sábado, julho 17, 2021

A tristeza de Cuba




A partir dos anos 60 do século passado, os Estados Unidos, que até então tinham vivido felizes e contentes com o regime ditatorial que Fulgencio Baptista mantinha em Cuba, convertida num bordel americano, abespinharam-se quando um grupo de guerrilheiros tomou conta do poder, com amplo apoio popular, naquela que os EUA sempre consideraram ser uma sua zona indisputada de influência. E enfureceram-se bastante mais quando o novo regime caiu nos braços da União Soviética e instalou um modelo de comunismo tropical às portas da Florida.

O desfecho da chamada “crise dos mísseis” provou que as potências que lideravam as duas trincheiras da Guerra Fria implicitamente acabavam por aceitar o conceito de “soberania limitada”, para Estados situados na sua proximidade estratégica, cuja liberdade de afirmação política ficava dependente das condicionantes de segurança determinadas pela potência prevalecente na área. Do outro lado do espelho político, isso já era claro: a Finlândia, por décadas, teve essa experiência e a Ucrânia ou a Geórgia sentem isso na pele, nos dias que correm.

Na atitude americana, seria uma falsa ingenuidade acreditar em pruridos ético-democráticos, como forma de explicar o bloqueio constante imposto ao país de Fidel de Castro. Não só Washington tinha vivido muito confortável com Baptista como, na década que se seguiu ao seu derrube, sob o pretexto da luta anti-comunista, viria a apoiar ou mesmo a encorajar alguns sinistros regimes ditatoriais na região, todos eles, aliás, bem mais sanguinários do que o modelo entretanto criado pelos barbudos saídos da Sierra Maestra.

O bloqueio americano a Cuba, sendo uma afirmação arbitrária e arrogante de poder, com fortes e duradouros efeitos detrimentais na vida da população cubana, viria a convocar uma romântica comoção internacional de apoio a Fidel e aos seus homens, estimulada pelo orgulhoso sentimento de nacionalismo patriótico que, à época, atravessava a população cubana.

À esquerda democrática europeia, embalada num endémico anti-americanismo, que outros cenários estratégicos, como o Vietnam, então favoreciam, nem por um momento terá passado pela cabeça interrogar-se por que razão era necessária uma ditadura de partido único, sem liberdades, para enfrentar a agressão “yankee”. Fidel estava “absolvido” dessa deriva, mesmo antes da História o poder vir a julgar nesse sentido, como ele proclamava.

E de regime libertador dos cubanos, a Cuba de Castro viria ainda a autoerigir-se num "exportador" de revoluções pelo mundo, aliás sem grande sucesso. O "dois, três, muitos Vietnam" da retórica de Che Guevara (o qual, se fosse vivo, talvez não gostasse de ver aquilo em que o Vietnam se transformou) acabou por ser um imenso fracasso.

Pressentido como executor de um "outsourcing" ditado por Moscovo, que durante décadas pagava as faturas de uma economia abafada pelo embargo, o regime de Fidel de Castro, que identificava a menor dissidência interna com uma traição pró-yankee, acabou por se converter num dos atores centrais da Guerra Fria. Mas, curiosamente, embora de forma progressivamente mais penosa, tem conseguido sobreviver-lhe.

Os refugiados cubanos nos EUA transformaram-se, entretanto, num forte lóbi, pugnando por uma política de dureza face ao regime de Havana. As sanções, de que nunca desistiram, acabaram ironicamente por dar a Cuba um motivo constante para rigidificar a sua posição e prolongar o regime ditatorial.

Obama tentou um gesto de descrispação, num tempo de transição endogâmica na liderança cubana, mas Trump fez gorar esse esforço. Joe Biden não tem, por ora, suficiente legitimidade para poder recuar a História ao tempo de Obama.

A aventura política, cada vez mais solitária, de Cuba, a que a pandemia retirou entretando os réditos essenciais da indústria turística, deixou de ter o menor élan ideológico e vive dias muito complexos e, essencialmente, cada vez mais tristes. E a tristeza não rima com os cubanos.

9 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

“Somos donos de 50% da riqueza mundial, mas apenas 6% da sua população. Nesta situação, não podemos evitar ser objeto de desejos e ciúmes. A nossa verdadeira tarefa no período que se avizinha será criar um conjunto de relações que nos permitam perpetuar esta desigualdade.

