Alguns, poucos, eram mesmo poetas, mesmo que apenas nas horas vagas. De outros, em tempos idos, na minha terra, só se dizia que tinham um “cabelo à poeta”. Era um estilo de penteado “négligé”, usado por homens de idade madura, que deixavam o cabelo crescer na parte traseira da nuca, subindo pela gola. Raramente isso lhes ficava bem, em geral dava-lhes mesmo um ar desmazelado.
A pergunta que se me coloca, nestes tempos de confinamento, é saber quando é que poderei, finalmente, ir visitar o meu barbeiro, o senhor Joaquim Pinto, com vista a evitar que alguém, gente da minha idade e da minha terra, me possa vir a mandar a “boca” de que ando já com “um cabelo à poeta”.
Sem comentários:
Enviar um comentário