segunda-feira, outubro 04, 2021

Abstenção

A elevada taxa de abstenção em Portugal também se deve muito ao facto das listas eleitorais estarem desatualizadas. Não seria de refazer o atual recenseamento, pedindo às pessoas para confirmarem - num processo aberto durante alguns meses - a sua inclusão nas listas?

7 comentários:

aguerreiro disse...

Impossível, pois isso retira verbas ás autarquias, Quantos mais emigrantes e falsos migrantes ou defuntos estiverem na lista melhor, pois algumas verbas são distribuídas por cabeça, daí a sua não actualização

Lúcio Ferro disse...

Se não estou em erro, o ano passado, ainda que em pandemia, fizerm-se Censos, senhor embaixador. Se o processamento dos mesmos está atrasado, isso não significa que o recenseamento das pessoas acima de 18 anos não seja correspondente aos votos registados; apenas indica a necessidade de manter os registos dos votantes atualizados, envolvendo a sociedade no processo. A atualização dos cadernos é um capítulo que deve ser tratado com um mix de celeridade e de morosidade, com pinças, respeitando os atuais círculos eleitorais, corrigindo aqui e acolá. Em suma, um assunto a tratar com diplomacia. :)

Luís Lavoura disse...

Qual é o mal de o recenseamento estar desatualizado? Quem quer votar pode fazê-lo.

Aquilo que temos que fazer é tornar tudo - absolutamente tudo, inclusivé as verbas que são distribuídas às autarquias - independente do número de recenseados, e dependente somente de outras fontes mais fiáveis. Por exemplo, o número de deputados por cada círculo pode depender do número de pessoas que efetivamente votaram nesse círculo. As verbas que se distribuem às autarquias podem depender do censo.

Luís Lavoura disse...

Tem razão. Se se quer manter o recenseamento eleitoral atualizado, então ele tem que ser periodicamente refeito, tal e qual como se faz com o Cartão de Cidadão e com a Carta de Condução. As pessoas têm que ser forçadas a, de tantos em tantos anos, renovarem o seu Cartão de Eleitor.
O que atualmente acontece é que as pessoas emigram, e eventualmente até acabam por morrer no estrangeiro, sem que as autoridades nacionais disso tenham conhecimento. Os nossos cadernos eleitorais devem por essa via estar cheios de mortos. Como no tempo de Salazar.

Miguel disse...

Confesso que não compreendo a questão.
Os cadernos eleitorais não são extraídos directamente da base de dados do cartão do cidadão?
Vamos pedir que as pessoas confirmem o quê? Que são cidadãos?
O único número em excesso que consigo ver são cidadãos que residem no estrangeiro e não actualizaram a morada.

Isso é importante? Parece-me mais importante que quem quer votar o possa fazer sem burocracia adicional.
Parece-me de longe melhor do que os tempos do cartão de eleitor em que as eleições gwravam romarias “à ferra” para votar.
Isso sim, uma boa promoção da abstenção.
O que interessa é o número total de votantes (quanto mais melhor!!) a percentagem é só uma estatistica.

Miguel

Luís Lavoura disse...

Miguel

Os cadernos eleitorais não são extraídos directamente da base de dados do cartão do cidadão?

Pois, se calhar atualmente é assim.

Em tempos antigos, eles eram obtidos através do recenseamento eleitoral. Mas se calhar agora já não é assim. Confesso que não sei.

O que interessa é o número total de votantes

Nisso concordo enfaticamente consigo. Somente isso deveria importar. A "abstenção" e o número de pessoas nos cadernos eleitorais não deveriam interessar para nada. A única coisa que deveria importar seria o número de pessoas que efetivamente vota.

carlos cardoso disse...

Na situação atual a abstenção não prejudica ninguém e portanto ninguém faz nada para diminuir os seus níveis. Um sistema para fazer com que os partidos políticos tudo fizessem para baixar a abstenção seria o de definir que cada deputado seria eleito por 36000 votos (9 milhões de eleitores divididos por 250 deputados). Se a abstenção fosse de 50% só seriam eleitos 125 deputados! Tinha também a vantagem de custar menos aos contribuintes.

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