quarta-feira, abril 08, 2020

O desabafo do Eugénio


Eugénio Lisboa é, de há muito, um amigo. Escritor, crítico e homem desassombrado, tem sobre a vida, e sobre as coisas que ela nos traz, opiniões sempre claras. Não se esconde por detrás das palavras, usa-as como armas da crítica, na fórmula de um clássico. Diz o que pensa, o que é muito evidente nas memórias com que, desde há alguns anos, nos tem recordado tempos e pessoas do seu passado rico e diverso.

Nestes dias de chumbo, em que a poesia e a graça fazem parte do quotidiano de todos nós, mandou-me este curto exercício de estilo.

Ele aqui fica, com um abraço para ele e votos de muita saúde, para que o sol, que não tardará, o possa fazer voltar a sentar, com conforto, nos únicos bancos em que sempre podemos manter confiança.
VERSINHOS DE UM POETA COM ALGUMAS DIFICULDADE DE CONJUGAÇÃO
O Trump, fodido, irá-se
embora se a peste vá-se.
Que chatice se ele ficasse
no governo e nos lixasse!
Que bom se ele se fixasse
na sua Torre e se calasse!
Se o Almada ainda falasse,
diria que o Trump, sem classe,
cheira mal da boca – hélas!

Eugénio Lisboa,

Com um muito humilde pedido de desculpas
por isto não ser tão bom como, digamos, os Lusíadas!

5 comentários:

Gato Aurélio disse...

PIM!
:-)

Anónimo disse...

Tenho uma grande simpatia e admiração por Eugénio Lisboa, de que não serei próximo ideologicamente, pois nunca o vi a condenar de forma clara a nossa vergonhosa e trágica descolonização, apesar da condenação dos excessos do regime que por lá, em Moçambique, se instalou logo a seguir. Essa admiração resulta de muitas coisas: do seu rico percurso de vida, desde Moçambique até Portugal; dos livros dele, mas em especial do primeiro, sobre o Liceu Salazar, uma verdadeira delícia; da sua clareza quer na escrita (admirável e irrepreensível) quer na palavra; e do facto de ter nascido e vivido em Lourenço Marques, o que é sempre uma mais valia! Dito isto, comungo com ele o evidente desprezo que sente pelo desprezível Trump.

Anónimo disse...

No meio disto tudo, o que interessa é o Trump. Ainda vão dizer que o vírus foi uma invenção dos americanos...

Take Direto disse...

Muito bom!

Anónimo disse...

Nas TVs nacionais os textos sobre Trump -e as opiniões de quase todos os (selecionados) comentadeiros- são predominantemente deturpação de factos, claramente no sentido de denegrir o personagem.
Proselitismo militante?. Falta de adequada informação?. Bairrismo?.
Afinal o pretender deliberadamente denegrir um personagem, apenas fica com quem tal gesto pratica.

Poder é isto...

Na 4ª feira, em "A Arte da Guerra", o podcast semanal que desde há quatro anos faço no Jornal Económico com o jornalista António F...