quinta-feira, janeiro 13, 2022

CDS

Certos eleitores do CDS devem sentir-se pouco confortáveis ao verem o seu partido, que sempre se deu ares de sereno e responsável, ser representado por um miúdo esgazeado e aos berros, com frases feitas trazidas num papel. Além de que levantar a voz denuncia sempre desespero!

10 comentários:

José disse...

Sintomaticamente, Francisco Seixas da Costa não escreveu uma só palavra sobre a prestação de FRS contra o António Costa. Firme, calmo, eloquente, com conhecimento do que dizia e de como dizê-lo.

Lúcio Ferro disse...

Mas o CDS ainda tem eleitores?

Joaquim de Freitas disse...

"Sei muito bem o que quero e onde vou "...Antonio de Oliveira Salazar. No discurso de intronizaçao...

Onde vou ? Portugal, entre as décadas de 1930 e 1950, apresentava os menores índices de urbanização, alfabetização, industrialização e desenvolvimento económico, de todos os países europeus. “Esta é uma realidade que os serviços de censura ou propaganda foram responsáveis ​​de encobrir, porque o sistema só poderia funcionar através de uma aliança entre os órgãos de aplicação da lei e os serviços de “inculcação ideológica”.

"calmo, eloquente, com conhecimento do que dizia e de como dizê-lo." O professor também o sabia. "“Evitamos os excessos, excessos que se encontram em todos os regimes, sejam eles totalitários ou não. […] As liberdades fundamentais existem de jure e de facto em Portugal”. Em Caxias, Peniche, Tarrafal ....

Tony disse...

É triste ver o CDS, partido do sistema democrático prestes a desaparecer. Dirigido, por um "puto sem ceroulas" pode alguém classificar como calmo e eloquente? A sua postura metralha, de tal maneira, que os tradicionais votantes do CDS, zarpam para os recentes partidos da direita e extrema direita. Essa é que é essa. O rapaz, tem verbo fácil, mas os berros assustam e as pessoas, não gostam. Já agora. Todos os quadros importantes e de relevo do partido, em vez de ajudarem, foram à sua vidinha, todos, mas todos, bem colocados nas empresas. O resto é conversa!.

Jaime Santos disse...

Joaquim de Freitas, deixe lá as falácias, já parece o José. O botas não é para aqui chamado... Você às vezes parece o cão de Pavlov, fala-se em Direita e lá vem o Salazar...

Quanto ao José, sim, Rodrigues dos Santos esteve bem com Costa, mas gostei particularmente da peixeirada com Ventura, em que Rodrigues dos Santos, não abdicando de nenhum dos valores que sempre fizeram parte do património do CDS, outgunned Ventura e o deixou em KO técnico...

Mostrou que o 'religioso' Ventura é um hipócrita que ignora a Doutrina Social da Igreja e que venderia Portugal a Espanha se fosse Poder. Da última vez que alguém fez isso acabou atirado pela janela. Convenhamos que o tratamento que Santos deu a Ventura foi bem mais civilizado, até não fossem os tempos outros.

Mas com certos personagens, parece que só resulta combater fogo com fogo. No outro extremo do espectro político, onde há gente que arranca as roupas pela perda de soberania face à UE, enquanto canta louvaminhas ao capitalismo de estado chinês ou ao socialismo de miséria cubano (tudo ditaduras, claro), também vale a pena lembrar certas verdades...

Teria resultado melhor se Santos tivesse dito o mesmo, baixando o volume, mas não teria tido a mesma graça :) ...

José disse...

Ó "Tony", o Ventura saiu mais cravejado do que o São Sebastião. O "puto sem ceroulas" esfregou nas trombas do Ventura tudo o que ele é e deixou o "grande satã" nacional a fazer, literalmente, beicinho várias vezes!!!

Agora!... A prestação do "puto sem ceroulas" não convém à esquerda. Porque, o "plano Ventura", para funcionar, precisa de duas coisas: constante exposição mediática do Ventura e diabolização do mesmo.

É preciso que o Ventura esteja sempre na berra, para atrair a atenção dos votantes de direita e, depois, é preciso que ele seja como a lepra para que os partidos de direita não possam aproveitá-lo para acordos. É claro como a água! Votos no Chega são votos desperdiçados para a direita (por enquanto...).

