Um ano com Trump. Recordando o ambiente que antecedeu as eleições americanas, a surpresa (para muitos) do resultado e o debate de um mundo aturdido em torno do mesmo, o mínimo que se pode dizer é que Trump não “desiludiu” a generalidade das expetativas. Os balanços aí estão, por toda a comunicação social, relativamente uniformes. Em síntese, pode dizer-se que ninguém esperava que uma sociedade com a maturidade política como a americana pudesse produzir na Casa Branca uma figura tão escassamente preparada para dirigir o mais importante país do mundo. Trump é hoje um visível embaraço para grande parte da América e é patente que o seu “establishment” se vê em grandes dificuldades para controlar a impulsividade e o estilo errático, no limiar do desastre, da sua presidência. O mundo exterior, depois do primeiro impacto, parece andar à procura do melhor modo de lidar com ele, na certeza de que, nesse relacionamento, nada é adquirido e tudo pode mudar no instante seguinte. O grande drama para a comunidade internacional é que, pela importância dos EUA numa multiplicidade de áreas, não é possível ficar à espera do pós-Trump. Se, para os americanos, como referi, Trump é um embaraço, para o resto do mundo é e vai continuar a ser um imenso problema.
quarta-feira, novembro 08, 2017
Trump
Um ano com Trump. Recordando o ambiente que antecedeu as eleições americanas, a surpresa (para muitos) do resultado e o debate de um mundo aturdido em torno do mesmo, o mínimo que se pode dizer é que Trump não “desiludiu” a generalidade das expetativas. Os balanços aí estão, por toda a comunicação social, relativamente uniformes. Em síntese, pode dizer-se que ninguém esperava que uma sociedade com a maturidade política como a americana pudesse produzir na Casa Branca uma figura tão escassamente preparada para dirigir o mais importante país do mundo. Trump é hoje um visível embaraço para grande parte da América e é patente que o seu “establishment” se vê em grandes dificuldades para controlar a impulsividade e o estilo errático, no limiar do desastre, da sua presidência. O mundo exterior, depois do primeiro impacto, parece andar à procura do melhor modo de lidar com ele, na certeza de que, nesse relacionamento, nada é adquirido e tudo pode mudar no instante seguinte. O grande drama para a comunidade internacional é que, pela importância dos EUA numa multiplicidade de áreas, não é possível ficar à espera do pós-Trump. Se, para os americanos, como referi, Trump é um embaraço, para o resto do mundo é e vai continuar a ser um imenso problema.
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BOAS FESTAS!
A todos quantos por aqui passam deixo os meus votos de Festas Felizes. Que a vida lhes sorria e seja, tanto quanto possível, aquilo que i...
11 comentários:
"Se, para os americanos, como referi, Trump é um embaraço, para o resto do mundo é e vai continuar a ser um imenso problema", para Portugal a geringonça é vai continuar a ser um grande problema.
Eu permito-me discordar daquilo que o sr. Embaixador denomina de "maturidade" da sociedade estadunidense. Claro que há a elite científica e universitária, mas a mentalidade cultural norte-americana é, maioritariamente, boçal e rural. Nova Iorque é outra louça, e um oásis, que não se deve tomar por regra nem exemplo.
Que c'est bien dit ....e justo !
Eu discordo do Francisco. Trump até agora não foi problema nenhum para o resto do mundo - ainda não provocou nem incentivou nenhuma guerra. Pelo contrário, se tivéssemos tido a infelicidade de a Hilária ter ganhado, já teríamos sem dúvida mais uma guerra algures a estourar.
“Trump até agora não foi problema nenhum para o resto do mundo - ainda não provocou nem incentivou nenhuma guerra “ escreve o Sr. Luís Lavoura !
Como diria um americano : « Amazing “ Incrível que um Europeu se considere satisfeito porque o grande Manitou americano “ainda” não provocou nem incentivou nenhuma guerra “ Ainda estamos vivos …
Esta frase demonstra bem o grau de subserviência dos cidadãos do Mundo, perante o poder do Império.
Se Trump não tivesse retirado os Estados Unidos do acordo de Paris sobre o clima,
Se não se recusasse a certificar o acordo sobre o nuclear iraniano,
Se não defendesse o fim do multilateralismo,
Se não ameaçasse o mundo de proteccionismo,
Se um ano de Trump, não tivesse sido 365 dias de insultos, provocações, “Trumperias”, erros, noticias falsas, tweets delirantes e insanos, mergulhos na América racista e supramacista que defendeu, Trump e as mulheres, Trump e os dólares, e, sobretudo, o delírio verbal contra a Coreia do Norte, que faz tremer o mundo,
Estaria tentado de dizer : MERCI Trump.
Respeitosamente, não é um ano com Trump, é sim um ano passado com essa criatura eleita (8NOV2016); é presidente desde 20JAN2017. Só uma questão de rigor, pois falar sobre a criatura dá vómitos.
António Cabral
O que aqui foi publicado, é sobre Trump e não sobre a nossa actual situação governativa… Provavelmente se o entendimento seguir por mais alguns anos – espero bem que sim – talvez possa ser um problema para os "trumps", espalhados pelo Mundo… quem não se lembra do "famoso" Frank Carlucci.
