Havia dias em que a minha rua, a rua de São Domingos, parecia uma pista de corridas. Ao verem todo aquele espaço livre, alguns carros desciam em velocidade por ali abaixo, para raiva de quem andava pelos passeios e se sentia ameaçado por esse movimento desaustinado.
Os elétricos, esses, tinham uma velocidade mais constante e dava gosto vê-los por ali, como uma memória amarela de uma certa Lisboa que gostamos de não ver desaparecer. Às vezes, muito raras, também eles perdiam a tramontana e, como há tempos aconteceu, um deles foi-se “esbardalhar” lá ao fundo, saindo ”pela paisagem”, sem conseguir curvar para a Garcia da Horta.
Tudo isso se reduziu imenso, a quase nada, nos dias de hoje. Os carros andam ao ritmo do “lá vai um”, como se diz na minha terra. Os elétricos, que fazem um ”fim-de-semana inglesa” (alguém se lembra do que isto era?), também rareiam, mesmo naqueles dias a que chamávamos úteis. Hoje, Lisboa, e nela a minha rua, vive, de quando em vez, atravessada por motos da “Uber-eats” e da “Glovo”, nas entregas casa a casa. Mas, nem por isso elas deixam de acelerar pela minha rua abaixo.
5 comentários:
Garcia da Horta ou Garcia de Orta ?!
MRocha
saudades de subir essa rua para visitar um amigo que vive lá ao cimo, na rua da Lapa.
Confinado,a leituras sem fim, com tanto cientista de “
algibeira a mandar bocas o senhor fez-me recuar aos sábados
que rotativamente trabalhava no expediente a tarde
Rico’s sábados à tarde sem o chefes e com visitas das
para conversar Eram anos de chumbo mas dava para alegrar....sem telefonista
Daqui da Bristh Columbia a espera do regresso
Muito obrigado por recordar a semana inglesa
Vou tentar explicar aos meus netos, no intervalo das nossas conversas em português
Liberal Correia
PS) liberal só de nome
No século dezanove escrevia-se Orta. Talvez o acordo ortográfico tenha mandado o hospital de Almada escrever com H.
João Vieira
saudades dos passeios pelas ruas de Lisboa!!!
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