São sempre uma ruína para mim os encontros com o António-Pedro Vasconcelos. “Receita-me” livros, com um ar tão imperativo e convincente que acho que os não posso perder. Fiado no seu conselho, compro-os, na esperança de que irei ter tempo para os ler. A verdade é que ele quase sempre acerta.
Hoje à tarde, ao cruzarmo-nos, na “Ler”, em Campo de Ourique, vinguei-me: “Já leste o último Le Carré?”, perguntei-lhe. Ele não tinha lido. Nem eu. Só na manhã de hoje soube da existência do livro, “Silverview”, uma obra póstuma. A “Ler”, que acabara de o receber da D. Quixote, ainda nem sequer tinha o livro na montra.
Comprei o “Silverview”, o António-Pedro também. Não sei se é bom. Logo verei, veremos. Desconfio bastante de obras póstumas. Mas eu não lhe “receitei” o livro. Como ainda tenho alguns outros livros para ler antes (além de que comecei a ler um álbum do Tintin por dia - e tenho ainda para 18 dias), só daqui a uns tempos saberei se vale a pena ou não. Se for mau, o António-Pedro vai “cobrar-me”, pela certa. Mas, “Perdido por cem…”
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