sexta-feira, novembro 04, 2022

Comum, não única

Há por aí uma confusão que os alemães se estão a encarregar de esclarecer. Aquilo que se afirma como “política externa e de segurança” na Europa é aquilo que é “comum”, isto é, com que todos concordam. Não há uma política externa “única”, salvo quando todos concordarem.

3 comentários:

Luís Lavoura disse...

Exatamente.
Em bom rigor, na União Europeia não há, de facto, política externa e de segurança, porque não há acordo sobre esses temas. Não há e é impossível haver, dados os diferentes condicionalismos históricos dos diferentes países da União. Por exemplo, Portugal gosta muito das suas antigas colónias, mas a França gosta mais da antigas colónias dela; e a Polónia considera a sua política de segurança como sendo fundamentalmente contra a Alemanha tal como contra a Rússia, e portanto alia-se sempre aos EUA.

manuel campos disse...


É um dos grandes mal-entendidos que surgiram nos últimos meses e que em nada ajudam a resolver o que quer que seja, pois não dá para fazer a vontade nem aos que querem a guerra nem aos que querem a paz.

E os governos europeus, empenhados em ficar bem em "todas as fotografias", vão dizendo uma coisa ou outra, conforme os dias.

Aqui é de louvar o pragmatismo alemão, com um governo em que não era de esperar determinadas posições, estão a tomá-las.

Sempre soubemos que quando "a Alemanha espirra, nós apanhamos uma constipação" mas o facto é que a Alemanha e a Itália estão já com os sintomas todos em cima há meses, anunciaram que entrarão em recessão em breve e vamos tomando umas aspirinas à espera que nos passe ao lado.

Anónimo disse...

Na verdade, não há. Por isso mesmo podiam pôr um açaimo no velhote catalão.
E, já agora, custa-me aceitar que nesta questão da Ucrânia se ande a reboque de alguns países do centro e leste da Europa. Por eles já estávamos em guerra.
Posso estar enganado, mas tenho a impressão de que daqui a uns tempos vai haver bronca da boa nas eleições na Europa, com muita direita populista a subir. Até por isso não é mau que os republicanos ganhem nos EUA. Pode ser que acalmem e pensem mais em soluções negociadas.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...