quinta-feira, novembro 30, 2017

Mário Centeno


Nunca acreditei nas reais possibilidades de Mário Centeno vir a ser presidente do Eurogrupo, na leitura que fazia dos equilíbrios políticos que nele se projetavam. Erro meu. 

Não sabemos ainda se virá a ser escolhido, mas, mesmo que isso não venha a acontecer, o anunciado conjunto de apoios que a sua candidatura já concitou é um fantástico reconhecimento para o próprio, uma vingança do tamanho do mundo para António Costa, o primeiro-ministro que o descobriu para a política, e uma “fava” natalícia antecipada para muita (mesmo muita) gente. 

Se acaso Centeno vier a ser eleito, tal como já aconteceu com Guterres na ONU, preparemo-nos para as medíocres ironias paroquiais que por aí abundarão, desqualificadoras da importância do lugar e do poder efetivo do seu titular, com prenúncios do pior para o futuro dos equilíbrios no seio da “geringonça”. 

Portugal é assim há muitos séculos, a inveja, o despeito e o ódio ao sucesso dos outros fazem parte da nossa matriz identitária como povo e são, com toda a certeza, uma das fortes razões que explicam por que não passamos da cepa torta.

8 comentários:

Anónimo disse...


Pessoalmente, nada me move contra o sucesso alheio desde que conseguido sem atropelos de qualquer ordem. Se essa nota final foi uma "indirecta" de resposta a cometário anterior sobre Belmiro de Azevedo, falhou completamente o alvo. Há percursos que não me merecem inveja nem ódio, mas apenas desprezo. E se o Senhor Embaixador me conseguir explicar em que capitulo da cartilha socialista é que encaixa o elogio a um empresário que resolve pagar no estrangeiro os impostos sobre os lucros que aqui gerou, desde já o meu sincero agradecimento. Pode ser que assim consiga diluir a vergonha que sinto por pertencer a uma família politica que aponta tais personagens como exemplo a seguir.

JRodrigues

Anónimo disse...

Há muito tempo que se desvaloriza o lugar.
Há muito tempo que se diz que é mau para nós ele ir para lá.

Deixe-se de coisas: essa de antecipar as críticas como forma de esvaziar a sua razão, já é velha.

Anónimo disse...


Como já aqui afirmei, António Costa tem um extraordinário instinto negocial.
A candidatura mal sucedida do Porto para a AEM não era para vingar.
Era sim um passo no sentido de Portugal poder vir a reclamar créditos para novas candidaturas. Mais importantes, à luz da avaliação do PM.

Aqui está ela: Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo.
Também nunca acreditei nas reais possibilidades de aquele vir a ser presidente do Eurogrupo.

Estávamos ambos enganados senhor Embaixador.

Anónimo disse...

"... a inveja, o despeito e o ódio " ... é verdade, há por cá muito disso.

Mas o Senhor Embaixador bem sabe, e já bem escreveu sobre isso, que o facto de o poder político não perder uma oportunidade para, muito discutívelmente, vangloriar a sua cepa, é apenas isso: mais auto-promação.

Para o próprio, para o seu ego, para a sua carreira é, será, provavelmente óptimo.

Mas também sabemos que vista de cima para baixo a nomeação de um candidato para um posto mediano numa hierarquia tem muito a ver com a sua comprovada obediência -a quem tem o poder de nomear- e pouco a ver com outras virtudes pessoais do candidato.

Neste caso o que parece estar em causa é apenas o gosto por "moeda única" ou por uma "moeda comum", opção essa que transcende, em muito, o candidato português.
Veremos. JS

A Nossa Travessa disse...

Caro Chicamigo

Sou amigo do Mário e quando houver novidades vou telefonar obviamente a dar lhe parabéns; o texto, como sempre,está bué fixe.

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NOUTRO REGISTO

Anteontem estava muito triste! E continuo a estar. A Raquel tinha ido acompanhar o meu irmão Braz (pois o cancro agravou-se) numa ambulância do INEM ao hospital de Santa Maria! Maldito cancro na próstata. Estava com dores insuportáveis. O psa que devia ser 4 era 1520!!!!! Obviamente ficou internado.

Estive e estou a esperar aqui em casa porque a bengala que uso não me dá a possibilidade de o acompanhar. Nem quero pensar que ele vai ficar tramado…esperando o final.
Irei dando notícias porque tu, Francisco, mereces.

Abç do que assina desanimado e apavorado
Henrique, o Leãozão


Anónimo disse...

Vem aí novo resgate ( penso ser o quarto), nem o boca de pato nos salva.

Anónimo disse...

Não passamos da cepa torta? Olha que não. Esqueceste o que isto era há 50 anos? Ou mesmo há 20, comparado com o que é agora? Quanto à inveja, não me parece que seja um exclusivo nacional.
Fernando Neves

Anónimo disse...


Isto.....na política está-se a parecer cada vez mais com os clubes de foot-ball.
Há uma fixação de objectivos comuns: Quem perde nunca deixa de menorizar ou recriminar o ganhador. Não pode ser inveja mas sim despeito.
Tal como um visinho de longa data que faz fortuna e os visinhos dizem logo que o fez de uma forma torpe e desumana. Enfim... é o país que temos: Pequenino e absurdo, cheinho de má lingua das visinhas, ainda à janela, a dizerem mal de quem passa.
Nem a revolução acabou com isso.

25 de novembro