Vai por aí uma grande indignação pelo facto da redação da RTP ter escolhido Jair Bolsonaro como personalidade ou figura do ano de 2018.
Posso imaginar que, se acaso a escolha tivesse recaído em Xi Ji Ping, nem uma agulha teria bulido na quieta melancolia dos cronistas do burgo. E, no entanto, o líder chinês é um ditador que chefia com mão de ferro um país onde os direitos humanos são uma ficção, a separação de poderes é um conceito inexistente e a democracia é o que não é. Mas, repito, tivesse sido ele o escolhido, nem uma voz se teria ouvido a contestar. Alguém duvida?
A eleição de Bolsonaro representa uma inversão política de 180° no mais importante Estado de língua portuguesa, onde vivem centenas de milhares de portugueses, cuja evolução é também vital para o futuro da CPLP. Um Brasil “ao contrário” pode ditar mudanças drásticas no tecido político da América Latina, uma sua relação privilegiada com a América tutelada por um figura como Trump pode trazer fortes surpresas, em matéria climática e em outras agendas onde, por muitas décadas, a diplomacia do Brasil, com presidentes de colorações bem diferentes, havia relançado a imagem do país. Se a chegada ao poder de uma figura política deste jaez não é a notícia mais relevante surgida na cena internacional nos últimos meses, então não sei qual será.
A personalidade ou figura do ano - a “Time” um dia escolheu Hitler, com toda a razão - não é um “prémio”, não é um reconhecimento valorativo, não é um elogio. Em 2016, Trump foi a Personalidade do Ano em todo o mundo - e não foi por gostarem dele. Assim, trata-se apenas da constatação de um facto: Bolsonaro é a grande “novidade” da política mundial no ano de 2018, goste-se ou não dela. Mais do que a figura, Bolsonaro é mesmo o maior “figurão” do ano!
E, já agora, aproveito para deixar aqui expresso, alto e bom som, que entendo que a informação produzida pela RTP nos últimos anos, com Paulo Dentinho ou agora com Maria Flor Pedroso, com todos os defeitos que possa ter (e tem muitos), está a anos-luz, em matéria de qualidade e equilíbrio, de qualquer dos seus concorrentes, com todo o respeito que alguns me merecem.
10 comentários:
Alguém duvida?"
Certamente que no "Observador" não faltariam escribas a insurgir-se…...
Já vi que o Sr. Embaixador não gosta muito de dragões… e então se eles vestem de vermelho e deitam fogo pelas narinas a coisa aí fica mesmo descontrolada. O dragão afinal é de papel… Bem, retirou centenas de milhões de cidadãos da miséria e ameaça oferecer desenvolvimento e Paz ao Mundo. Chinesices de país milenar onde a sabedoria não abunda. Nem os cárceres cheios como no Brasil e nos EUA. Chomsky, o antigo Secretário do Tesouro Craig Roberts e tantos outros explicam melhor isto…
João Pedro
PS: Bom ano.
Talvez porque Xi Ji Ping é na verdade um figurão, como Hitler também foi, mesmo ambos no mau sentido, enquanto que Balsonaro ainda não passa de ser um pequeno facistóide que oxalá nunca venha a ser um figurão,
Ah sim... a qualidade da informação. Bem se tem visto com o caso da Catalunha.
Infelizmente, tem razão, Senhor Embaixador, o « figurão » do ano, no pior sentido do termo é, para os Portugueses, esse triste individuo, que, infelizmente mais uma vez, fala a minha língua materna.
Figurão, triste figurão, pessoa importante. / pessoa extravagante, pouco recomendável. // Fazer um figurão, dar nas vistas; tudo isso é verdade.
Mas de lá a compará-lo a Xi Ji Ping, Caro Senhor Embaixador, é incompreensível.
Xi Jiping, Graduado pela faculdade de ciências humanas e sociais, é especialista em teoria marxista e educação política e ideológica como parte de um curso de pós-graduação. Ele tem um doutorado em direito.
Bolsonaro, capitão na reserva, deputado, corrupto, racista, homofóbico, xenófobo, e todo o resto.Como pode um presidente dum país de 210 milhões de habitantes, no século XXI, ter como solução para a miséria a esterilização dos pobres em vez dum programa de panejamento familiar, acompanhado duma politica de redistribuição das riquezas imensas que estão na mão dum punhado de especuladores e corruptos que desgraçaram o Brasil desde sempre?
A China, ao sair da guerra civil e da guerra sino-japonesa tinha um problema de fome muito mais vasto, e resolveram-no precisamente pelo panejamento e uma politica marxista de justiça social.
Estive na China pela primeira vez anos 60 e voltei lá frequentemente depois. Entretanto, a China içou-se ao nível de principal concorrente dos EUA, é respeitada no mundo inteiro. E o pobre Brasil, com Bolsonaro e uma equipa de ministros, dos quais uma meia dúzia e ele mesmo, em 29 casos e um por estupro, são alvo de investigação judicial?
Mesmo o Guru económico de Bolsonaro e futuro ministro da economia, Paulo Guedes é investigado pelo Ministério Público Federal.
Belo cartão de visita.
O caro embaixador escreve o que quer, mas censura os que escrevem o que não lhe agrada. Coisas de socialistas!!! Todos que antes das eleições consultaram sua bola de cristal, literalmente quebraram a cara. Bolsonaro presidente!!! Embaixador sua bola de cristal deve ser xing-ling, da mesma procedência dos caras quebradas!!!!!
quem criou o BOLSONARO, foi o próprio PT.
Daqui a algum tempo, a malta das favelas e outros lumpen que votaram nele (a par da escória ligada á Banaca e grandes empresários sem escrúpulos) vai pagar caro. Mas já será tarde!
E depois se verá no que aquilo vai dar. Receio bem que o Brasil nos próximo 4 anos entre em convulsão social complicda. Os brasileiros tanto amam alguém hoje, como o odeiam amanhã. Foi assim com Lula, será com o fascista do Bolsonaro.
De todas as posses presidenciais essa foi uma festa popular, 500 mil pessoas, uma linda festa o fascismo passou longe de todos aqueles que imputam essa pecha ao presidente democrático, sem rabo preso e sem rabo de palha. Todos queimaram a língua, se tem um cheiro de carniça putrefata no ar das línguas dos derrotados e socialistas de araque. LINDA FESTA EM QUE A DEMOCRACIA VAI SE PERPETUAR NO BRASIL!!!
O BRASIL VOLTOU A SER O BRASIL!!! UM BRASIL SEM IDEOLOGIAS, A BANDEIRA VOLTA A SER VERDE E AMARELA, O VERMELHO E A ESTRELA FOI PARA O INCINERADOR DA HISTÓRIA.
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