Um amigo, que já se foi há muito, tinha uma tese: ”O nosso estatuto de cidadãos civilizados é aferido pelo modo como deixamos uma casa de banho, pública ou privada, depois de a utilizarmos. Devemos deixá-la como se toda a gente viesse a saber que fomos nós a última pessoa a utilizá-la, mesmo tendo a certeza do anonimato dessa utilização.”
Aprendi, há tempos, uma fórmula ainda mais sintética: utilize uma casa de banho como se tivesse cometido um crime; não deixe vestígios.
Lembrei-me tanto disto, há pouco, ao recorrer a uma casa de banho do Alfa Pendular…
6 comentários:
Segundo já ouvi dizer, há muitas mulheres que ainda se regem pela norma antiga, que lhes foi ensinada pelas suas mães e avós, de nunca se sentrem sobre uma sanita pública, uma vez que ela pode estar (aliás: certamente está) conspurcada por micróbios, os quais, é bem sabido, podem penetrar a pele.
Inevitavelmente, ainda por cima com os solavancos e inclinações do comboio, uma mulher (ou homem!) que não se senta na sanita acaba por urinar fora dela.
São estas as consequências das tradições familiares que nos são ensinadas pelas mães e avós.
O Luis Lavoura traz-no o realismo na sua forma mais crua. Sem ele e a sua linguagem, este blogue era uma chatice…
Para evitar fazer a mesma figura triste que essas mulheres (ou homens), eu nos comboios urino sempre no lavatório (que posteriormente lavo, claro). Dessa forma evito urinar fora da sanita.
(Aprendi o urinar no lavatório com Milan Kundera, que, nA Insustentável Leveza do Ser, nos diz ser essa prática habitual entre os médicos checos.)
Gosto da formula sintética: devia ser afixada na porta de todas as casas de banho pùblicas!
Depois de ler o Luís Lavoura, se já me repugnava ir à casa de banho do Alfa, agora é que vou fazer os possíveis por não ir lá, nunca.
O nosso amigo Luís Lavoura só não nos disse onde evacuava nos combóios.
Temo o pior.
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