Departamento de Estado dos EUA - #23 de Estudo de Planeamento, 1948”

Senhor Embaixador: Quando, apos ter cometido o genocídio do qual não se fala muito, o do Povo Ameríndio, uma instituição politica duma tal potência, é capaz de estudar, planear, aplicar finalmente, uma directiva fundada em tais preceitos, ou tarefas, podemos desesperar que um dia não só Cuba mas muitos outros povos vivam na tristeza imensa que definiu muito bem.

A tese central desta "tarefa", como lhe chamam, é que os EUA é, e sempre foi, uma máquina para liberalizar, acima dos povos, contra os povos, a fim de evitar ser objeto de desejos e ciúmes.

Votar de cinco em cinco anos em mentirosos que não oferecem alternativa e que nunca dão conta. Ler artigos gerados por proprietários de meios de comunicação ou escritos para lhes agradar. Participar nos debates histéricos e superficiais que animam a vida "democrática". Participar em guerras não declaradas sem sequer saber. Dar a sua opinião sobre questões sem interesse para o povo.
Dar aos criminosos organizados todas as proteções legais imagináveis e entregar a sociedade à violência. Os direitos humanos só foram direitos para as elites burguesas e aristocráticas.

Faz-me pensar no debate livre que se desenvolveu um dia em França, entre Fillon e Macron, , de facto, uma expressão das contradições da burguesia (a tradicionalista de Fillon contra a modernista de Macron). Não expressa a contradição central da sociedade, a contradição capital-trabalho.

Assim vemos a que ponto chegamos. Os “Gilets Jaunes” estarão de regresso “bientôt” nas ruas de França. E as violências da policia serao certamente mais fortes que em Cuba.

aguerreiro disse...

Na minha terra como na sua: .Quem não pode...Arreia. Fidel e sus muchachos não arriaram nem aprenderam nada em 62 anos(o que para as bandas do Caribe corresponde a 3 gerações, já que por essas bandas e derivado ao calor "macheiam" antes dos vinte).Entretanto foram enchendo as "burras" sempre a lamuriar-se, mas como por cá se diz "a pedir nunca ninguém empobreceu", os "socialistas de topo de Cuba" vivem bem, andam bem anafados e têm negócios e "grana" nos países ditos capitalistas

Portugalredecouvertes disse...

A tristeza não rima com ninguém!

josé neves disse...

O Snr. Freitas é o típico robot da cultura-propaganda leninista-estalinista; aquele cuja história da humanidade começa sempre e apenas onde convém que comece para ilustrar o banditismo dos outros.
A clássica história do genocídio dos ameríndios (índios norte americanos); e antes dos ameríndios cavaleiros asiáticos descerem pelo estreito de Bering e ocuparem as terras não havia ninguém nestas? Recentes historiadores pensam que haviam já outros tipos de homens que desapareceram; e as invasões asiáticas na Europa ou dóricas na Grécia não cometeram genocídios? Os romanos na Europa e em Cartago não cometeram genocídios?
Onde, ao longo da humanidade, a começar pela luta entre as primeiras raças de hominídeos ou já homem sapiens não se cometeram homicídios? Tanto mais que no tempo primitivo o homem-outro era considerado como um animal caça inimigo.
Depois o "votar de 5 em 5 anos em mentirosos...", o "Participar em debates histéricos e superficiais...", "Dar aos criminosos organizados todas as proteções legais imagináveis e entregar a sociedade à violência", são os chavões habituais que o Socialismo Real demonstrou serem essenciais para travar a organização do Aparelho Burocrático do poder absoluto de partido único totalitário se instalasse e que, por isso mesmo foram abolidos.
Por fim o Snr. Freitas chega à conclusão da existência de uma "contradição central da sociedade, a contradição capital-trabalho."; ora muito bem caro Snr. Freitas, contudo, sua compreensão dessa contradição da sociedades desde o primitivismo (ao contrário do que propagou Engels)e à qual Marx chamou luta de classes, ou dialéctica histórica (na peugada da dialéctica filosófica de Hegel para atingir a melhor verdade possível) e teorizou como sua consequência natural e necessária a "Revolução" marxista, continua sendo natural e necessariamente a contradição dialectica natural do ser humano filosófico e científico para avanços da humanidade.
E, agora, face à impossibilidade de guerras nucleares e às alterações climáticas que ameaçam, não este ou aquele povo ou nação, mas toda a humanidade no seu conjunto a discussão dialéctica é absolutamente necessária, não para aprofundar a contradição e abreviar a revolução mas, para encontrar as melhores soluções de sobrevivência do homem sobre a Terra.

