Notei esse guindaste desde os primeiros tempos em que cheguei a Luanda, no ano de 1982. Muito alto, estava quase no topo da avenida que sai da Mutamba para o hospital Josina Machel, do lado direito. Eu olhava o guindaste sempre que por ali passava. Ao lado, havia um grande prédio por concluir, de que se viam as estruturas em cimento. Quase quatro anos depois, quando parti, o guindaste continuava ali, exatamente na mesma posição, com a obra no mesmo estado. Para mim, essa ficou, para sempre, como a imagem da Angola de então, parada no tempo, à espera de uma paz que só viria muitos anos depois.
Amanhã, 11 de novembro de 2015, passados 40 anos desde o dia em que Angola formalmente se tornou independente, lembrei-me desse guindaste, sei lá bem porquê.
8 comentários:
Imagem interessante sobre aquilo que se devia evitar ao máximo em África em geral naqueles anos e nos próximos, mas principalmente em Angola:
Construir aldeias (sanzalas, quimbos) na vertical.
Diziam os "vaidosos" do MPLA: "se fossemos independentes faziamos de Luanda uma Nova York!
E de facto tentaram imitar, grotescamente, mas tentaram.
Retornado
Estou "seguro" que não se terá lembrado do guindaste, porque Angola ou, em Angola, algo tenha mudado (para os guindastes).
Ou para o governo, que ainda recentemente disse que Portugal pensava ainda estar na época colonialista...
Para rebater isto, só as marcas de luxo da Av. da Liberdade e do Vasco da Gama.
etc.
Ora aí estava um bom sítio onde pendurar o cabeça oca do embaixador itinerante de Angola, como castigo pelos disparates que anda por aí a dizer.
Outros lembram-se do rosa coutinho que tanto bem fez aos portugueses que nasceram e/ou viviam Angola !
Portugal nunca esquecerá o humanismo, solidariedade demonstrada nesses momentos por esse digno almirante , quase ao nível dos grandes navegadores portugueses.
É minha impressão ou nestes anteriores comentários há muito saudosismo, muito "Africa adeus"?
Para quem lá passou um tempo portuguesmente fabuloso em que tanto angolanos verdadeiramente portugueses (não como estes ministros e dirigentes angolanos cuja inúmera prole tem BI luso), como portugueses verdadeiramente angolanos, usufruíram de uma vida em paz e progresso e sã convivência, a saudade ninguém nos tira.
Foi maravilhoso!
Retornado (não refugiado)
Eu estava lá e que Dia!!! Inesquecível. Maravilhosamente inesquecível! Depois também saí e deixei por lá apenas os meus sonhos. Não voltei para ir buscá-los e foram morrendo, devagarinho. Ou melhor, foram mortos. Quiçá assassinados com requintes de malvadez. Não restou nenhum.
exilada (não refugiada e muito menos retornada)
40? Foi ontem à noitinha ...
É engraçado!
Por um acaso, num "zapping", assisti a um frente a frente com o embaixador angolano. Fiquei com uma impressão positiva pela sua argumentação, tendo ainda pela frente, para além do opositor angolano-luso, o "moderador".
Quem me pareceu um tanto oco foi o autor de "A Rainha Ginga"!
Perspectivas!... Mas nem me passa pela cabeça sequer pô-lo de castigo virado para a parede, quanto mais num pelourinho com a cara pintada para as transeuntes se rirem...
antónio pa
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