domingo, junho 13, 2021

Pelo Alvão e por algumas mesas ali à volta


Saia da A4 ou do IP4 para a Campeã, tendo como destino Mondim de Basto, pela Estrada Nacional 304.

O trajeto começa por ter um piso pouco agradável, por alguns quilómetros, o que é uma relativa surpresa, atenta a boa qualidade média das estradas secundárias a que, nos últimos anos, nos habituaram as zonas rurais. Quem é que telefona às Infraestruturas de Portugal?

O pequeno esforço começa a valer a pena quando surge o desvio para as Fisgas de Ermelo. Vá por lá, são só uns minutos, mas que lhe farão ganhar o dia. É um dos locais mais surpreendentes, como beleza natural, do norte de Portugal, ali em pleno Parque Natural do Alvão. 

Regresse à EN 304, prosseguindo em direção a Mondim. O piso passa então a ser excelente. E o que tem à sua frente é uma das mais extraordinárias rotas panorâmicas do nosso país. A estrada ladeia o vale e coloca-nos perspetivas magníficas, durante vários quilómetros. Ao fundo, a visão do Monte Farinha, a conhecida Senhora da Graça das etapas épicas do ciclismo, domina a paisagem.

Quando chegar a Mondim, as opções são várias. 

Se quiser regressar a Vila Real, sem fazer os 36 kms de volta pela mesma estrada, pode seguir para Celorico de Basto (onde até pode visitar a biblioteca do presidente da República) e, depois, para Amarante (daí a Vila Real, com o túnel, agora é um “saltinho”).

Em Amarante, aproveite e vá comer ao “Encostas de Formão”, na estrada para o Marco, um renovado restaurante, com uma bela localização, numa cidade que tem um deslumbrante centro histórico e um museu de Amadeo de Souza Cardoso a não perder.

Se é audacioso e não se importa de seguir por um trajeto de “aventura”, aponte para Bilhó e, daí, vá descobrir Lamas de Olo (uma aldeia única no país, com velhas casas de colmo). Falam-me que por lá se petisca bem na “Cabana”, mas não conheço ainda. 

Desça depois para Vila Real. Onde se come bem por ali? Refeição mais “fina”, no “Cais da Vila”. Mais pitoresca e com bela ramada para noites de verão, no “Chaxoila”. Excelente e mais simples é minha “cantina” na cidade, o “Lameirão”.

Se, de Mondim, quer prosseguir para norte, aponte para Ribeira de Pena, pela estrada normal ou pela A7 (uma opção cómoda com menos graça). Ande depois um pouco mais e aproveite para um refeição em Vila Pouca de Aguiar, no “Costa do Sol”, no Hotel Aguiar da Pena. Vá lá, à minha confiança!

Na hipótese de pretender ir de Mondim para o Minho, aponte então para o Arco do Baúlhe e, já agora, não deixe de ir aí refeiçoar no “Caneiro”, também uma belíssima opção.

Vá por mim, visite esta zona! Ah! E se beber, arranje quem conduza! 

2 comentários:

Flor disse...

Que belo passeio!! Se não fosse cá por coisas já já metia-me á estrada. Vou guardar para quando tiver oportunidade de o fazer. Obrigada. Tenha um óptimo domingo ;-).

João Pedro disse...

Infelizmente Lamas de Olo já quase não tem telhados de colmo. Só uma ou outra, e é porque são palheiros ou currais. As casas tendem a descacterizar-se.
Em compensação, a paisagem em volta é magnífica, misturando o verde dos lameiros e a o terreno orchoso de vegetação rasteira que envolve a barragem do Alvão. E é possível chegar-se lá, de Ermelo (esta sim, conserva várias casas com telhado de ardósia), através de Barreiro, por uma estradeca de paralelos, mas só em determinados veículos.

Carlos Antunes

Há uns anos, escrevi por aqui mais ou menos isto: "Guardo (...) um almoço magnífico com o Carlos Antunes, organizado pelo António Dias,...