Joaquim de Freitas disse...

Senhor José Neves:

Em suma, e fazendo abstração da robótica, tecnologia moderna em relação ao estalinismo – leninismo, que nasceu em 1917 e não foi muito mais longe, na sua utopia, mas que o Senhor Neves ainda utiliza, um século mais tarde, porque é comodo para ilustrar quão bom é o sistema que o suplantou, e fez o mundo melhor, onde os bandidos são realmente bons, resta que ,finalmente ,os genocídios são aceitáveis porque sempre existiram, desde a aurora da humanidade, num mundo que já passou pelo Século das Luzes, mas apagou algumas essenciais , caindo num obscurantismo generalizado. E a prova é que o Senhor vai buscar misteriosos cavaleiros das estepes siberianas, que teriam precedido os Ameríndios…Tem piada que já li algo sobre o assunto, que pretende justificar o genocídio ameríndio pelo facto que eles, como os bantus, foram precedidos por outros…o que “arranja” os genocidàrios !

Esqueçamos, pois, as civilizações ameríndias assassinadas, por miseráveis “hidalgos “, incultos, mas ávidos de ouro, vindos da mais miserável região de Espanha, a Estremadura, mais atrasada que as civilizações que destruíram, em nome do rei e de Deus.

Esqueçamos a escravatura abjecta do trabalho gratuito sob o chicote, e esqueçamos a escravatura salarial que não é diferente da escravatura abjeta, na qual ambas as formas de trabalho são equivalentes a trabalhar para ganhar a vida para satisfazer as suas necessidades, em vez de trabalhar para viver para satisfazer as suas necessidades. Mas que para o Senhor Neves não seria nada mais que a luta de classes. Que o valor acrescentado pelo trabalho caia totalmente na algibeira do capital, não parece apoquentá-lo !

Esqueçamos o Goulag, Auschwitz, Solibor, Bergen Belsen,Dachau,Mauthausen,, : Chełmno, Bełżec, Sobibór, Treblinka, Auschwitz–Birkenau Majdanek Ravensbruck,Buchenwald Abu Grahib, Guantanamo, (a não ser que estes últimos o afectem muito!) .

Deixemos os chavões como lhe chama, que, cito:” o Socialismo Real demonstrou serem essenciais para travar a organização do Aparelho Burocrático do poder absoluto de partido único totalitário se instalasse” …Necessita clarificação, porque se não é um apelo à corrupção generalizada, assim parece !

Gostei muito do seu derradeiro parágrafo, Senhor Neves, que transcrevo: “E, agora, face à impossibilidade de guerras nucleares e às alterações climáticas que ameaçam, não este ou aquele povo ou nação, mas toda a humanidade no seu conjunto a discussão dialéctica é absolutamente necessária, não para aprofundar a contradição e abreviar a revolução, mas, para encontrar as melhores soluções de sobrevivência do homem sobre a Terra.

Sabe como respondia à sua “discussão dialéctica” "condicionada" Theodor Eicke.? “« "Quem se envolver na política, fazer discursos ou reuniões provocatórias, formar clãs, reunir-se com outros com o propósito de incitar à revolta, envolver-se em oposição mal cheirosa ou outra propaganda será enforcado pela lei revolucionária; qualquer um que agredir um guarda, se recuse a obedecer ou revoltar-se de qualquer forma, será considerado amotinado e baleado no local ou enforcado. »

Extrato dos Regulamentos que Regem a Disciplina e A Punição dos Detidos de Dachau, redigido por Theodor Eicke

Sei que por Portugal já “chega” aqui e ali relento deste gosto! Não apregoe muito a sua “discussão dialéctica sem contracdição “Eles são compradores !

Francisco Tavares disse...