Portanto, quando um líder de direita mostra os punhos, há o risco de recaptar votos do Chega e isso é mau porque traz peso à direita "coligável". Mas também há o risco de que o "puto sem ceroulas" perca votos para quem não gosta daquele estilo e isso, mais uma vez, é mau para a esquerda, porque os votos continuam na direita coligável e, provavelmente, vão para o PSD. É uma chatice, não é?

Já agora, a profundidade do seu pensamento é magnífica: as pessoas não gostam do estilo metralha do "puto sem ceroulas" e, portanto, passam a votar no metralha mor? Você é um génio!

Felizmente, isto não vai durar para sempre. Se o Chega efetivamente subir, vai chegar a uma encruzilhada: ou se amansa e começa a ser coligável com a direita ou continua na mesma e persegue uma existência estéril, ignorado por todos, o que o levará a perder votos e a desaparecer. O "plano ventura" - que já dura há quatro anos -, não vai dar lucro para sempre.

Jaime Santos disse...

José, a existência de Ventura e a 'dismal performance' de Rui Rio no debate com ele em que, se lhe tivesse dito em tom cordato e corajoso o que Santos lhe disse de forma desbragada (mas desprovida de insultos), teria morto o bicho à nascença, não foi um pecado da Esquerda, veja lá se entende isso, ou começa a parecer o Luís Lavoura que acredita em conspirações...

Como também não o foi a confirmação da possibilidade de um apoio parlamentar do Chega a um governo PSD por Paulo Mota Pinto:

https://rr.sapo.pt/noticia/politica/2022/01/05/mota-pinto-a-renascenca-chega-pode-viabilizar-governo-psd-sem-preco-politico-para-rio/267145/

Dia 5 de Janeiro foi há pouco mais de semana e meia... Claro, é um tempo longo em política, mas cá estaremos para vos fazer lembrar disso...

E para já, as sondagens dão ao CDS cerca de 2%. Se isso se transferir do CDS para o PSD, não me parece que sejam esses votos que vão tirar o sono a António Costa.

Mas digo-lhe mais, eu gostaria muito que a Direita democrática, PSD, CDS e IL roubasse tantos votos quantos possível ao Chega (ou que não os perdesse, dado que para já Ventura vale um e picos por cento).

E para isso, parece-me que o duelo Chicão-Ventura só contribuiu para que o meu desejo esteja mais próximo da realidade.

Já o PSD e Rio fazem-se de mortos não vá precisarem do apoio de Ventura...

Joaquim de Freitas disse...

Jaime Santos : Incomoda-o que escreva textos de Salazar, quando se fala do partido e dos seus amigos, que se recomendam sempre dele?

Não o incomoda que num blogue dum respeitável ex-embaixador português, que recordou e muito bem, há dias, o nome dum diplomata que honrou Portugal; Aristides Sousa Mendes, a quem membros actuais do partido salazarista CDS, Abel Matos Santos, é o seu nome, também chamou “agiota de judeus no seu facebook, ?

Um partido e um dirigente que deixa publicar textos como: “a PIDE era “uma das melhores polícias do mundo”, só provocaria problemas “aos comunistas e àqueles que atentavam contra a segurança do Estado”, e concordou com a actuação da PIDE escreve “e muito bem”. Questiona até as brutais torturas da polícia política salazarista.

O dirigente bloquista Fabian Figueiredo escreve: “Não é do partido do dr. Ventura, mas pensa e comporta-se como se fosse.”

Porque o incomoda tanto o nome de Salazar?

Jaime Santos disse...

Não, Joaquim de Freitas, não me incomoda nada que invoque o nome de Salazar. Incomoda-me sim que tente demagogicamente colar o nome de Francisco Rodrigues dos Santos ao do Ditador de Santa Comba.

Posso não subscrever o estilo trauliteiro de Santos ou a sua Ideologia, mas parece-me que as suas credenciais democráticas não são passíveis de discussão, como se viu no debate com o Chega.

Aliás, a prestação de Santos foi elogiada, senão na forma pelo menos no conteúdo, por pessoas insuspeitas de simpatias com o CDS como Ana Gomes ou Daniel Oliveira.

