Por alguns anos, existiu na praia do Ourigo, na foz do Douro, um restaurante muito agradável, chamado Shis. A estrutura era em madeira. Um dia, o mar invadiu o espaço e o restaurante teve de fechar.
A mesma gerência reabriu depois um restaurante com “conceito” parcialmente similar, com o nome de Wish, numa área próxima (para os “iniciados”, no local onde antes ficava o restaurante Oporto). Ainda há dias jantei com o cliente que lhe “inventou” o nome. O Wish é também um excelente restaurante, onde também vou sempre que posso.
(Já agora, para que se saiba, reabriu há dias, também na mesma zona, redecorado, o Cafeína, a que a pandemia tinha suspendido a atividade. Primeira impressão, deste cliente também de muitos anos: têm de se esforçar um pouco mais e pôr a música mais baixa. É tudo o que quero dizer, por ora. Ah! Em frente ao Cafeína, continua a valer a pena ir ao Terra, que, noutras encarnações, já se chamou Oriental, como muitos se lembrarão).
Há meses, soube-se que o Shis, ou algo com ele parecido, iria renascer no espaço anexo àquele que o mar destruira, agora com uma estrutura de cimento, mais resistente (mas sabe-se lá por quanto tempo!) à fúria dos elementos. A obra acabou embargada.
Olhando hoje, num jornal, a fotografia, entendo melhor a agressão que aquela construção iria representar, pelo que não posso senão concordar com a reposição do “statu quo ante”.
Mas lá que (egoísta e intimamente) seria muito agradável poder almoçar naquele espaço, num dia de sol, com o mar a bater por perto, lá isso seria!
Mas não vai. Um novo restaurante não existirá por ali. Esse hipotético almoço não deixará assim de ser uma ucronia, palavra que aprendi há dias - porque nunca somos velhos demais para aprender coisas.
1 comentário:
Uma palavra utilizada amiúde pelos gauleses, que foram as pessoas de quem eu a aprendi. E um cenário indesejável ou mesmo de pesadelo, como a continuação do Governo PàF após 2015, por incapacidade de AC de formar a Geringonça, como se chamará? Discronia?
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