Cuba: é uma ilha com poucos recursos, tem que importar mais de 60% dos produtos essenciais. Com o bloqueio (desde 1962), reforçado por Trump, mantido por Biden, e com a pandemia Covid, que parou uma das fontes principais de recursos (turismo), a situação interna agravou-se (imagine-se o Algarve sem os euros emitidos gratuitamente pelo Banco Central Europeu, no atual contexto de crise). Por erros próprios e embargos alheios, a situação em Cuba desesperou-se, diz A. Rodrigues. Já não é a desesperança melancólica do quotidiano difícil, burocrático, … e depauperado, é a hora aguda das barrigas vazias. A dimensão que se dá a estes protestos no exterior reflete uma verdadeira vontade de mudança ou é apenas a explosão momentânea de dieta escassa em comida e farta em pandemia? E a África do Sul está a dar a resposta.
Os EUA têm largo historial de manipulação e intervenção nestas situações. No século XX era a luta anticomunista, hoje é a luta contra o terrorismo, violações direitos humanos ou as ditas "crises humanitárias". É um longo rol desde que os EUA existem (que não cabe neste espaço), que um dia me dei ao trabalho de identificar. E contam sempre com aliados internos ou próximos. Sobre o uruguaio Luis Almagro, secretário-geral da OEA, (derrubou um Presidente na Bolívia proclamando “fraude” nas eleições que veio a provar-se nunca ter existido) diz o jornal mexicano La Jornada que ele e seus amigos de direita de Miami lançaram em Fev 2020 uma campanha nas redes sociais - Crise em Cuba: repressão, fome e coronavírus. Quando não havia casos de infecção Covid em Cuba. O investigador J. Tovar analisou 2 milhões de tuits de #SOSCuba e concluiu que foram alimentados por “milhares de contas recém-criadas e bots”, cibertropas organizadas no Twitter que amplificaram milhões de mensagens e deram instruções para o acosso coordenado a influencers para dar volume à #SOSCuba”.
O bloqueio não é para Cuba uma palavra vazia de sentido. Chega a representar perda de 10% do PIB ou mais durante anos e tem consequências demolidoras no bem-estar da população, faltam bens essenciais e medicamentos. Não obstante a condenação do bloqueio pela ONU (em Junho 2021, mais as 28 aprovadas anualmente desde 1992), ele mantém-se. O bloqueio ajuda à melhoria dos direitos humanos, económicos e sociais em Cuba? Como seria a Madeira, governada pelo PSD há mais de 43 anos, se sofresse um bloqueio desta dimensão e duração?
Não me alongarei sobre este seu texto “A tristeza de Cuba”, nele resumiu plenamente o seu olhar sobre o assunto. Curioso como, desta vez, deixa um toque na realidade de outros países (no caso o Vietname).
Eu admiro o orgulho e a resistência do povo cubano. Contra-ventos e marés, com a mão dos EUA (e seus compagnons de route) a apertar-lhes o pescoço, eles mantêm-se. Evoluirão certamente, o mundo não é estático. Não creio que seja no sentido que os EUA e seus aliados lhe querem impor. O gesto de descripação de Obama (de curta duração), com reação mútua de Cuba, foi o reconhecimento de que apesar do bloqueio, Cuba aí está, é o reconhecimento de que falharam o seu objetivo. Dias tristes? Sabe o que é passar 60 anos com uma mão que permanentemente nos aperta o pescoço? Sabe o que é viver com um bloqueio total? Tristeza não está no ADN dos cubanos.

José disse...

Cuba opõe-se ao imperialismo dos EUA.
Cuba assume que o seu socialismo é a alternativa ao capitalismo.
Mas... para Cuba vingar, é preciso que os imperialistas americanos lhe forneçam produtos e serviços criados pelo capitalismo.

Há aqui qualquer coisa que não bate certo...

josé neves disse...

