Falar de Hiroshima é recordar aquela guerra que a geração dos meus pais e dos meus avós achou que seria a última dada o incomensurável número de vítimas, a escala mundial, a ferocidade, o cortejo de desumanidade que a acompanhou. Todavia desde há alguns anos observa-se por essa Europa uma preparação da opinião pública para mais um conflito que só poderá saldar-se por uma carnificina sem precedentes. Desde há algum tempo que os sinais se vão acumulando, é a retórica “va t’en guerre” de um bom número de dirigentes europeus, o cerco da Rússia e a passividade perante os sucessivos “avisos” de que se tinha ultrapassado a linha vermelha, a instalação dum clima de guerra não declarada, os avisos á população para o cenário de guerra, a necessidade imperiosa do investimento em defesa. Do outro lado a lógica é também de uma guerra patriótica face aos ataques contra a pátria e os irmãos de sangue, a busca do prestígio do império, o apelo á ordem!.
Não quero parecer profeta da desgraça e não acho que o mundo esteja condenado a catástrofe mas receio bem que se esteja a desenhar um futuro negro.
“Israel já lançou até agora em Gaza o equivalente a quatro bombas atómicas de Hiroshima!!! Ao 171º dia de guerra (2024) já tinha despejado mais de 25 mil toneladas de bombas em Gaza, o correspondente a duas bombas atómicas de Hiroshima”.
Francesca Albanese, Relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados e responsável pelo relatório "Anatomia de um Genocídio" apresentado ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
3 comentários:
Falar de Hiroshima é recordar aquela guerra que a geração dos meus pais e dos meus avós achou que seria a última dada o incomensurável número de vítimas, a escala mundial, a ferocidade, o cortejo de desumanidade que a acompanhou. Todavia desde há alguns anos observa-se por essa Europa uma preparação da opinião pública para mais um conflito que só poderá saldar-se por uma carnificina sem precedentes. Desde há algum tempo que os sinais se vão acumulando, é a retórica “va t’en guerre” de um bom número de dirigentes europeus, o cerco da Rússia e a passividade perante os sucessivos “avisos” de que se tinha ultrapassado a linha vermelha, a instalação dum clima de guerra não declarada, os avisos á população para o cenário de guerra, a necessidade imperiosa do investimento em defesa. Do outro lado a lógica é também de uma guerra patriótica face aos ataques contra a pátria e os irmãos de sangue, a busca do prestígio do império, o apelo á ordem!.
Não quero parecer profeta da desgraça e não acho que o mundo esteja condenado a catástrofe mas receio bem que se esteja a desenhar um futuro negro.
Vejo que há números para todos os gostos, mas comparar Hiroxima com o que se passa em Gaza é francamente excessivo.
Claro que não tem comparação.
“Israel já lançou até agora em Gaza o equivalente a quatro bombas atómicas de Hiroshima!!!
Ao 171º dia de guerra (2024) já tinha despejado mais de 25 mil toneladas de bombas em Gaza, o correspondente a duas bombas atómicas de Hiroshima”.
Francesca Albanese, Relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados e responsável pelo relatório "Anatomia de um Genocídio" apresentado ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
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