Como neste País vigora a Liberdade de Expressão, até para dizer dislates, Rodrigues dos Santos não pode mandar calar os seus militantes. Tal como ninguém o pode mandar calar a si quando vem fazer a apologia da Ostalgie, por exemplo... Ou António Costa não pode mandar calar Ascenso Simões quando disse que o Padrão dos Descobrimentos, uma obra de época por sinal muito bela, deveria ter sido dinamitado após o 25 de Abril.

Por acaso, eu vivi na Alemanha e conheci quem tenha sofrido a repressão da Stasi, e tanto quanto posso perceber, não era muito diferente da da PIDE (de facto, era pior). Por isso, para mim, que felizmente nasci e vivi sempre em democracia, não há boas ou más ditaduras, e não há liberdades coletivas sem as individuais... Há este regime sempre imperfeito, que é a melhor garantia de que uma qualquer casta de iluminados não se lembra de tomar o poder, sejam eles quem forem...

Faço ainda notar que Abel Matos Santos apresentou a sua demissão da direção do CDS por causa da polémica a que se refere, um aspeto que você convenientemente não mencionou...

https://www.publico.pt/2020/02/04/politica/noticia/abel-matos-santos-demitese-vicepresidencia-cds-1902881

Joaquim de Freitas disse...

Jaime Santos : Pouco me importa que Abel Matos Santos se tenha demitido, depois de ter dito o que disse e de ter gritado VIVA SALAZAR, “ de quem nunca conseguirão apagar a sua memória e o seu vasto legado! Foi, sem dúvida alguma, um dos maiores e melhores portugueses de sempre!”

Bem se vê, que nunca foi fazer uma visita a Champigny sur Marne, para presenciar o “vasto legado” de Salazar.

Quanto ao FRS, não precisa de me fazer um retrato da sua “democracia”, sabendo que este líder do CDS – PP (partido popular?) tem dois “heróis” da democracia: Reagan e Thatcher-.

O primeiro, herói da invasão da ilha de Grenada, com 7 000 fuzileiros navais contra 2 000 granadinos, e grande estratega da luta contra os Contra da Nicarágua e malabarista do escândalo Irão -Gate…Grande democrata:

A segunda, também grande democrata tomou chá com Pinochet, o algoz de Allende.

Jaime Santos: Dirigi a filial da minha firma durante dois anos em Darmstadt. Também conheci alemães que detestavam a STASI. Fui muitas vezes do outro lado da Porta de Brandeburgo, onde tinha grandes clientes.
Conheci alguns que sofriam da OSTALGIE, como lhe chama. Ainda hoje. É que tantos anos depois, a desilusão e o desapontamento prevalecem no leste da Alemanha.

Melhor do que nos tempos da República Democrática Alemã (RDA), mas continuam mais pobres do que os seus vizinhos do Ocidente. Queixam-se da desigualdade entre leste e oeste quanto a salários e pensões, e muitos continuam sentir-se alemães de segunda classe e órfãos de uma identidade perdida.
Os sentimentos continuam divididos e a reunificação continua a ser uma mà recordação para a maioria dos alemães de leste, onde as diferenças sociais, políticas e culturais entre as "duas Alemanhas" continuam muito fortes. Nem todos tiveram o destino de Ângela Merkel.

Destino singular o da democracia: ela só existiu sempre à margem da história, mas a falsa ideia que dela tem o discurso dominante serve de critério para separar o joio do trigo: por um lado os bons regimes, por outros os ruins….

E não perca o seu tempo comigo nesta discussão. Que os Estados contemporâneos atribuam essa qualidade a si mesmos é risível, tão vertiginosa é a distância entre o ideal proclamado e a realidade concreta.

Mesmo que sejam concedidos espaços de deliberação, eles nunca são o lugar onde o poder político é exercido: nem a votação das leis, nem a sua aplicação são uma questão de procedimentos democráticos.

De facto, o que chamamos de democracia consiste sobretudo em convocar os eleitores a pedir-lhes que nomeiem representantes ou dirigentes.

Eu , que votei “Não” ainda tenho Maastricht na garganta e sobretudo o Tratado de Lisboa.

Hoje, aqui na Haia

Uma conversa em público com o antigo ministro Jan Pronk, uma grande figura da vida política holandesa, recordando o Portugal de Abril e os a...