Mais no Twitter do que no Facebook (que é uma praia de seniores...), ainda menos neste mundo declinante que são os blogues, o defunto assunto do “webdinner” no Panteão deu origem, desde o primeiro momento, a montes de graças e graçolas. Ainda na madrugada de sábado, alguns comentadores alvitravam divertidas “reações” dos ilustres mortos ao ágape a que “assistiam”, perguntava-se se havia Wifi (com magníficas sugestões para a “password”), outros davam dicas alternativas de locais para o futuro e outras coisas assim.
De há muito que somos um país de graça fácil, que tenta encontrar um lado risonho para tudo, que surge pronto a exorcizar momentos tidos por mais complexos, evitando tratá-los como tal. A conversa de café, no passado, tinha as suas “vedetas”, uma espécie de especialistas em encontrar um lado divertido para tudo, em trazer aos grupos a última anedota. Hoje, são substituídos pelas redes sociais, onde há gente com muita piada, embora lado a lado com uma legião de sujeitos indignados, de sobrolho carregado, alguns com tiques ridículos de “finis patriae” em tudo aquilo que criticam.
Acho muito bem que assim continuemos a ser, que saibamos rir das coisas e das pessoas. Isso torna os dias mais leves e ajuda a animar as gentes. E é também importante saber hierarquizar os assuntos, para que nos não transformemos num país tremendista, em que tudo é um drama, por dá cá aquela palha. Para dramas, já bastam os verdadeiros dramas.
8 comentários:
Ah pois, como tem razão o Senhor Embaixador ! Escreveu muito bem, como sempre, que o dia mais perdido é aquele em que não rimos…
De notar que o aluguer de monumentos nacionais para a realização de eventos mundanos é possível porque o subsecretário de Estado da Cultura do Governo PSD/CDS, Jorge Barreto Xavier, impôs o Despacho n.º 8356/2014, de 24 de Junho, à Direcção Geral do Património Cultural. Um mero pro forma, pois já desde 2013 se faziam jantares no Panteão.
O cúmulo do ridículo é ver agora o PSD e o CDS, como de costume, a dispararem em todas as direcções e a arrancarem os cabelos.
Ó Freitas, eu rio-me sempre dos seus comentários. Obrigado!
Que chatice...!
Tinha o meu casamento reservado no Panteão.
Talvez me indminizam,com a oferta de uns dias de núpcias no mesmo local.
Oh anónimo das 12 de Novembro de 2017 às 16:42 :
Olhe que não me admira nada de si. O problema é que você não sabe do que ri. E nesse caso, rir é uma bóia de salvação. Saiba que rir é uma coisa grave, com a qual não se deve brincar.
Sr. Embaixador,
o mundo virtual atual tem aspetos que o tornam próximo de "um além" que no Panteão talvez encontre o lado irreal ou surreal, e a motivação de certas decisões com razões que a própria razão desconhece ?!
Caro Catilinária
Veja por favor os artigos 2 e 3 do mesmo despacho.
A DGPC deve analisar cada pedido e autorizá-lo ou indeferi-lo.
Não creio que o Ex-Secretário de Estado da Cultura ainda tenha direito a pronunciar-se sobre os pedidos, assim sendo não me parece correcto imputar-lhe responsabilidades relativamente a este lamentável jantar.
Quem tem o poder de decisão que as assuma e não se esconda atrás de cortinas de fumo.
Existe um drama verdadeiro:
A falta de vergonha de ir buscar o dinheiro a quem o tem.
Os fins justificam os meios, à medida que se acumulam os exemplos da degradação estatal em serviços como a saúde, ensino, etc.
Aumenta o alcance e a voracidade do controlo fiscal sobre toda e qualquer actividade privada, seja ela o aluguer de um quarto ou o regime simplificado dos recibos verdes.
As oligarquias sindicais e corporativas do regime preparam-se para guerrear entre si.
Logo precisam de mais impostos.
Há que perder a vergonha de dizer que os impostos estão a comprometer o nosso futuro porque nos tornam reféns do Estado, cada vez mais dependentes das decisões do tripé(?), PS^^BE^^PCP.
Estamos anestesiados pela dupla ilusionista Costini & Centini.
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