sexta-feira, setembro 27, 2024

Nuclear

O que torna muito perigosa a situação internacional é a natureza do processo decisório de certos atores que são os "donos" da guerra e da paz. Ver Putin assumir, como se se tratasse de uma decisão unipessoal, a questão da nova doutrina nuclear da Rússia é perturbador.

9 comentários:

Luís Lavoura disse...

Não acredito que a nova doutrina nuclear russa seja uma decisão unipessoal de Putin. Nem por sombras!
Putin apresenta-a de forma unipessoal num espetáculo encenado e filmado. Mas a doutrina terá sido construída previamente por uma diversidade de pessoas.
Há que não confundir a encenação que nos é apresentada na televisão com o modo de decisão real.

Francisco Seixas da Costa disse...

Se Luís Lavoura não acredita, será verdade?

Anónimo disse...

Estará tudo dependente de uma sucessão de acontecimentos. Terá de ocorrer alguma coisa exterior à Rússia para que o botão nuclear seja acionando, pelo menos é o que se sabe.

Desde o princípio que muitos alertam que a escalada da guerra nos aproxima do confronto nuclear.

Contudo, tal não parece constituir preocupação relevante, para governantes e governados.

Poucos são os que falam de negociações, de promover a diplomacia, e os que falam são logo apelidados de putinistas ou (o que é mais estúpido) de comunistas.

J.Carvalho

Lúcio Ferro disse...

J. Carvalho, as coisas são o que são, quando temos nulidades como a Von der Lyen ou a actual primeira-ministra da Dinamarca (viu o que a senhora disse há dois dias?), ou o PM britânico, que tem um "amigo" que lhe paga a roupa de luxo, viagens, estadias em mansões, bilhetes para concertos, com direito a paleio com essa outra nulidade chamada Taylor Swift e mais o que não sabemos (os "amigos" são para as ocasiões, rings a portuguese bell), e por cima o velho senil que não serve para concorrer a eleições mas serve para ser presidente até 20 de janeiro de 2025, acrescentando o paleio ao nível da escola primária, "stôra, foi ele que me bateu primeiro!", que é que se pode esperar? Estes gajos são todos ou muito incompetentes ou tolos ou ambas as coisas, e alguns, dá-me a ideia, fazem-se de. Enfim, Paz, não é?

Muito simples:

1 - Todos os oblasts inscritos na Constituição Russa são Russos.
2 - A Ucrânia será dismilitarizada e não poderá ter forças armadas superiores a 100 mil homens.
3 - A Ucrânia passa a ser neutral e jamais ingressará na OTAN.
4 - Os 5 membros Permanentes do Conselho de Segurança do ONU comprometem-se a vigiar e a fazer cumprir os termos atrás, eventualmente com uma força de interposição de capacetes azuis.
5 - O estabelecimento político na Ucrânia deixa de contar com Zelenski e em contrapartipa pode ingressar na UE, isso para os russos seria um mimo.

Está a ver? Cinco pontos, nem é preciso mais nada, mas não há cá tretas como Minsk 1 ou 2, nem Istambul, para ganhar tempo, diziam a Merkel e o Hollande e agora diz a nulidade Checa. Não, porque os Russos não vão nisso.

Esta é base negocial deles. Ou se aceita isto, ajuste aqui, ajuste acolá, ou podemos continuar a discutir o sexo dos anjos, ou iniciar a 3ª Guerra Mundial ou os gajos entram em Kiev no próximo ano.
Abraço.

Erk disse...

Ó Lúcio de plástico e qual será o país que vais dar ao Putin para invadir a seguir?

Anónimo disse...

De uma vez por todas, metam na meretriz da cabeça (os que a têm e pretendem pensar), que as armas nucleares não se usam, ponto! São a arma mais estúpida e inútil que existe, um poço sem fundo de gasto de recursos e que existem unicamente para "meter medo".

A única vez que armas nucleares foram usadas foi por uma super potência, contra um país que não tinha como responder na mesma moeda e não tinha, também, as costas quentes. Desde então, tornaram-se impossíveis de usar.

