domingo, novembro 12, 2017

Um país de graça

Mais no Twitter do que no Facebook (que é uma praia de seniores...), ainda menos neste mundo declinante que são os blogues, o defunto assunto do “webdinner” no Panteão deu origem, desde o primeiro momento, a montes de graças e graçolas. Ainda na madrugada de sábado, alguns comentadores alvitravam divertidas “reações” dos ilustres mortos ao ágape a que “assistiam”, perguntava-se se havia Wifi (com magníficas sugestões para a “password”), outros davam dicas alternativas de locais para o futuro e outras coisas assim. 

De há muito que somos um país de graça fácil, que tenta encontrar um lado risonho para tudo, que surge pronto a exorcizar momentos tidos por mais complexos, evitando tratá-los como tal. A conversa de café, no passado, tinha as suas “vedetas”, uma espécie de especialistas em encontrar um lado divertido para tudo, em trazer aos grupos a última anedota. Hoje, são substituídos pelas redes sociais, onde há gente com muita piada, embora lado a lado com uma legião de sujeitos indignados, de sobrolho carregado, alguns com tiques ridículos de “finis patriae” em tudo aquilo que criticam.

Acho muito bem que assim continuemos a ser, que saibamos rir das coisas e das pessoas. Isso torna os dias mais leves e ajuda a animar as gentes. E é também importante saber hierarquizar os assuntos, para que nos não transformemos num país tremendista, em que tudo é um drama, por dá cá aquela palha. Para dramas, já bastam os verdadeiros dramas.

8 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Ah pois, como tem razão o Senhor Embaixador ! Escreveu muito bem, como sempre, que o dia mais perdido é aquele em que não rimos…

Cícero Catilinária disse...

De notar que o aluguer de monumentos nacionais para a realização de eventos mundanos é possível porque o subsecretário de Estado da Cultura do Governo PSD/CDS, Jorge Barreto Xavier, impôs o Despacho n.º 8356/2014, de 24 de Junho, à Direcção Geral do Património Cultural. Um mero pro forma, pois já desde 2013 se faziam jantares no Panteão.
O cúmulo do ridículo é ver agora o PSD e o CDS, como de costume, a dispararem em todas as direcções e a arrancarem os cabelos.

Anónimo disse...

Ó Freitas, eu rio-me sempre dos seus comentários. Obrigado!

PSICANALISTA disse...

Que chatice...!
Tinha o meu casamento reservado no Panteão.
Talvez me indminizam,com a oferta de uns dias de núpcias no mesmo local.

Joaquim de Freitas disse...

Oh anónimo das 12 de Novembro de 2017 às 16:42 :

Olhe que não me admira nada de si. O problema é que você não sabe do que ri. E nesse caso, rir é uma bóia de salvação. Saiba que rir é uma coisa grave, com a qual não se deve brincar.

Portugalredecouvertes disse...

Sr. Embaixador,
o mundo virtual atual tem aspetos que o tornam próximo de "um além" que no Panteão talvez encontre o lado irreal ou surreal, e a motivação de certas decisões com razões que a própria razão desconhece ?!

Anónimo disse...

Caro Catilinária

Veja por favor os artigos 2 e 3 do mesmo despacho.

A DGPC deve analisar cada pedido e autorizá-lo ou indeferi-lo.

Não creio que o Ex-Secretário de Estado da Cultura ainda tenha direito a pronunciar-se sobre os pedidos, assim sendo não me parece correcto imputar-lhe responsabilidades relativamente a este lamentável jantar.

Quem tem o poder de decisão que as assuma e não se esconda atrás de cortinas de fumo.

Anónimo disse...


Existe um drama verdadeiro:

A falta de vergonha de ir buscar o dinheiro a quem o tem.

Os fins justificam os meios, à medida que se acumulam os exemplos da degradação estatal em serviços como a saúde, ensino, etc.

Aumenta o alcance e a voracidade do controlo fiscal sobre toda e qualquer actividade privada, seja ela o aluguer de um quarto ou o regime simplificado dos recibos verdes.

As oligarquias sindicais e corporativas do regime preparam-se para guerrear entre si.

Logo precisam de mais impostos.

Há que perder a vergonha de dizer que os impostos estão a comprometer o nosso futuro porque nos tornam reféns do Estado, cada vez mais dependentes das decisões do tripé(?), PS^^BE^^PCP.


Estamos anestesiados pela dupla ilusionista Costini & Centini.






A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...