terça-feira, dezembro 31, 2013

A Misericórdia dos Mercados

Neste último dia do ano, deixo-os, por ora, com o magnífico poema - "A Misericórdia dos Mercados" -  que fui buscar ao sempre imprescindível Tim Tim no Tibete:

Nós vivemos da misericórdia dos mercados
Nào fazemos falta.
O capital regula-se a si próprio e as leis
são meras consequências lógicas dessa regulação
tão sublime que alguns vêem nela o dedo de Deus.
Enganam-se.
Os mercados são simultaneamente o criador e a
própria criação.
Nós é que não fazemos falta.

13 comentários:

Anónimo disse...

Ohhh que seria, dos mercados, se não pudessem,
exercer a santa caridade,com com Paixão,
perderiam os ricos pobres,talvez morressem,
sem bodes, expiatórios, de inanição...

Isabel Seixas

Anónimo disse...

A avareza, o estímulo dos mercados! (D H, Edinburgh)
Mais nada… (mas, como gostamos da "originalidade", "acrescentamos" à dita a corrupção…)
antónio pa

Anónimo disse...

Os mercados são a garantia das nossas liberdades, Senhor Embaixador, contra a ameaça comunista que não é menor hoje lá por ter caído o Muro de Berlim e os russos e os chineses serem agora também capitalistas. Não, a defesa das nossas liberdades (não da democracia, que essa, como explicou Hayek em Santiago do Chile, quando o Chile era um farol para todos nós, é secundária face à livre concorrência), a defesa da liberdade, dizia, passa hoje por esses bons mercados, onde dia a dia, especulação a especulação, avançam vertiginosamente as nossas economias. Hoje o que é, senão o amanhã de ontem e o ontem de amanhã? Feliz Ano Novo e que a troika fique connosco!

a) Henrique de Menezes Vasconcellos (Vinhais)

Defreitas disse...

O mais canalha dos truques para esconder o verdadeiro significado das palavras é o dos banqueiros e seus bull-dogs e escribas. Não se dizem “banqueiros”, “especuladores”. São (seriam) “o mercado”. Quanto mais sugam e escorcham um pais, um povo, mais alegam que são “o mercado”.

Defreitas disse...

O Deus Mercado, com os seus Templos de Wall Sttreet e da City, de Frankfurt , de Paris e de além, os grandes sacerdotes e os seus acólitos que chamam para a missa todos os dias e enviam sinais de Xangai a Dakar, do Rio a Tombouctu, nunca foi tão rico. Em 2013, apesar da crise, lá conseguiu aumentar de 25% a riqueza dos seus fieis.

Resta a saber se o "Mercado" secundário, espécie de Templo paralelo onde as "esmolas " afluíram de tal maneira que existe um risco de afogar os sacerdotes e os acólitos na "liquidez", não vai precisar de criar um derivativo para a utilizar e ...rentabilizar. A acção requerida pode ser tonitruante!

Quando se pede endividamento e sobretudo quando se fica refém de refinanciamentos,
tem que se saber lidar com os humores do Deus “Mercado” pois, quer queiramos quer não, precisamos dele. A melhor forma de ficar independente desses humores é cuidar das contas públicas, eliminar os défices, fazer bons investimentos, e criar condições económicas que promovam o crescimento, coisa que tem estado alheada da política nacional há muito tempo.

Por isso talvez fosse melhor acabar com o jejum forçado, a que chamam austeridade. Senão, o penitente arrisca-se a perder a vida. E é urgente, porque , como diria Keynes: "Os mercados podem continuar irracionais por muito mais tempo do que você e eu nos podemos manter solventes". Deus é eterno.

patricio branco disse...

