terça-feira, novembro 07, 2017

MEC



Não vou deixar de ler Miguel Esteves Cardoso depois da parvoíce deste texto, embora faça parte daquela que ele considera ser a “gente rancorosa, obstinada e estúpida” que prefere manter Portugal independente da Espanha. 

Mas, claro, passei a ter bastante menos consideração por alguém que, sendo um frustrado súbdito de Espanha, consegue a proeza de escrever num ótimo português e que, às vezes, tem imensa piada. Como agora, neste texto, que me fez rir muito (dele) e que, com toda a diplomacia, me motiva a mandá-lo comprar caramelos a Badajoz ou a qualquer outra parte.

(Em tempo: Francisco Bélard nota, e bem, que MEC escreveu na véspera um texto em que afirma praticamente o contrário. Descontada a esquizofrenia, querendo ou não o autor ser irónico, este é o texto que os leitores têm para ler e que não traz qualquer ”disclaimer”

12 comentários:

Anónimo disse...

Se o MEC é português eu quero ser espanhol!

Anónimo disse...

Já lhe ocorreu tratar-se de um exercício de ironia?

Anónimo disse...

Pertencer a uma federação ibérica sempre é melhor que pertencer a uma federação Europeia, em termos culturais.
Quem quer ser federalista europeu e não quer ser ibérico é só estúpido!

Mas, rancorosos, obstinados e estúpidos nunca deixaremos de ser…

Unknown disse...

Ironia mesmo:

"Pela Catalunha livre
A Catalunha está dividida, diz-se que ao meio. Venham as eleições e veremos como — e quanto — se divide".
Crónica de MEC, no dia seguinte: 3 de Novembro de 2017, 6:03, em:
https://www.publico.pt/2017/11/03/mundo/cronica/pela-catalunha-livre-1791161
de que transcrevo o seguinte:
"Sem ironia nenhuma: sou completamente a favor da independência da Catalunha e acredito que é uma questão de tempo — cada vez menos — antes dela acontecer. A maioria dos portugueses parece ser a favor da independência, ao contrário do que acontece com os espanhóis.

Mas os anti-independentistas portugueses, publicamente mais ruidosos, têm uma simpatia profunda pelo povo catalão e pela Catalunha, seguindo os anti-independentistas catalães.

[...]

Sou monárquico mas repugnou-me o discurso impante e prepotente do rei de Espanha, a meter o imperioso nariz onde não era chamado, de beicinho a tremer com a ideia de lhe roubarem um naco tão importante e bonito do território que pensa ser o dele.

Quanto mais os espanhóis se zangam, mais perto estão os catalães: Portugal que o diga. E com orgulho."

Anónimo disse...

Simpático, divertido, mas nunca percebi as acusações de genialidade.

Anónimo disse...

Tive a mesma reação. É uma estupidez um texto assim. As ironias, como tudo, podem ter êxito ou serem falhadas. No caso, é o espalhanço total. Mas, contrariamente a muitos, eu nunca conseguir ver qualquer interesse na escrita deste autor.

Reaça disse...

Este rapaz é meio inglês meio português, não raciocina como os portugas genuinos.

Quem não é ou se julga menos português, nunca tem em grande consideração a inteligência dos portugueses que já não têm memória qual a sua origem.

Temos mais exemplos, além do simpático MEC.

dor em baixa disse...

Ironia e sarcasmo, sem dúvida.
Um texto que li noutro sítio tinha por título algo do género: "Para que é que a Catalunha quer ser independente?", pressupondo que não tinha razões para sê-lo. Com muito a propósito, alguém comentou: "Para que é que Portugal quer ser independente?"

Anónimo disse...

O texto contrário foi no dia seguinte como se diz acima
Fernando Neves

Anónimo disse...


Como se escreve acima...Este rapaz é meio inglês meio português, não raciocina como os portugas genuinos.

Quem não é ou se julga menos português, nunca tem em grande consideração a inteligência dos portugueses...

tenho visto filhos de estrangeiros que cá vivem, com total falta de orientação na sua vida, e por assimilar o negativismo que os pais lhes transmitem (no país deles é que é bom), infelizmente eles é que acabam por ficar “rancorosos, obstinados e estúpidos” :(((
o que é uma pena

Anónimo disse...

Ricardo Araújo Pereira e Miguel Esteves Cardoso são ambos autores que usam, e abusam, -como ponto de partida no seu discursar criativo- o argumento lógico em formato "redução ao absurdo" e por vezes mesmo a falácia.

O primeiro -felizmente- para o criar humor. Por vezes bem acompanhado por adequada teatralidade.
O segundo -habilidosamente- para destruir um qualquer consenso comun, um politicamente correcto que lhe desagrade. No caso vertente MEC levou a sua habilidade ao ponto instilar verossimilidade nesta redução ao absurdo.

O curioso é que por vezes o humorista histiôna dramátismo.
E o acérrimo crítico trilha nas entrelinhas a ladaínha do humor.
Ou rir ou apresentar-se muito compungido ... tudo à vontade do freguês. JS

Anónimo disse...

Se Portugal tivesse continuado sob o domínio espanhol hoje, não seríamos um país periférico com acesso direto à Bruxelas e outras capitais do mundo para sermos uma região periférica de um país periférico sem acesso direto à estas mesmas capitais.

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...