Talvez porque as pessoas já andem muito "escaldadas", tenho a sensação de que são cada vez menos populares as "previsões" feitas no início de cada ano. Lembro-me que, não há muito tempo, éramos inundados por diversos "videntes" domésticos, que nos anunciavam coisas várias para os 12 meses seguintes. Isso parece ter-se atenuado. Confesso que não sou muito atento a estas temáticas, mas esse "pelouro" parece-me que surge quase cativo da esticada Maya, uma espécie de bruxa social de serviço, com ar cada vez mais "asiático", que me surge em "zappings" e capas de revista.
Mas o mercado não está fechado: ontem, nos Restauradores, um africano estendeu-me um papel publicitário de um tal "professor qualquer coisa", que, entre outros "poderes", se declarava vidente e capaz de prever o futuro. Só o meu crescente ceticismo, adubado por meses de previsões para o país que nunca (mas nunca!) acertaram, é que me levou a dar ao papel o destino que espero para todos os videntes deste jaez.
Mas o mercado não está fechado: ontem, nos Restauradores, um africano estendeu-me um papel publicitário de um tal "professor qualquer coisa", que, entre outros "poderes", se declarava vidente e capaz de prever o futuro. Só o meu crescente ceticismo, adubado por meses de previsões para o país que nunca (mas nunca!) acertaram, é que me levou a dar ao papel o destino que espero para todos os videntes deste jaez.
Há, contudo, outro modelo de antevisão que se pretende mais sério e credível. Estou, em especial, a lembrar-me da publicação de "The Economist", no início de cada ano, intitulada "O Mundo em ...". Há uns tempos, em férias, encontrei duas dessas publicações, referentes a anos idos, e, por uns minutos, entretive-me a fazer uma comparação entre o que nos havia sido antecipado como possível futuro e a realidade dos factos que vieram a acontecer. Nem imaginam a diferença! Mesmo uma das revistas mais bem informadas do mundo - e talvez a melhor publicação que conheço, independentemente da sua orientação político-ideológica - revela-se incapaz de prever o curso das coisas.
Isto não significa que a edição do "The Economist" tenha interesse. O modo inteligente como as principais questões são selecionadas e colocadas é já meio caminho andado para nos ajudar a pensar melhor o que aí virá. Porém, daí a acertar em matéria de previsões vai uma grande distância. A realidade é sempre muito mais imaginativa que os homens.