sexta-feira, dezembro 28, 2018

Arranha-céus



Passei por lá na tarde de ontem e decidi ter uma fotografia. A imagem mostra o aspeto, nos dias de hoje, de um prédio de Vila Real, da segunda metade dos anos 50, construído na zona norte da cidade, em frente ao novo mercado municipal. À época, a sua construção foi considerada um marco na vida urbana.

Já repararam quantos andares tem? Pois é, mas, ao tempo em que foi construído, era o mais alto prédio de apartamentos da cidade. Chamavam-lhe - acreditem! - o “arranha-céus”! Lembro-me bem!

Na base do prédio houve um estabelecimento comercial com uma magnífica decoração interior, o Café Brasília. Por ali existiam magníficas peças de arte cujo paradeiro continua a ser um dos mistérios da Vila Real.

O autor deste edifício foi um importante arquiteto do Porto, Artur Andrade (1913/2005), que nessa cidade assinou obras tão marcantes como o Cinema Batalha ou o Café Rialto.

Artur Andrade foi também uma personalidade com forte intervenção cívica. Oposicionista a Salazar, foi várias vezes preso por razões políticas, foi candidato da Oposição em “eleições” legislativas na ditadura e dirigiu a campanha presidencial de Humberto Delgado. A seguir ao 25 de abril, aderiu ao PPD, mais tarde ao PRD, tendo tido intervenção autárquica no Porto. 

3 comentários:

Anónimo disse...

Um belíssimo edifício que hoje apresenta um aspecto degradante devido à teimosia dos proprietários dos espaços comerciais do rés-do-chão que boicotam todas as tentativas de realização das tão necessárias obras de manutenção. É que no rés-do-chão não chove!

Portugalredecouvertes disse...


Este lá fora, tinha pelo menos 15 pisos
http://archipostalecarte.blogspot.com/2017/11/gratte-ciel-de-province.html
ouvi dizer que havia excursões para ver a grande obra :)

votos de bom ano 2019 !

Anónimo disse...

Os prédios, como algumas pessoas ás vezes - quando se formam são uns colossos, altaneiros, cheios de enlevo e sabedoria. Depois, muitos, deixam-se degradar, e chegam a tombar mesmo…

Coisas e pessoas, tudo tão semelhante.
Um feliz Ano 2019 e cheio de saúde!

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...