do Direito Internacional.
A União Europeia dividiu-se na votação sobre o fim dos colonatos ilegais na Cisjordânia - uns Estados a favor, outros contra, outros abstendo-se.
Assim se confirma ser um perfeito mito a possibilidade de poder vir a existir uma política externa comum, como também fica claro que, para alguns Estados com os quais partilhamos o "clube", a legalidade é um pormenor mais ou menos despiciendo.
6 comentários:
Assim se confirma ser um perfeito mito a possibilidade de poder vir a existir uma política externa comum
Eu diria que é o converso: uma política externa comum não existe precisamente porque os Estados-membros não querem abdicar de ter uma política externa própria.
Ah... o Direito Internacional! Ainda há uns dias os comentadores em barda ridicularizavam a pretensão de um ministro a que o Direito Internacional fosse aplicado com benefício para Portugal, não é?
"... a legalidade é um pormenor mais ou menos despiciendo." A legalidade dá jeito para defender os nossos interesses ou os nossos amigos. Se for contra os nossos interesses ou os nossos amigos, e não a podermos alterar, então ignoramo-la.
Tudo dentro do maior respeito pela LIBERDADE e DEMOCRACIA.
Tony Fedup
"que, para alguns Estados com os quais partilhamos o "clube", a legalidade é um pormenor mais ou menos despiciendo" é coisa que já se sabia há muito. Lembremos por exemplo o selvagem bombardeamento da Sérvia em 1999, e a invasão do Iraque em 2003, ambos apoiados por uma boa parte dos Estados com quem partilhamos o "clube" (e também pelo próprio Portugal).
Sobre a aplicação do Direito Internacional já o eminente jurista italiano Francesco Carnelutti ironizava que “se assemelha a uma espingarda apontada ao infractor, ainda que descarregada".
Invasão do Iraque com o alto patrocínio do nosso gradecíssimo Primeiro Ministro, Durão Barroso, na Cimeira das Lajes, que depois foi agraciado com o cargo de Alto Representante dos Interesses Americanos na U.E., nominalmente Presidente da Comissão Europeia.
E tudo dentro do maior repeito pela LIBERDADE e democraCIA.
Tony Fedup
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