A Volta a Portugal passou hoje por Vila Real, precisamente pelo local onde foi tirada esta fotografia, que um vila-realense do meu tempo facilmente identifica como sendo na "marginal", entre o quartel velho e a garagem do Loureiro. Um vila-realense como este miúdo que ora se assina e que nela espreita sobre a mão no ombro do ciclista. 1957?
8 comentários:
Do tempo em que o ciclismo apaixonava miúdos e graúdos. Também cheguei a ver umas etapas (não em 1957 certamente!). Mas não eram só as bicicletas, era também o hóquei, o atletismo e o basquetebol nos anos 80/90, e outros desportos menos "convencionais" entre nós, como o râguebi. Mas depois, foi só futebol, futebol e mais futebol, até quase nos esquecermos do resto. Vivemos uma bebedeira de futebol, que é uma espécie de eucalipto que seca tudo à volta. Veja-se o que se faz em Espanha, por exemplo, que tem campeões do mundo no andebol e no basquetebol, e desportistas fortíssimos em tantas modalidades que são estrelas nacionais.
João Cabral, não há hipotese. Com uma ERC sem qualquer predominância regulatória, as televisões continuarão a bestializar o povão com o extraordinário futebol português em redor dos 3 grandes (esta denominação já diz tudo). Tenho-o referido várias vezes: o futebol é o melhor espelho do país. Está lá tudo, todas as assimetrias: litoral e interior, bestialização alimentada pela comunicação social, discriminação (tratamento de 3 clubes vs. os restantes), a política e o futebol (deputados comentadores, por exemplo), regionalismo e centralismo, mentalidade (como se compreende, por exemplo, que pessoas defensoras da sua região e da sua cidade otem, nno que ao futebol diz respeito, por apoiar um clube de Lisboa ou do Porto, sabendo que o futebol é também um dinamizador económico para a região: há casos verdadeiramente extraordinários como, por exemplo, um dirigente do Rio Ave andar com um cachecol do Benfica em dia de jogo contra o seu clube...), etc., etc. etc.
Ou seja: estudar o futebol português, nas sua vertente cultural e mental, é conhecer Portugal.
Lamento informar, mas isso não é verdade, não passa de um mito que vejo escrito várias vezes, mas só revela um gigantesco desconhecimento do período de enorme fulgor que vive o desporto português.
Só nos últimos 20 anos tivemos campeões do mundo no triatlo, canoagem, ciclismo, atletismo, trampolim, judo, bodyboard, e-prix, e até excluo o futsal para não ferir susceptibilidades, vencemos provas internacionais em andebol e motociclismo, temos atletas finalistas no all-around olímpico, e selecções nacionais colectivas em fases finais é o que não falta também; e se fosse para o nível europeu a lista até seria bem maior.
Engraçado falarem em râguebi, quando Portugal nos últimos 20 anos vai ter 3 presenças no mundial da modalidade, algo impensável de imaginar nos anos 1990.
A verdade é precisamente a contrária, nunca na sua história Portugal teve tantos campeões internacionais em tantas modalidades como neste século.
E não duvido que grande parte dos vencedores são estrelas nacionais.
Se calhar não repararam também que a gigantesca maioria dos estádios de futebol em Portugal estão às moscas.
Está igualzinho :)
Totalmente de acordo com João Cabral e José Ricardo. O futebol abafa os outros desportos basta só ver o espaço mediático que é dado a todos os outros.
Que máximo o Sr. Embaixador com 9 aninhos!
José Ricardo, muito bem visto.
E a popularidade disso tudo, onde está? E geram dinheiro? Há patrocinadores? Tudo isto conta.
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