Há uns tempos, contei por aqui a merecida atrapalhação de uma avó a quem ouvi os netos criticarem por não ter estar a respeitar uma fila, num balcão de café.
Ontem, no Chiado, ouvi, com prazer, um miúdo retorquir para a mãe, que insistia com ele, numa passagem de peões: “Não atravesso! Está encarnado!”
Tenhamos esperança no futuro!
8 comentários:
Bahhh... para fazer as figuras de parvos dos alemães, que ficam parados à frente de uma rua pela qual nenhum carro passa, para depois desatarem a andar a toda a velocidade mal o sinal passa a verde...
Ademais, em Lisboa (noutras cidades não sei) é uma irracionalidade, porque os semáforos para os peões estão frequentemente desajustados dos dos automóveis, com tempos de espera irracionalmente elevados para os peões.
É assim que os educa?
Eu ando depressa e são às dezenas as ruas que não consigo atravessar sem que o sinal caia outra vez para vermelho.
Ao fim de 40 e tal anos já não é assim tão mau. AS novas gerações vão ser necessárias para corrigir as antingas WOW
Vamos ver se um dia os filhos ou netos vão informar que os pais ou avós andaram a fazer negociatas sujas para que os tribunais tenham mais facilidade e capacidade para fazerem justiça. Mas... mesmo isso depende da imparcialidade dos juízes.
Enfim... Se foi para isto que tanto se passou, bem podem limpar as mãos nas paredes.
A este respeito, é legítimo fazer uma pergunta fundamental:
Qual é o estatuto do peão português ?
C.Falcao
Eu ainda sou do tempo em que não havia automóveis, só carroças, nem autoestradas, só calçadas, nem semáforos, só as mulheres das passagens de nível.
Precisamos reaprender a viver antes que chegue o alzheimer.
Há pouco, num restaurante, dois miúdos (crianças!), jantavam sozinhos. De forma animadíssima filmavam-se e faziam "lives" para o Youtube sobre a mesa e a comida que aí vinha. Um deles - o mais pequeno, com um braço enlaçado, e a quem o outro cortava a comida -, comentou: "Essa gaja? Papa-se!"
Há muitíssimos locais onde o verde do peão é desrespeitado pelo laranja do automóvel. A uma amiga minha partiram a perna pelo joelho numa passadeira por ter confiado naquele princípio. Quando atravesso a via nesses locais faço-o vigiando os automóveis, pois mesmo que a lei me proteja serei sempre o agredido. Cheguei à conclusão que o maior risco do peão é confiar na regra uma vez que quando é colhido é de surpresa, pois não está preparado para o atropelamento.
Há muito que decidi defender a minha integridade física atravessando a via onde e quando é seguro para mim, independentemente dos semáforos, que considero muitas vezes dispositivos enganosos. Exige muita atenção e é muito desgastante, é verdade, mas assim não caio em armadilhas.
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