domingo, janeiro 09, 2022

Africa, adeus!


As guerras coloniais, as guerras do Ultramar, as guerras de libertação ou as guerras de África - cada um fique na sua, de acordo com a opção que escolher - mobilizaram a sociedade portuguesa entre 1961 e 1974, nas três frentes de combate. 

Este post não quer dar para o peditório dessa luta semântica (e peço, a bem da serenidade política, que ninguém vá por aí!). O seu objetivo é, muito simplesmente, dar conta da recente publicação, com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real e de outras entidades, do livro “Adeus… até ao meu regresso!”. 

Trata-se de uma recolha de fotografias pessoais, intercaladas por alguma iconografia, cedidas por 56 cidadãos, oriundos do concelho de Vila Real, que estiveram mobilizados nas três frentes de combate. São, quase sempre, imagens de momentos descontraídos, mas não só, nesses anos que muito devem ter custado a passar a quem se vestiu de verde e teve uma arma na mão. Pelas páginas do livro, encontrei muita gente conhecida. 

Esta edição, sem fins lucrativos, à qual de associou a Liga dos Combatentes, presta também um homenagem às dezenas de cidadãos do concelho de Vila Real que perderam a vida nessas guerras.

Não faço ideia se, em outras localidades do país, alguém já procedeu a compilações idênticas. Nunca vi. 

Acho que esta foi uma excelente iniciativa, no centro da qual constato que esteve, além do meu velho amigo Carlos Almeida, a figura de Duarte Carvalho, um vila-realense que, nos últimos anos, se tem dedicado a publicar interessantes obras de recolha fotográfica sobre a cidade de Vila Real. Sinceros parabéns a ambos!

1 comentário:

septuagenário disse...

Aquela mobilização militar de tantos portugueses e de tão longa duração, 13 anos, não deve ser escondida, antes pelo contrário, deve ser divulgada até à exaustão, pois foi o fim de 500 anos muito especiais, do total de 900 que Portugal já conta.

Foram 500 anos de história, que Portugal passou fora das suas fronteiras mais ou menos naturais, (a que falta apenas Olivença), se não mencionarmos Açores e Madeira, que ainda houve alguns naturais a sonhar em "deslargar", e Macau que fingiu permanecer um pequeno período mais.

E nunca devemos esquecer de mencionar que Portugal foi contra a corrente da europa colonial, que esta achou por bem desistir de continuar a colonizar por mais tempo o continente vizinho, e os que andávamos por lá, achávamos cedo demais abandonar tal ideia.

A história tem que ser contada sem subterfúgios.

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Agostinho Jardim Gonçalves

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