O MacArthur queria largar duas bombas sobre as tropas chineses e assim acabar com a palhaçada na Coreia. O governo americano não deixou por ter medo de uma retaliação russa. A consequência foi aquilo que se viu e o que mais se poderá um dia ver.

Israel não pode permitir que o Irão tenha "cabeças nucleares" (como diz o Portas no seu "patois" americanado), não porque tenha medo de levar com uma bomba em cima mas porque perde a vantagem de poder, em absoluto desespero, destruir o Irão sem que haja retaliação. Já o Irão, quer a bomba porque tem memória da guerra com o Iraque e porque precisa de meter medo a Israel. Mas o Irão sabe que, se tivesse a iniciativa de atacar Israel, no minuto seguinte era obliterado pelos EUA.

E, portanto, andamos nesta coboiada própria de poltrões em jeito de "agarrem-me que eu vou-me a eles". Quantas "linhas vermelhas" já foram ultrapassadas? Todas! De um lado e do outro. Mas a cada arroto do ditador de Moscovo, lá temos os idiotas úteis a fazerem o papel que deles se espera e a levantarem a "possibilidade de...", tentando assegurar que o rufia-mor não tenha oposição a sério. Quanto aos agentes russos, desses nem vale a pena falar: são evidentes e têm largo acesso ao espaço público.

josé neves disse...

josé neves
O mais ridículo e risível no palavreado do armamento e guerra nuclear desde o início da guerra na Ucrânia (uma delas desde o início ameaça dia sim dia assim assim com a bomba nuclear) está no facto das super-potências nucleares e outros menos super-potências nucleares andarem a esconder como toupeiras no subsolo o seu armamento nuclear ou em submarinos nas profundezas dos oceanos e, entretanto, andaram a semear bombas nucleares à superfície do seu território e bem à vista desarmada e muito fácil à vista dos satélites artificiais que são as suas inúmeras centrais nucleares tranquilamente colocadas
espalhadas pelos seus territórios imensos.
Em caso de guerra nuclear total, que representam as Centrais Eléctricas Termonucleares senão verdadeiras bombas nucleares implantadas, bem visíveis e assinaladas para serem usadas como arma contra o próprio país que se gaba de possuir grande arsenal nuclear escondido?
Chernobil foi exemplo, agora a guerra na Ucrânia demonstrou a fragilidade de rebentar facilmente com Zaporízia e outras muitas Centrais Termonucleares de ambos os lados e, concomitentemente, de todos e por todos os lados de um conflito generaliazado.
Por tal, penso eu, ninguém devida e humanamente ajuizado pode usar impunemente tal armamento.

Unknown disse...

Para já a nova "doutrina" representa apenas mais uma ameaça de Putin para tentar condicionar a autorização para o uso dos mísseis de longo alcance, que o deve estar a preocupar. O mundo civilizado tem é se preparar para mais tarde quando depois de apanhar várias bomnas no nariz, o homem se sentir tentado a usar umas armazitas nucleares tácticas na Ucrânia. Nessa altura, há que pôr armas nucleares do mesmmo tipo também na Ucrânia e fazê-lo perceber que também pode levar com elas em cima.

Anónimo disse...

Perturbador é ver estes líderes ocidentais não levar a sério uma potência nuclear como a Rússia. Perturbador é a incapacidade desta gente delinear uma solução pacífica para a guerra. Perturbador é o inflacionadíssimo palco que Zelenski tem tido ao longo destes largos meses. Perturbador é estarmos entregues a esta gente, com posições e visões muito limitadas do mundo. Finalmente, perturbador, é a União Euripeia não ser capaz de se autonomizar dos Estados Unidos da América, recalcando e apoiando as posições americanas.
A história da guerra da Ucrânia com a Rússia far-se-á a devido tempo e aí, tal como aconteceu com a história das armas de destruição maciça iraquianas, conseguiremos ter um olhar mais imparcial, estudado e justo.

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