A canhestra fuga do governo à necessidade de regulamentação da lei da eutanásia representa um escandaloso desrespeito pela imperatividade da sua implementação. É uma clara "chico-espertice" antidemocrática, que se traduz no "arrastar de pés" de quantos foram derrotados no voto.
4 comentários:
Bom dia.
Concordo genericamente com o sr embaixador.
É minha convicção que o actual governo arrastará o processo da regulamentação ao limite, embora mesmo sabendo que não existe legalmente "suspensivo", creio perfeitamente legítima a auscultação do TC.É um assunto complexo.
Respeito, sempre, a opinião de outrem, discordo umas vezes concordo outras.
Nesta caso, o que acho interessante é apontar o dedo e bem ao actual governo, e nada referir quanto ao facto de António Costa ter tido a oportunidade de começar a regulamentação desde a data da aprovação da lei em 2023 até 10 de Março passado.
Terá rasgado o projecto de regulamentação, ou entregou-o a Montenegro e este é que o rasgou?
Saúde.
António R. Cabral
Mudou a legitimidade.
Isto é verdade, mas igualmente é verdade que o governo anterior também não mostrou vontade nenhuma de regulamentar a lei.
Tenho um amigo que nos tempos do “capitalismo popular” me dizia, “oh! pá, cuidado com os chico-espertos, são os piores”. A seguir enunciava nomes de governantes, autarcas, empreiteiros que ele qualificava de chico-espertos.
O certo é que muita dessa gente acabou (alguns ainda têm) com problemas com a justiça, outros retiraram-se da “vida activa” ou escapuliram-se para os PALOPs, por onde ainda gravitam.
Não sei porquê, mas sempre que ouço o Luís Montenegro, mesmo antes de ser primeiro-ministro, há qualquer coisa no seu falar, no esgar do sorriso, que me traz à memória essas conversas antigas acerca da chico-espertice na política.
A não regulamentação daquela lei é, notoriamente, uma atitude de chico-espertos, para quem os princípios pouco valem desde que não sirvam os seus interesses imediatos.
Quase se poderia dizer que estamos perante um caso de corrupção, uma vez que se está a ceder perante interesses instalados, poderosos, que se quer manter próximos em vez de dar sequência ao aprovado pelo Parlamento.
J. Carvalho
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