quarta-feira, fevereiro 21, 2018

O Brexit e a Segurança e Defesa da Europa


A convite do Instituto de Defesa Nacional, tive ontem o gosto de apresentar, a par de um colega espanhol, aos auditores de Defesa Nacional de Portugal e Espanha, numa sessão em videoconferência que envolveu Lisboa, Madrid e Porto, a minha perspetiva sobre os impactos potenciais do Brexit nos equilíbrios e perspetivas de evolução futura da segurança e defesa da Europa. 

Este é um tema muito interessante, e cujo tratamento pouco ainda tem evoluído, no dédalo negocial que é o Brexit, e que também se liga aos equilíbrios no seio da Nato e às relações com os Estados Unidos e que implica uma atenção às diferentes culturas de segurança, por virtude da diferenciada posição geopolítica, que atravessam a própria União Europeia. 

Dei algum destaque às propostas da primeira-ministra Theresa May neste domínio, apresentadas a passada semana à Conferência de Segurança de Munique, bem como às “respostas” de Jean-Claude Juncker. Mas o verdadeiro debate ainda não começou.

Preservando a reserva deste tipo de exercícios, quero apenas notar que a perspetiva global espanhola não parece afastar-se muito da que Portugal tem vindo a defender neste contexto, não obstante, no que toca à atitude face ao Reino Unido, as sensibilidades de ambos os países partam de posições de base algo diferentes.

4 comentários:

Anónimo disse...

Notícias do Brexit:
- Tajani próximo Presidente do Conselho em Itália;
- Pitella, que regressa a Itália, já não ascende à liderança do PE;
- Maria João Rodrigues sucede a Pitella na liderança do PSE e não se sabe se mais...;
- Comissário Avramopoulos, das Migrações, em maus lençóis depois do caso Novartis, nomeia compatriota grega para Directora-Geral;
- Selmayer, esse mesmo que se tinha batido por Georgieva contra Guterres nas NU, novo SG da Comissão.
- Constança Urbano na pool position para juíza no Tribunal de Justiça da UE.

A Nossa Travessa disse...

Meu caro Franciscamigo

Na verdade o tema da defesa é um tema muito interessante e tem de ter ser debatido quanto mais cedo melhor e com quantos mais participantes ainda melhor. A tua exposição para mim foi um passo inicial decisivo, pois o assunto Brexit/ Europa Unida(?)é inclemente.

Claro que as nossa posições e as espanholas têm de ser semelhantes, pois na peninsula estamos juntos (atenção, não falo de iberismo, longe disso, muito menos de um "federalismo"); se não fora assim..

Finalmente leio as Notícias do Brextix que o Anónimo trouxe

Até onde chegarão as nossas Maria João Rodrigues e Constança Urbano de Sousa?

E é tudo

Um abração deste teu grande amigo e admirador
Henrique, o Leãozão

PS _ A propósito do Tondela - Sporting tens carradas de razão

Joaquim de Freitas disse...

Em Munique, Paris e Berlim reivindicam a sua autonomia estratégica face a Washington.
Que demonstrem que não são só ideias saídas no MTC, e que tenham a coragem de ir até ao fim.
Mas vimos bem que os EUA avisaram já contra os riscos de duplicação com a Nato. As suas reticências contra o (CSP), Cooperação Estruturada Europeia, que deve permitir conjuntamente capacidades de defesa e de investir em projectos comuns, não lhes interessa.

Eles sabem que este projecto risca de desviar meios que poderiam ir para a Nato, mas o que lhes dá suores frios é que pode também servir a proteger a indústria europeia de defesa, em detrimento da indústria de defesa americana.

O Senhor Embaixador sabe disso melhor que eu!

O que eles querem é manter os Europeus sob o martelo americano. E foi o que as duas ministras da defesa alemã e francesa lhes disseram:- “ Queremos continuar transatlânticos mas queremos também ser mais Europeus”..Acrescentando “ Opor a EU à Nato é um falso debate”…

Que os Europeus pretendam controlar o seu destino, quando é preciso utilizar a força, não agrada aos americanos. Que preferem atirar sempre primeiro sobre o alvo…Como fizeram no passado e morrem de desejo de fazer contra a Coreia do Norte… A velha reacção dos cowboys do Far West !

Mas sabemos que a “guerra contra o terror”, que se proclamou como resposta aos ataques de 11 de Setembro de 2001, revelou ser um falso paradigma de segurança política, pois conduziu a mais violência, a mais guerras e a uma grande perda da ordem nacional e internacional. Agora, é intensa a demanda dos políticos e da sociedade, para que a pesquisa da paz e de conflitos apresente alternativas.

Anónimo disse...


Para um não-politizado como eu,...... que se passa qualquer coisa é uma evidência.
Para onde se irá, uma grande icógnita.
Isto pode-se aplicar seja a Portugal seja ao resto da Europa.
Chegou-se a um ponto tal, que mesmo para mim é dificil de perceber, sem as emoções resultantes de uma mudança.
Mas que se terá de mudar também é uma evidência, pois o discurso continua com os mesmos chavões, os quais, mesmo que humanistas não resultaram.
Andamos a perder tempo..... em lanas caprinas.

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