Em 2017, Jaime Nogueira Pinto foi convidado por um grupo de estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, para aí fazer uma palestra.
Levantou-se logo uma onda de protestos pelo facto de um “fascista” ali ir tomar a palavra, com imediatas ameaças de boicote. O movimento foi liderado por alunos tidos como afetos ao Bloco de Esquerda. A palestra, para evitar os incidentes que se anunciavam, viria a ser cancelada, numa decisão que não foi isenta de alguma polémica. (Conheço bastante bem o assunto porque, à época, eu próprio era membro do Conselho daquela Faculdade).
Lembrei-me disto, há dias, ao ver Jaime Nogueira e Fernando Rosas em ameno e urbano debate na CNN Portugal. E recordei-me, também, que, já em 2016, eu havia feito parte de um painel de debate, em Cascais, com outros dois convidados: Jaime Nogueira Pinto e … Francisco Louçã.
Afinal, constata-se que dois fundadores do Bloco de Esquerda não se sentem nada incomodados por contracenarem com Jaime Nogueira Pinto. Como, aliás, há muito tempo, conhecidos militantes do PCP - primeiro Rúben de Carvalho, agora Pedro Tadeu - dialogam com ele, com regularidade semanal, na rádio pública.
Os excitados seguidores do Bloco na FCSH na Nova, que se constata terem sido “mais papistas do que o papa”, é que são capazes de ainda não se terem dado conta disso. E se alguém os avisasse?
2 comentários:
Vale também a pena recordar que pessoas de direita se queixaram, quando a palestra de JNP foi cancelada, de ele estar a ser "censurado", sem se lembrarem que ele tinha todas as semanas voz ativa na rádio pública.
O facto de JNP ter "voz ativa na rádio pública" não conta para nada na análise da censura de que ele foi alvo na Nova. Nada!
Quanto ao aparente paradoxo de ver líderes do BE a conversarem com JNP: não podemos achar que o "negócio" do comentário televisivo está sujeito às mesmas regras da luta política "de rua" e que esta também condiciona as relações pessoais.
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