misericordia tem variados sentidos, depende da maneira como é executada, distribuida, o tiro de misericordia ou a santa casa da misericordia, a sopa dos pobres ou a liquidação do pobre, os mercados até se regulam, mas aparecem os reguladores a correr, têm economistas de serviço, mercenários,teorias egoistas escolares torcidas têm alguns reguladores, avidez por dinheiro muitos deles, tios patinhas sem graça e sem sobrinhos, sim, vivemos das misericordias que os reguladores aceitam como um aspecto marginal embora necessario, não, não fazemos quase falta, uns tantos apenas dependendo das circunstancias e necessidades de mão de obra do momento, e a propósito do vindouro livro pois espero o livro e os poemas, quero saber mais do que lá se diz, titulo terrivel, ou pouco tranquilizante, a inauguração dentro de quase 2 meses, as correcções já estarão feitas, o produto final a ser embalado, a poesia não quer grandes capas, com desenhos, arte, fotografias, não, apenas composição de capas e páginas, é assim, uma capa que funcionava era a da poesia e verdade, atica, o cavalo se bem me lembro, almada negreiros, ou a espiral de fio da outra, escada desenhou, mas era uma marca, igual para todos, não interessa, espero, esperamos, esperemos o lançamento, inauguração, saida, distribuição, e tentemos entretanto os nossos pequenos e caseiros truques para sobreviver dentro dos mercados, misericordia não quero mas quem sou eu?
e já agora, etc etc

Anónimo disse...

A anedota do ano:

Filho:quando for crescido quero ir trabalhar no crime organizado !

Pai: Qual deles, o público ou o privado?

Alexandre

Anónimo disse...

ERA UMA VEZ

Pois é, a verdade é que até Cristo que aceitou todos como irmãos...PASSOU-SE e correu com os vendilhes do Templo à vergastada

Ele lá saberia porquê na sua (divina) sabedoria...

Defreitas disse...

"Os mercados são a garantia das nossas liberdades" escreve o Sr. Henrique de Meneses (Vinhais). Saperlipopette, de Tonnerre de Brest ! como diria capitaine Haddock ! Esta é a primeira vez que leio isso! Em 1929, os Americanos foram "libertados" durante um bom momento... pelos mercados!


Bonnes fêtes de faim damnée ! Sr. Henrique de Menezes (Vinhais).

Anónimo disse...

O senhor Vinhais devia ser banido do nosso convívio republicano, Senhor Embaixador. Meu tio Feliciano da Mata, antes de partir para a guerrilha nas Ilhas Caimão (movimento de libertação do dinheiro dos ricos, a massa para quem melhor a gamar), na sequência de uma lamentável incompreensão por parte da Senhora Engenheira dos seus avançados métodos de contabilidade criativa, pediu-me que passasse a vir aqui comentar este blog, proibindo-me apenas de dizer mal de quaisquer professores de Coimbra que pudessem estar na calha para o próximo governo. Assim o farei, Senhor Embaixador, prometendo ter por esses mestres pensadores o respeito que a "cabra" tinha pelos bedéis, as repúblicas pela Queima das Fitas e as tricanas pelos lentes.

a) Marcolino da Mata, antigo estudante de Coimbra, F-R-A, FRA

Anónimo disse...

O senhor Vinhais devia ser banido do nosso convívio republicano, Senhor Embaixador. Meu tio Feliciano da Mata, antes de partir para a guerrilha nas Ilhas Caimão (movimento de libertação do dinheiro dos ricos, a massa para quem melhor a gamar), na sequência de uma lamentável incompreensão por parte da Senhora Engenheira dos seus avançados métodos de contabilidade criativa, pediu-me que passasse a vir aqui comentar este blog, proibindo-me apenas de dizer mal de quaisquer professores de Coimbra que pudessem estar na calha para o próximo governo. Assim o farei, Senhor Embaixador, prometendo ter por esses mestres pensadores o respeito que a "cabra" tinha pelos bedéis, as repúblicas pela Queima das Fitas e as tricanas pelos lentes.

a) Marcolino da Mata, antigo estudante de Coimbra, F-R-A, FRA

Anónimo disse...

A 'velha senhora' saúda os Mata, felizmente reaparecidos em combate:

ah grandes mata! que família intiligente!
é gente ingente intransigente - a gente sente

Anónimo disse...

…E, sobre o assunto em epígrafe, a 'velha senhora' comenta, inconveniente como sempre e furiosa, e cita o Zeca Afonso:

'Nós é que não fazemos falta' - é uma porra
poética, genial. mas é que inda há pachorra
do povo pra aguentar a corja antes que morra?

"Quando a corja topa da janela
O que faz falta
Quando o pão que comes sabe a merda
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta

[…]

Se o patrão não vai com duas loas
O que faz falta
Se o fascista conspira na sombra
O que faz falta
O que faz falta é avisar a malta
O que faz falta
O que faz falta é dar poder à malta
O que faz falta"

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...