quinta-feira, dezembro 19, 2013

... e ninguém me deve dinheiro!

Se alguém me devesse dinheiro, se eu pretendesse que o fossem cobrar por aí, a quem é que entregaria o processo? A Maria do Rosário Mattos & Associados, claro. Qual "cobrador de fraque", qual quê?! 

Fico mesmo com pena de ter de constatar que não devo um cêntimo a ninguém, nem sequer a um banco, desses a quem todos nós pagamos (via BCE) os salários chorudos dos gestores. É que, se acaso tivesse alguma dívida, talvez tivesse o gosto de ser gentilmente procurado por essa invejável equipa profissional do salto alto, por essa elegância curvilínia com precatórias na fina pasta, arruando com estilo os processos pelas avenidas lisboetas, a caminho do domicílio de felizes devedores, prontos a pagar com gáudio, não apenas o cheque devido mas também todos os juros de mora, deste mundo e do outro. Essa é a equipa que agora surge filmada com olho de mestre, num preto-e-branco que quase sugere um perfume que se oferece pelo Natal, promovido pelas auroras de Paris. Com uma cobrança destas no horizonte, é quase um dever ficar a dever, para que nos cobrem como deve ser.

Que pena eu não pertencer ao grupo de quantos têm um pretexto para se relacionar com o escritório Maria do Rosário Mattos & Associados (veja aqui o delicioso filme). Mas não: para o bem ou para o mal, eu sou de contas certas! Que hei-de fazer?!

12 comentários:

Anónimo disse...

Como diz e bem "está tudo dito..",
Ler "Um país de imbecis" no Blog "Estado Sentido"


Alexandre

Anónimo disse...

E para onde foi a lei do Bloco contra os piropos?
José Barros

patricio branco disse...

vejo que têm uma publicidade correcta, aceitavel, afinal são de facto 5 mulheres e fazem uma publicidade diferente, feminina. são boas como advogadas? isso não nos diz a publicidade, mas e os outros escritórios, são de bons advogados?
tema interessante para a deontologia da profissão sobre a qual tanto há a dizer, compare se a sua actuação com a dos médicos p ex.
pois achei a publicidade normal, até um pouco sensaborona, mas sem nada de chocante, etc

Anónimo disse...

O Blogue o Estado Sentido, um Blogue a perder (ao contrário deste, a não perder). Os manos (monárquicos) reaccionários. Nuno e Miguel.
Quanto ao dito Escritório de Advogadas, nada mais a acrescentar.
Eduardo Mattos Silveira

Anónimo disse...

Não será M. R. Mattos & Associadas? Parece uma publicidade a um filme de J. B. feito pelas Bond Girls. Boa publicidade! Suscita scripts de filmes a clientes e um "rosário" de problemas aos devedores...
Um potencial cliente pode ser o Governo da Madeira... Sempre são mais de 500 anos de dívidas do Governo da República...
antonio pa

Guerra disse...

O senhor mete-se em cada uma, mas lá que tem bom gosto isso não há dúvida.

Pode ser que a sorte venha a ser minha, porque eu tenho dívida, mas até agora está a ser cumprida a horas.

Cumprimento cá da Bila, e já agora votos de Boas Festas.

Pedro Lopes disse...

Patrício Branco, basta mera leitura superficial do art. 89º do Estatuto da Ordem dos Advogados, para se perceber que aquele acto de publicidade é uma violação descarada da lei e da deontologia profissional dos advogados.

Se não é chocante quando comparada com a publicidade normal, é-o quando vista à luz das regras que regem os actos de publicidade dos advogados.

Concorde-se ou não, a lei é para cumprir!

Anónimo disse...

Aquela Sociedade de Advogadas não está ali para procurar recuperar créditos de um qualquer credor (permitam-me a redundância). Os seus clientes não são uma qualquer pequena empresa em aflição, ou um qualquer desgraçado a quem lhe devem dinheiro. Conheço várias pequenas empresas que são credoras de outras empresas maiores e do Estado – esse péssimo devedor, sem moral, sem princípios, sem réstea de nada, que não é nem nunca foi pessoa de bem, basta ver como trata os contribintes, singulares ou colectivos (com a excepção de alguns “grandes colectivos e singulares”) – que nunca teriam hipóteses de conseguir a colaboração e o empenho daquela Sociedade de Advogadas. O Escritório em questão está orientado para um determinado tipo de clientela, a mesma que lhes permite pagar os sapatos caros de salto alto, a roupa cara que exibem no video de promoção, o colar ao pescoço, etc. Não sejamos ingénuos. Quanto a mim, estou-me nas tintas se as “madames e meninas” são giras, andam pelas ruas de Lisboa de saia curta ou comprida, etc, etc. Importa é saber para que tipo de clientela aquele escritório está vocacionado. Com vista a evitar equívocos e perceber a publicidade "manhosa". Insolvências para resolver e créditos para recuperar, como divulgam no seu “site”? Bom, depende se o cliente tem grande capacidade financeira para lhes pagar o custo dos seus (caros) serviços, daquilo que cobram (caro), de consultadoria (cara), aconselhamento jurídico (caro), etc. Têm o mérito que têm, porém, não nos deixemos enganar com promoções deste tipo. O cliente tipo para que se dirige esta sua publicidade não é qualquer um. Apenas e tão só as empresas (ou singulares) que têm (muito) dinheiro para lhes pagar a “dedicação”.
O comentador Pedro Lopes tem – naturalmente – toda a razão. Pelas razões que, muito bem, invocou. Exactamente!
Afonso Ferreira da Silva

Anónimo disse...

Ó Senhor Embaixador, como sabe o Senhor Alcipe ficou a dever-me alguns ordenados e horas extraordinárias daqueles últimos tempos em Paris, os advogados aqui do Golungo não me enchem as medidas, não poderia Vexa conseguir-me o endereço dessas senhoras advogadas? Ah, vem no site!… Retrospectivamente agradecido

Feliciano da Mata, credor

Anónimo disse...

Eu cá, acho que nós só devíamos ter embaixadoras. Chega de homens cinzentões e grisalhos. A imagem do país passa por mandar lá para fora as legítimas donas de uns bons pernões que os possam passear nos salões, devidamente à mostra como convém a uma nação aberta e moderna.
E, já agora - se não for pedir muito -, que também tenham uma peitaça digna de se ver, que realce o imenso coração português.

Podia agora passar às virtudes diplomáticas de um bom traseiro mas isso já era frescura a mais...

Isabel Seixas disse...

De facto a primeira imagem é fundamental, nem sempre é a que prevalece...

Haja Mulheres para ultrapassar as névoas da aparência sabendo usá-las para os ingénuos incautos e ao serviço dos objetivos delineados sem dor nem piedade...

o video é sem dúvida apelativo a um imaginário rendido às pêras como determinante de sucesso profissional, não fora a atualidade da proeminência do poder das maçãs (vejam a Sr.a filha da mãe Angela Merkel)e seria de facto bem sucedido.

De muito bom gosto o guarda roupa selecionado e a época para o exibir, vai decerto, como já se pode observar, distrair, confundir,esgrimir opiniões enquanto induz a anestesia dos tribunais constitucionais para não ver o essencial a pornografia da descaradez do desgoverno...

Aguardamos sem ansiedade a promoção do video masculino compatível...

AC disse...

O vídeo já não está disponível com base nos direitos de autor/a.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...