Barack Obama mostra-se tão, mas tão, entusiasmado em empunhar, por estes dias, a bandeira dos democratas americanos que muitos, na América, perguntam-se se uma candidatura presidencial da sua mulher, Michelle, não poderá ainda vir a estar nas contas de 2024. E isto apenas porque, contrariamente ao Brasil, a Constituição americana impede mais de dois mandatos.
8 comentários:
Penso que sem dúvida, a mulher deve candidatar-se e depois, quando ela terminar, ainda restarão as duas filhas, que também se deverão candidatar. Obama forever.
Alguém tem que empunhar essa bandeira, já que mais nenhum dos nomes sonantes do partido aparece a empunhá-la.
Portanto é natural que ele queira ajudar o seu vice-presidente, eleito como o menor dos males mas com muita gente à espera que ele "desapareça" (havia também gente a prever que Kamala Harris o substituísse pelo caminho).
Fui agora visitar uma das minhas "bíblias" que congregam milhares de sondagens (a mais credível em termos de imparcialidade de todas as que por lá conheço) e, como venho reparando, nos últimos 15 dias tem sido um descalabro no que respeita ao Senado (não percebo porquê) pois a meio de Outubro as probabilidades de ganharem ainda estavam a 2 para 1 a favor dos Democratas e hoje estão a 1 para 1 (é actualizado várias vezes ao dia, todos os dias, nada a ver com o que conhecemos de outras paragens).
No Congresso os Republicanos sempre estiveram largamente à frente e estão com 4 para 1, tendo tido uma baixa a meio de Outubro coincidente com a situação anterior).
Mas não exageremos, o entusiasmo dele tem estado virado para círculos específicos em que ainda estão em causa "toss-ups".
E Michelle Obama não é uma Hillary Clinton, Michelle não é uma personalidade em si que tenha uma história de vida para contar, Hillary tem muitas histórias de vida para contar e não parece estar interessada nem a ser empurrada por ninguém para nada.
Os EUA não são a Argentina, acho eu, lá é que há esse hábito pouco saudável.
Agora que há sempre gente com ideias, por convicção ou interesse, lá isso há e ainda bem.
Mas a maior parte destas ideias só costumam dar para encher papel e ecrãs: os verdadeiros candidatos agradecem as manobras de diversão.
Nem com uma bateria de marketing lá chegará, senhor embaixador. Não tomem os eleitores por parvos.
Deus o ouça Sr. Embaixador. A Michelle Obama será, certamente, uma excelente presidente dos EUA. Qualquer coisa tem que ser feita para que uma determinada personagem sinistra não “abocanhe” novamente a Casa Branca!
Tenho genuína curiosidade - caso semelhante candidatura aconteça -, de ver quantos indivíduos que por cá se desdobram em comentários depreciativos ao "Almirante" (enquanto possível candidato a PR), passarão a ser entusiásticos apoiantes da "Sra. Obama". Tenho, mesmo!
É claro que, do ponto de vista do marketing, Michelle Obama tem valor: é mulher e é preta. Ao menos, na questão racial teríamos, finalmente, "the real thing", já que o marido, "vendido" como o "primeiro presidente negro", na realidade não cumpre os requisitos.
Mas, eu acho que quem dava uma grande PR nos EUA era a Oprah. Oprah, isso é que era!
José
Michelle Obama tem valor: é mulher e é preta
E é uma preta verdadeiramente americana, ao contrário do marido, que é preto de segunda geração nos EUA. Não é um preto americano arquetípico.
Os pretos são os americanos mais genuínos de todos pois, ao contrário da imensa maioria da população americana, são americanos por muitas gerações: os seus tetravós já eram americanos. A maioria da população americana é neta de avós que não eram americanos, mas os pretos, não - eles são americanos desde há muitas gerações. Barack Obama não é desses pretos.
Tal como no Brasil é dramático que a esquerda não consiga arranjar melhor candidato presidencial do que um antigo - e velho, muito velho - Presidente, como Lula, também nos EUA é dramático que a esquerda não consiga se não reciclar velhas glórias, como Biden ou Michelle Obama.
Os EUA afundam-se na gerontocracia e em dinastias.
O Lavoura esquece-se, claro, de que, para haver pretos (escravos), nos EUA foi sempre preciso que já lá houvesse brancos (para os escravizar). Portanto, para haver, hoje "americanos genuínos - pretos", teve de haver ainda mais "americanos genuínos - brancos". E todos com os seus descendentes.
Isso é um caminho que não vale a pena trilhar, embora haja que reconhecer que os negros constituem - paradoxalmente -, uma espécie de "barreira americana e anglófona" contra a onda hispânica.
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