So quem ainda nao entendeu que o eixo do mundo ja esta na Asia e que nao ve que Trump e apenas um sintoma e nao a doença. De qualquer forma o presidente dos eua pouco manda , quem manda la e o estado profundo e quem nao alinhar na dança tem o destino de JFK.
Outra coisa muito interessante e que anda quase toda a gente a reboque do que aconece naquele pais para definir o seu desstino em vez de fazer por o conseguir pelos proprios meios
Ate parece que e por causa de Trump que os eua vao arranjar guerra com alguem.
No total as guerras "oficiais" desde a independência (ano 1775) foram 91. Feitas as contas, os Estados Unidos foram quase sempre em guerra com alguém, com poucos períodos de excepção, e precisamente:
entre 1806 e 1809
em 1816
entre 1829 e 1832
entre 1843 e 1844
entre 1934 e 1940.
Estes foram as únicas alturas durante as quais os Estados Unidos conseguiram não zangar-se com alguém. Ou talvez andassem simplesmente distraídos, não sabemos. No total foram 18 anos de paz ao longo de 241 anos de história. Nada mal.
Quanto as balelas da democracia madura, dos pesos e contrapesos , da liberdade, do sonho americano so mesmo quem anda a dormir e que vive esse sonho. Basta lembrar da pouca vergonha que foram as eleicoes quando Bush J. ganhou a Al Gore e agora o que estao a fazer para sabotar Trump
Apenas mais um dos critérios para avaliar, comparar, o PR Trump com os seus antecessores.
"...We looked at S&P 500 returns for each year after every U.S. election since 1950* and found that the current 21.1% rally ranks fifth on the list..." 5º melhor S&P 500, entre 17 PRs, um ano após a eleição.JS
Ao Anonimo 8 de novembro de 2017 às 20:40 :
Sabemos que os monarcas absolutos, no passado, lançavam facilmente novas guerras unicamente por objectivos pessoais, como a sede de glória militar, guerras não consentidas pela justiça ou a voz e os interesses do seu povo.
Os que se alinham por trás de Trump quando bombardeia, farão tudo para que ele continue. E não tardarão a confeccionar-lhe uma farda de General... que o megalómano apreciará!
Como quando Daesh fez explodir bombas químicas em Alepo e Trump castigou os Sírios; com – 58 mísseis, enquanto comia o seu bolo de chocolate…O seu primeiro gesto de guerra…
E os democratas, que o acusavam de ser uma marioneta de Putine, e por isso incapaz de fazer mal a Assad, o aprovaram e só poderão apoiar Trump em todas s aventuras futuras. E este quer provar o contrário, agora!
Faz-me lembrar George Bush (Pai) quando invadiu o Panamá para provar que era corajoso...
Aliás alguns regozijavam-se, proclamando que Trump reagiu sob a pressão dos Democratas... e que esta acção deu os seus frutos... Pois que é assim que funciona a politica..... A guerra é a arma absoluta clássica que os presidentes US utilizam para mostrar que são fortes, patriotas e merecem o respeito. E quanto mais estes atributos forem postos em duvida, maior será a tentação de provar o contrário.
Kennedy em Cuba, Nixon e Johnson no Vietname, Ford em Mayaguez, Reagan em Grenada e Líbano, Bush no Panamá e Carter no resgate dos diplomatas americanos no Irão, mas foi um desastre que lhe custou a reeleição...
O que nos deve preocupar, e toda a gente, é o facto que Trump foi o autor deste bombardeamento na Síria. Ele e unicamente ele assume a responsabilidade principal. Mas ele não evolui numa bolha. Ele evolui no ambiente de Washington. E a razão maior pela qual é perigoso de agitar a tensão retórica entre duas grandes potências nucleares é a facilidade que ela pode criar para Trump de utilizar a guerra para provar que é realmente um patriota.
Foi por humanitarismo, disse ele, porque as crianças sírias...etc, etc .. Se foi o humanitarismo que o motivou, os USA recolheriam o máximo de refugiados...da Síria e da Líbia, que destruíram !
Por isso, se bombardear a Coreia do Norte um dia, será também por humanitarismo…Porque os Coreanos sofrem e Kim-Jonh-un insulta Deus.
O Anónimo de 8 de Novembro de 2017 às 23:06, quer talvez provar que os tambores da guerra produzem um som benéfico para os negócios… Claro! Veja as encomendas de material de guerra que Trump obteve em cada uma das suas visitas ao estrangeiro, particularmente nos países do Golfo, que podem pagar…E verá que também obterá belas encomendas no Japão e na Coreia do Sul.
Enfim, o proteccionismo anunciado para o ano, será uma alavanca interessante para a bolsa…americana! Conheço pelo menos uma empresa, importante, que começou já a avaliar o impacto dos 20% de direitos alfandegários que Trump quer aplicar em certos produtos, se o Congresso apoiar a sua iniciativa. Ele foi eleito sobre este programa !
A base dos eleitores de Trump, à volta dos 30%, aliás, restam firmes no seu apoio incondicional…Esta base eleitoral, se Trump obrigar ao regresso aos Estados Unidos, das firmas que tinham deslocalizado, garantem-lhe um segundo mandato…O pragmatismo do Império …Como se dizia antes: “Tudo o que é bom para a General Motors é bom para a América e os Americanos”…
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