quinta-feira, janeiro 13, 2022

O debate


Gostei muito da perspetiva de Rui Rio sobre a crise ucraniana. Mais claro não podia ter sido! Vi ali o dedo dos conselhos do meu amigo Tiago Moreira de Sá. E que me dizem às reticências de António Costa quanto à posição da Nato sobre os mísseis de curto alcance? Pareceu-me descortinar, no que disse, uma ligeira dissonância com o que o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, afirmou hoje de manhã. Mas pode ter sido impressão minha. Revelador é que nenhum dos dois tenha querido ir mais longe na questão da China. Por que terá sido? E o que é que Rio quis dizer naquela sua referência ambígua a Angola, na sequência da pergunta de Clara de Sousa? Costa interrompeu-o e mudou logo de assunto. Achei estranho. Parecia ”langue de bois” do velho ”bloco central”. No fim de contas, satisfez-me que a política externa, ainda que não muito desenvolvida no tocante aos países da lusofonia, tenha garantido uma parte interessante nos debates.

2 comentários:

Jaime Santos disse...

Pois eu fiquei admiravelmente surpreendido com as credenciais social-democratas de Rui Rio.

Não apenas defende que a TAP não deve ser pública, porque, à semelhança de Rui Moreira, considera que uma TAP pública teria que se reger por critérios que não os de racionalidade económica e providenciar mais voos a partir do Porto e Faro, como também pelos vistos considera inadmissível que uma companhia aérea não pode ter uma política de tarifas diferenciadas para passageiros com o mesmo destino e diferentes origens, o que provavelmente até se deve, no caso que referiu (digo eu), ao facto de lugares com a tarifa mais baixa na quota de Lisboa já estarem preenchidos e na de Madrid não...

É o que se chama ultrapassar Pedro Nuno Santos pela Esquerda...

Qualquer dia ainda vai defender a privatização da CGD porque não tem agências em todas as vilas do País...

Joaquim de Freitas disse...

"Gostei muito da perspetiva de Rui Rio sobre a crise ucraniana. E que me dizem às reticências de António Costa quanto à posição da Nato sobre os mísseis de curto alcance?"

Senhor Embaixador : Acha que a opinião dos dirigentes dos países vassalos da NATO, valem alguma coisa para o Putin, Biden e Xi…A politica externa de Portugal limita-se à Madeira...

Foram tempos em que o rei de Portugal ordenava a Afonso de Albuquerque de bloquear a navegação no Golfo pérsico, ocupando Ormuz e Socotra, e mais tarde Malaca, estrangulando o comércio de Veneza e do Império Otomano,

Hoje é Biden que procura o mesmo resultado nos Mares do Sul da China. Conhece-se a razão…o transporte marítimo de fontes de energia para a China via Sudeste Asiático passa por ali.
Para a China, o que importa é um abastecimento terrestre adicional e garantido que reforça a sua estratégia de "fuga de Malaca": a possibilidade, no caso da Guerra-fria de que a Marinha americana acabe bloqueando o transporte marítimo para a China via Sudeste Asiático.

ORA, o gás para o Siberian Force 2 virá dos mesmos campos que actualmente abastecem o mercado da UE.

A Rússia "entende a divisão com o Ocidente e está pronta para arcar com todas as consequências, inclusive já restringindo e diminuindo o nível de comércio e reduzindo o suprimento de gás da UE. ".

“e reduzindo o suprimento de gás da UE. ".
Então vamos ver por que a iminente catástrofe energética na UE não está fazendo ninguém na Rússia perder o sono. Mas na EU, sim…

Putine e Xi utilizam a arma do gasoduto Siberian Force 2, que viajará pela Mongólia para entregar até 50 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano à China…

Quaisquer que sejam as invenções dementes que a Comissão Europeia - e o novo governo alemão - possam aplicar para bloquear a exploração do Nord Stream 2, o foco principal da Gazprom será a China. O mercado da EU é secundário.

E é neste jogo de grandes potências que Portugal, qualquer que sejam os seus líderes, quer entrar?

Falemos então da velhice, através de Philippe Noiret

"Il me semble qu'ils fabriquent des escaliers plus durs qu'autrefois. Les marches sont plus hautes, il y en a davantage. En tou...