sexta-feira, janeiro 14, 2022

Juízo independente

No Reino Unido, o comportamento de Boris Johnson está a ser avaliado por uma “senior civil servant”, isto é, uma funcionária pública de nível elevado.
 
É com base nesse juízo, independente, expresso num relatório que vai apresentar, que o futuro daquele governante será avaliado. 

Algum político, em Portugal, admitiria ser avaliado desta forma?

4 comentários:

Jaime Santos disse...

Senhor Embaixador, lamento mas o sistema britânico não se recomenda. Quando um funcionário público senior concluiu que Priti Patel, a Ministra do Interior tinha violado as regras de conduta ministerial e feito bullying sobre o seu staff, Johnson segurou-a. O dito alto funcionário demitiu-se por causa disso.

https://www.bbc.com/news/uk-politics-55015488

Neste momento, a violação das normas por Johnson é tão egrégia que ele provavelmente não sobreviverá, a não ser que a bancada decida segurá-lo o que eu penso ser pouco provável, os Tories são implacáveis com os seus 'falling leaders'.

O problema é que o seu sucessor ou sucessora (creio que os front runners são Rishi Sunak, o chanceler do Tesouro, e Liz Truss, a Ministra dos Negócios Estrangeiros) são ainda piores do que ele...

Flor disse...

Lá por ser político não deixa de ser funcionário público de alto, médio ou baixo nível. Certos políticos, pedantes, não devem gostar nada.

Luís Lavoura disse...

Parece-me inadmissível que o comportamento de um governante seja oficialmente avaliado por uma funcionária pública.
Quem tem a obrigação de avaliar o comportamento dos governantes é o povo, ou os deputados por ele. Ou, eventualmente, juízes.
Quem tem a obrigação de avaliar o comportamento de Boris Johnson e de, eventualmente, o punir por ele, são os deputados que foram eleitos pelo povo britânico.
Pelo menos, cá em Portugal é assim que é. O Governo é controlado pela Assembleia. Não por funcionários civis de topo.

Lúcio Ferro disse...

Há coisa de duas semanas penso ter deixado aqui umas lérias sobre o debate da Noruega e uma premonição de que os dias de Boris estavam terminados. E olhe, penso que vai ser, como sempre, com uma revolta nos Comuns. ;)

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...