quarta-feira, novembro 29, 2017

Lusofonias

A convite da Sociedade de Geografia, fiz hoje uma palestra sobre os problemas com que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa se defronta para o seu pleno desenvolvimento. Era este o tema que me havia sido proposto e entendi segui-lo à letra. 

Imagino que, no auditório, muitos tivessem ficado algo chocados quando elenquei, sem subterfúgios e com total frontalidade, cerca de três dezenas de razões pelas quais, a meu ver, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é o que hoje é - e, infelizmente, não é mais do que isso.

Acho que, de quando em vez, faz falta um pouco de verdade, crua e dura, nesse muito complexo e contraditório mundo de quantos se exprimem em língua portuguesa. É que há por ali sentimentos ambivalentes e realidades bem curiosas.

Imediatamente antes de fazer a palestra da Sociedade de Geografia, tinha estado numa reunião em que alguém contou que visitava Angola no dia em que se realizava um Sporting-Benfica. Essa pessoa disse do seu espanto (e do seu agrado, já agora), ao ouvir numa rádio luandense uma referência ao jogo, em que designava o prélio como o “dérbi da Segunda Circular” - com a absoluta certeza, por parte do radialista, de estar a ser plenamente entendido pelos seus ouvintes locais.

Não pude deixar de lembrar-me, naquele momento, de um timorense que conheci em Nova Iorque, que nunca visitara Portugal, e que me disse que um dia gostaria de conhecer ”a segunda ponte do Feijó”, lugar até onde chegavam as filas de trânsito nas manhãs lisboetas, que a rádio lhe reportava nas tardes do seu Timor natal.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não sou adepto de futebol mas lembro, com imenso gosto, o comentário que o guarda furibundo do aeroporto de Luanda, depois de inspecionar de trás para a frente o meu passaporte, me disse abrindo finalmente um sorriso bem simpático:- vamos ganhar! Quem ia ganhar? Portugal no campeonato da Europa cuja final se jogava nesse princípio de noite.
João Vieira

Anónimo disse...

A CPLP nem um parque de estacionamento de jeito tem quanto mais.

Tenha pena que mantenha a sua opinião sobre o acordo ortográfico, (ainda outro dia aqui escreveu que um dos seus defeitos era ser teimoso...) e fico contente com a frustração que o tema lhe causa . A harmonização da escrita não é com certeza o que faz a força quer da commenwealth ou da francofonia (de qualquer modo, em França, a quantidade de jovens a escrever conjugar um verbo é cada vez menor...). Para lhe dar mais ânimo na sua posição veja, se não teve oportunidade ainda de o fazer, o seguinte vídeo de RAP com Gregório Duvivier

https://www.youtube.com/watch?v=Lw6kJfFQnHw

cumprimentos

Portugalredecouvertes disse...


penso que a força dos país que se juntam, estará nos seus afectos e nos seus afetos :)))

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...