Mostrar mensagens com a etiqueta Relações luso-francesas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Relações luso-francesas. Mostrar todas as mensagens

sábado, março 07, 2009

Portugal em Charente

Chama-se Caroline Fombaron e é uma francesa responsável autárquica pela cultura na zona de Angoulême. Deu-nos uma lição de simpatia para com Portugal.

O seu festival Mars en Braconne tem a sabedoria de conseguir combinar, com elegância, dimensões contemporâneas da cultura portuguesa com valores tradicionais que são caros à nossa Comunidade.

Hoje, ouviram-se Eça, Pessoa, Torga e Lobo Antunes. Até dia 28, haverá música (desde a barroca ao fado e ao hip-hop), videos, fotografia, curtas e longas metragens (de Oliveira a Maria de Medeiros e Miguel Gomes), teatro, mais leituras dramáticas de textos e muito mais.

Um festival que tenho pena de não conseguir organizar... em Paris!

quarta-feira, março 04, 2009

Pintor português em Paris

A galeria é pequena - Galerie Octobre (24, rue René Boulanger) -, perto da Place de la République, o pintor é madeirense, residente em Lisboa - Mathieu Camacho.

Um trabalho interessante, onde alguns vêem influência de Léger, outros das passadeiras de flores da terra natal do pintor. Vale a pena ver, como eu fiz, para ajuizar.

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Librairie Portugaise


O feriado de Carnaval e um belo sol de inverno deram tempo e ensejo para flanar (de "flâner", o que o meu Pai diria ser um desnecessário galicismo) por Paris. Nessa jornada, por definição, sem destino certo, fui dar à Librairie Portugaise.

Trata-se de um pequeno espaço, dotado de um riquíssimo acervo de obras ligadas a Portugal (mas também ao Brasil e aos restantes países lusófonos), com edições próprias mas com uma muito variada recolha de trabalhos de outros editores.

Haviam sido o Eduardo Prado Coelho, depois a Didas e o Luís Castro Mendes e, mais recentemente, a Manuela e o Nuno Júdice, quem me tinha falado de Michel Chandeigne e do seu trabalho em prol da difusão da língua e da cultura portuguesa em França.

Durante cerca de uma hora, tivemos aquela que terá sido a primeira de várias conversas. Dela resultou o meu compromisso de que o livro "Les Portugais à Paris - au fil des siècles & des arrondissements", a editar pela Chandeigne, vá ser lançado, talvez ainda em Março, na residência da Embaixada de Portugal em Paris.

E, desde já, recomendo vivamente uma visita à Librairie Portugaise.
E aqui fica, desde já, a publicidade plenamente assumida: 10, rue de Tournefort, 75005 Paris, tel. 01 43 36 34 37, tendo por sítio informático http://www.editions-chandeigne.com/, metro Monge, abertura 11-13 h, 14-19h, de 2ª a 6ª.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Berardo em Paris

A polémica foi grande, quando o Estado português deu o seu acordo, em 2007, para reservar parte do Centro Cultural de Belém para a exibição permanente da colecção de Joe Berardo, um empresário português apaixonado por arte contemporânea. Pode mesmo dizer-se que esse debate não se extinguiu, argumentando uns com o excessivo compromisso financeiro assumido pelo Estado, atenta a qualidade das obras, arguindo outros com o facto de Portugal passar a garantir a permanência, no seu solo, de um acervo pouco comum de arte contemporânea, reunida ao longo de anos, e com um valor de mercado assegurado.

Para além de tudo o que se possa dizer, a verdade é que a circunstância de, numa cidade como Paris, onde a arte de grande qualidade abunda por tudo quanto é museu, estar hoje em exposição (até 22 de Fevereiro) cerca de 10% da colecção Berardo (no Musée du Luxembourg) parece poder retirar alguns argumentos aos seus detractores.

Nessa exposição podem ser vistos trabalhos de figuras como Vieira da Silva (imagem), Max Ernst, Magritte, Miró, Andy Warhol, Man Ray, de Chirico, Pollock, Dali e muitos outros. Serão as obras maiores desses autores? Claro que não são, mas vale sempre a pena vê-las, quanto mais não seja pelo facto de representarem um conjunto significativo de artistas, reflectindo as principais tendências do século XX. Os parisienses devem ser os primeiros a pensar assim, a ajuizar pelo sucesso do evento.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Alain Oulman

Alguns portugueses surpreendem-se, por vezes, ao verem o nome francês de Alain Oulman assinar alguns dos mais belos fados de Amália Rodrigues.

Oulman era filho de um industrial francês, mas nasceu em Portugal, em 1928. Apresentado a Amália por um diplomata português, musicou para ela textos de poetas como Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O’Neill, Ary dos Santos, Pedro Homem de Melo ou Manuel Alegre.

Em 1966, envolvido na vida política portuguesa, Alain Oulman foi preso pela Pide, vindo a conseguir ser expulso para França, graças à intervenção de Amália junto do então embaixador português em Paris, Marcello Mathias. Após o 25 de Abril, quando Amália foi acusada de cumplicidade com o regime ditatorial português, Oulman surgiu a defendê-la na imprensa.

Ontem à noite, em Brunoy, perto de Paris, ao assistir a um belíssimo espectáculo de fado protagonizado por Kátia Guerreiro, que cantou uma sua canção, lembrei-me deste luso-francês a quem a música portuguesa tanto deve. Oulman morreu em Paris, em 1990.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

António Maria Pereira

Com a morte, há dias, de António Maria Pereira, a França perdeu um grande amigo em Portugal.

O cosmopolita e bem sucedido advogado de Lisboa, especialista reputado em propriedade intelectual, que desapareceu aos 85 anos, foi o criador do Círculo Voltaire, que, durante anos, trouxe a Portugal vultos importantes da cultura francesa.

Em reconhecimento dessa dedicação, em 2002, a Academia Francesa atribuiu-lhe um "Prix du Rayonnement de la Langue et de la Littérature française".

Para além dessa dimensão francófila, António Maria Pereira era o orgulhoso descendente de uma familia de importantes editores portugueses e, no plano dos valores, um grande defensor dos direitos humanos e, com grande e regular evidência pública, dos direitos dos animais. Foi, também, em Portugal, das pessoas que mais abertamente apoiaram a criação do Tribunal Penal Internacional (TPI), quando a respectiva consagração era ainda insegura.

Um homem de bem, portanto.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

André de Gouveia

Residência André de Gouveia
Muitos desconhecem a figura de André de Gouveia, que dá o nome à residência portuguesa que, há mais de 40 anos, existe na Cidade Internacional Universitária de Paris, graças à generosidade da Fundação Calouste Gulbenkian.

André de Gouveia foi um humanista do século XVI, que residiu em Paris e fez parte de uma importante geração de figuras portuguesas educadas então em vários países da Europa. Foi graduado pela Universidade de Paris, doutorou-se em Teologia, tendo chegado a director do Collège de Sainte-Barbe. Em 1533, foi eleito reitor da Universidade de Paris, tendo, mais tarde, regressado a Portugal para fundar o Colégio Real das Artes, de Coimbra.

Elogiado como como pedagogo por Montaigne, Gouveia privou com Martinho Lutero e teve uma grande importância na reforma dos estudos superiores em Portugal. É uma figura que honra Portugal em França mas de que, infelizmente, em Portugal pouco se fala.

Gaudin

Um dia de 2010, quando era embaixador em França, fui alertado para o facto de uma empresa portuguesa de construção civil, sedeada em Braga e...