Esta semana, a minha conversa com António Freitas de Sousa, no “A Arte da Guerra”, o podcast da plataforma audiovisual do “Jornal Económico”, começa por abordar a posição alemã no processo de diálogo europeu com Ancara, bem como as ambições regionais da Turquia, com especial nota para a sua pouco abordada mas muito forte agenda africana. Depois, falamos do crescendo de tensões entre o Reino Unido e Bruxelas, pelo flagrante incumprimento britânico do protocolo que subscreveu sobre a Irlanda do Norte, não obstante recentes gestos de apaziguamento da Comissão Europeia. Na terceira parte do programa, tratamos da exemplaridade do processo democrático em Cabo Verde, demonstrado nas últimas eleições presidenciais. É feito um paralelo com os casos, também muito diferentes entre si, de São Tomé e Príncipe e da Guiné-Bissau.
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2 comentários:
o crescendo de tensões entre o Reino Unido e Bruxelas, pelo flagrante incumprimento britânico do protocolo que subscreveu sobre a Irlanda do Norte
O facto é que o Reino Unido tem a faca e o queijo na mão.
Um dia destes a União Europeia terá que fazer uma de duas coisas: ou expulsa a Irlanda, ou a força, manu militari, a construir uma fronteira a sério com a Irlanda do Norte.
A União Europeia não pode permitir ter uma fronteira inexistente com um país que não lhe pertence e que aplica a seu bel-prazer padrões diferentes dos seus.
Pena é que este exemplo de democracia, não tenha tido a coragem necessária para resistir a uma outra « democracia » e tenha extraditado para os EUA um homem livre.
Um diplomata venezuelano, Alex Saab, próximo de Nicolas Maduro, viaja de Caracas para o Irão. O avião faz escala para reabastecimento no arquipélago de Cabo Verde e Saab é detido durante a escala, sob instruções dos Estados Unidos.
E isto desde o mês de Junho de 2020.
A razao ? ter contornado as sanções dos EUA - que visam impedir a ajuda aos venezuelanos -e é visto por Washington como lavagem de dinheiro.
Após uma investigação de dois anos sobre as negociações de Saab com bancos suíços, o governo suíço concluiu em 25 de Março que não havia lavagem de dinheiro. Saab está sendo processado por servir os interesses de seu país em vez dos dos Estados Unidos.
Pergunta-se o que faz deste homem um "fugitivo" e o que este status tem a ver com sua extradição para um governo estrangeiro cujas leis não têm nenhum direito sobre a sua vida.
A verdade está antes nesta informação da Reuters, (15/3/21, 18/3/21) que informou casualmente que Saab "corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos, que o acusa de violar as sanções dos EUA" e que ele tem sido "repetidamente designado pelo Departamento de Estado dos EUA como um operador que ajuda Maduro a fazer acordos comerciais que Washington procura bloquear através de sanções".
Ora, um artigo da Reuters (28/2/20) sobre o caso Saab em 2020 menciona de passagem que "Os Estados Unidos apreenderam este mês quatro carregamentos de combustível iraniano (gasolina refinada) com destino à Venezuela, onde a escassez de combustível está piorando novamente."
"Biden, assumindo o papel de Trump, sequestrou o diplomata venezuelano Alex Saab pelo crime de tentar alimentar os venezuelanos em desafio às sanções dos EUA destinadas a evitar isso.
"Os venezuelanos não podem comer até que a máfia de Washington cesse de designar o seu governo para a mudança de regime."
Também é verdade que o antigo colonizado pode ignorar o significado de democracia, quando o antigo colonizador também agiu da mesma maneira. Suspeito de transportar Edward Snowden, o avião do presidente Evo Morales foi forçado a pousar na Áustria em 2 de Julho de 2013, Portugal e outras “democracias” europeias, incluindo a França, tendo proibido o sobrevoo do seu território.
O Senhor Embaixador disse: democracia?”
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