domingo, janeiro 16, 2022

Coisas simples

“Olha! Está um belo dia de sol!” Com os anos, dei por mim a valorizar cada vez mais as pequenas coisas positivas do quotidiano, mas, igualmente, a fazer um esforço para tentar preocupar-me o mínimo possível com o que acaso me corre mal, desde que não sejam coisas essenciais. Se chego junto do meu carro e vejo que tem um (novo) risco na pintura, digo cá para mim “que chatice!”, mas tento passar logo adiante, na lógica de que “o que não tem remédio remediado está”. Se perco a carteira, com os documentos, dou a mim mesmo um quarto de hora para me irritar, antes de ”esfriar” e tentar passar adiante, listando o que há a fazer para cancelar o cartão de crédito e ter um novo cartão de cidadão (Bem me basta tê-los perdido! Que me adianta aborrecer-me mais?) Esta técnica de viver, desde há uns tempos, inclui não ver praticamente telejornais, nem ler, nos jornais, notícias com títulos sobre “o que correu mal”. Dou-me conta de que também fujo, cada vez mais, aos “dramalhões” do cinema, às obras (mesmo que primas) angustiadas, às tragédias, aos filmes (mesmo que imperdíveis) e aos livros que “fazem pensar” e a coisas assim. (Alguns dirão: estás a perder coisas essenciais da vida). Por que será que “ando” assim ? Não tenho uma ideia segura, embora pense que talvez tenha a ver com o facto do hoje ser o primeiro dia do resto da minha vida, de estar sol e de eu achar que tenho ainda de aproveitar a tarde, porque a manhã já se foi. Deixo-os com esta filosofia de pacotilha, antes de ir almoçar, com bons amigos, a um restaurante sobre uma praia. Não compliquemos a vida! 

1 comentário:

Portugalredecouvertes disse...

ehehhehe! Sr. Embaixador parece que toda a gente concordou com
a publicação

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...