Um dia, estava a almoçar num restaurante em Belém, no Brasil. A certo passo, vi que o céu se adensou e, quase subitamente, caiu uma fortíssima bátega de água. Comecei a ficar preocupado, porque tinha ainda um programa a cumprir, nas horas seguintes.
Sossegaram-me logo: “No máximo, daqui a quinze ou vinte minutos, isto já passa!”. E não é que passou mesmo? O ambiente rapidamente clareou e o resto do dia ficou magnífico. Alguém, local, explicou-me então que aquela chuva fazia parte da “rotina” diária da cidade e da região.
Mas foi-me dito mais: por ali, os encontros informais entre as pessoas, quando não tinham de obedecer a uma hora rigorosa, eram marcados da seguinte forma: “Vemo-nos depois da chuva!”
Lembrei-me disto há pouco, quando telefonei a um amigo para saber da sua saúde, nestes tempos bizarros que vivemos. É que acabámos a conversa a dizer: “Vamos então almoçar, logo que isto passe!”. O “isto” era, claro, o vírus que nos atazana o quotidiano.
Falei-lhe do dito similar de Belém. Ele conhecia-o bem. Aprende-se bastante quando, como foi o seu caso, se esteve muitos anos exilado no Brasil.
4 comentários:
Belém do Pará...
o vírus que nos atazana o quotidiano
O vírus não, o governo (e as Câmaras Municipais). É ele quem nos proíbe de andar por aí. Não é o vírus.
Os exilados no brasil sempre foram mais sabidões do que os padeiros.
Já na frança acontecia a mesma coisa.
Para alguns foi mesmo o vírus, que, os proíbiu de andar por aí.
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