sexta-feira, abril 17, 2020

Letra morta

Não sou um grande leitor de ficção, confesso desde já. Mas conheço (com proveito, diga-se) alguma coisa de Rubem Fonseca, que aliás cruzei um dia, num divertido almoço no Brasil, com Agustina Bessa Luís e Lígia Fagundes Telles. Humildemente, digo, alto e bom som, que nunca li uma linha que fosse de Luís Sepúlveda, de que bastante ouvira falar e de cuja escrita vejo agora dizer tão bem. E, também com a modéstia dos que assumem, sem complexos, as suas lacunas, atrevo-me a revelar que não conhecia, nem de nome, Luiz Alfredo Garcia-Roza. Todos estes escritores latino-americanos morreram nos últimos dias.

Falta-me ler tanta coisa! Mas, se não mantivesse a certeza de que ainda vou a tempo de ler muito daquilo que me falta, “sem razão seria a vida, sem razão!”, como canta o meu amigo Manuel Freire.

6 comentários:

Anónimo disse...

Biphasic and polyphasic?.
"This was also a favorite time for scholars and poets to write uninterrupted".
Adoro a quietude.

Anónimo disse...

Este confinamento tem criado condições para, em muitos de nós, uma alteração do ciclo sono/vigília.
Alguns podem mesmo estar preocupados com possíveis "doenças" do tipo "insónia".
Pelo contrário. Estamos perante uma únca, saudável, interessante oportunidade.
Sugere-se, por exemplo, a leitura de este link e, quiçá, "do it better"?.

https://books.google.pt/books?id=4vgQqcSY3hwC&pg=PT18&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false

Take Direto disse...

Não conheço o Garcia-Roza. Vou procurar.

Anónimo disse...

Sim, também fiquei com vontade de ler as obras desses escritores
o homem parte, a obra fica…
vamos ver se vou conseguir ir a um restaurante em breve, que saudades!
será que terei de levar os meus talheres de cartão e a toalha de papel?!
com receio dos contágios…
ou iremos ter boa informação sobre a maneira de desinfetar e higienizar espaços de estabelecimentos abertos ao público, escolas, creches, comboios, de maneira que os clientes cheguem com confiança?
tem havido um bom trabalho para as pessoas
haverá um bom trabalho para ensinar aos donos dos estabelecimentos as medidas de proteção
para poderem voltar a abrir, da parte dos mais diversos especialistas na matéria
pessoal da saúde, ASAE, bombeiros, epidemiologistas
Deus queira que sim

Graça Sampaio disse...

«Falta-me ler tanta coisa!» - é o que eu digo e penso de mim...

Gosto muito de vir aqui...

dor em baixa disse...

De Garcia-Roza nunca ouvira falar. De Sepúlveda li alguns (poucos) livros, porque não é a literatura que mais me atrai. Rubem Fonseca era um dos maiores escritores em língua portuguesa. Prémio Camões 2003. "A Grande Arte" foi o livro que melhor me fez "ver" a violência numa sociedade. Muito bem escrito, excelentes diálogos, intenso, ritmo imparável. E ainda acrescenta um pormenor delicioso para nós, portugueses: sempre que o personagem se senta à mesa de um restaurante. encomenda um vinho. Sempre diferente, sempre português, as marcas de vinho português vão desfilando. Muito interessante o "Bufo & Spallanzani". Já o famoso "Agosto" - a sequência alucinante que conduz ao suicídio de Getúlio Vargas - não me entusiasmou porque não adiro àquele género.

Poder é isto...

Na 4ª feira, em "A Arte da Guerra", o podcast semanal que desde há quatro anos faço no Jornal Económico com o jornalista António F...