O Snr. Freitas ou não entende a fundamentação histórica que lhe dou para pensar ou baralha tudo para confundir alhos com bugalhos ou já não precisa pensar porque já sabe tudo de cartilha.
Que porra é essa de responder à necessidade histórica actual face ao poder destrutivo total do nuclear e alterações climáticas com um regulamento de um campo de concentração escrito, certamente, por um oficial SS nazi? Afinal qual o seu conceito de "dialéctica histórica" que Max teorizou desde, pelo menos, após os seus "Manuscritos Económico-Filosóficos" de 1844?
E que porra é essa de concluir, sabe-se lá como e porquê, que para mim "os bandidos são realmente bons" e que "os genocídios são aceitáveis porque sempre existiram" e que
"Esqueçamos o Goulag, Auschwitz, Solibor, Bergen Belsen,Dachau,Mauthausen,, : Chełmno, Bełżec, Sobibór, Treblinka, Auschwitz–Birkenau Majdanek Ravensbruck,Buchenwald Abu Grahib, Guantanamo, (a não ser que estes últimos o afectem muito!)" e outra palermices que resolveu debitar gratuitamente?
Não, Snr. Freitas, não proponho que esqueçamos nada, pelo contrário, proponho que tais exemplos históricos sejam, não esquecidos mas estudados, e sirvam de exemplo para a discussão dialéctica actual tal como Marx propôs à discussão no Séc. XIX para o seu estudo apologético da necessidade de uma Revolução.
Claro, se não percebeu porra nenhuma do que lhe disse antes como havia de perceber esta questão em resposta àquilo que considera ser "votar de 5 em 5 anos em mentirosos...",e "Participar em debates histéricos e superficiais..." precisamente chavões (frases feitas) que realmente a realidade do Socialismo Real demonstrou serem essenciais para travar a organização do Aparelho Burocrático do poder absoluto de partido único totalitário se instalasse” e que por isso mesmo foram abolidas quer ainda enquanto movimento de massas quer ainda mais pesadamente com a tomada do poder e criminosamente com o estalinismo; onde está nisto o apelo "à corrupção generalizada"? Que porra de ideia o Snr. retirou de uma constatação da realidade histórica praticada pelo Socialismo Real de Estaline?
Por fim o Snr. Freitas faz a insinuação clássica de todos os totalitarismos que é:
"se não estás connosco és contra nós",
bem retratada na sua frase "Sei que por Portugal já “chega” aqui e ali relento deste gosto! Não apregoe muito a sua “discussão dialéctica sem contracdição “Eles são compradores!".
Mais uma vez, aqui, o Snr. Freitas deu a entender que não entende nada acerca do conceito de dialéctica como pode entender o conceito de dialéctica histórica de Marx?; a dialéctica já inclui em si mesma a contradição, a sua essência é a discussão entre ideias ou ideais opostos ou contraditórios; não há dialéctica sem contradição.

Nota; Snr. Freitas esteja descansado e podemos morrer descansados que tal como no início dos tempos da humanidade os homens guerrearam entre si tal como sabemos hoje que o "homem sapiens" (nossos pais) eliminou da face da terra o "homem neandertal" e outros porque era mais inteligente (esperto?) que o outro que até era mais forte, assim acontecerá até que, pela "dialéctica histórica" e face à actual possibilidade de suicídio total, os homens tenham consciência de que é preciso encontrar um denomidador comum mínimo para a sobrevivência e preservação da espécie.


Joaquim de Freitas disse...

O Senhor José Neves escreve no seu texto de 17/07:

A clássica história do genocídio dos ameríndios (índios norte americanos) …. Clássica, escreve!!! Porquê "clàssica" ? Banal ?

E antes dos ameríndios cavaleiros asiáticos descerem pelo estreito de Bering …Os ameríndios não tinham então direitos para serem exterminados?

Não havia ninguém nestas? … Que questao !

Outros tipos de homens que desapareceram; e as invasões asiáticas na Europa ou dóricas na Grécia não cometeram genocídios? Pois, e então? Que pretende justificar?

Os romanos na Europa e em Cartago não cometeram genocídios? Que pretende justificar? Os que os precederam ou os contemporâneos?

Onde, ao longo da humanidade, a começar pela luta entre as primeiras raças de hominídeos ….. homem sapiens não se cometeram homicídios?

Li raramente aqui uma “banalização” do que os homens fizeram e fazem de pior!

O que quis dizer é que se compara esta parte da “sua” história dos homens com a minha lista, Goulag, Auschwitz, Solibor, Bergen Belsen,Dachau,Mauthausen,, : Chełmno, Bełżec, Sobibór, Treblinka, Auschwitz–Birkenau Majdanek Ravensbruck,Buchenwald Abu Grahib, Guantanamo, ,lista não limitativa, porque poderíamos falar do genocídio dos arménios pelos turcos e o dos tutsis no Ruanda, chega-se facilmente à conclusão que , finalmente, é banal, pois que os homens desde há muito que se comportam de tal maneira…Portanto vamos continuar…

Não serviria para nada a adopção da Convenção sobre a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio (CPRCG) pela Assembleia Geral das Nações Unidas,de Dezembro de 1948.

Eu sei bem que uma grande potência ignora o TPI ( Tribunal de Haia) para proteger os seus soldados implicados em tortura e crimes ..

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