quarta-feira, agosto 12, 2015

Uma coerência bem patente

O presidente da República acaba de promulgar o acordo sobre o Tribunal de Patentes, assinado por este governo em 2013 e recentemente aprovado por esta maioria, com votos contra do PCP, do BE, dos Verdes e do deputado José Ribeiro e Castro, com a abstenção do PS. 

Ribeiro e Castro opôs-se sempre a que Portugal se juntasse a este acordo, pelo facto dele consagrar o que considerou ser "um regime profundamente discriminatório entre europeus no quadro do mercado interno e do seu funcionamento, através da imposição, em matéria de patentes, de uma troika linguística: alemão, francês e inglês". No dizer do deputado que o CDS afastou agora das listas de deputados, "o Português, quarta língua mais falada no mundo, terceira língua europeia global, a língua mais falada do hemisfério Sul, terceira língua do Ocidente, língua em afirmação e procura crescente, segunda língua do petróleo e do gás, é, assim, baixada - ou melhor, rebaixada - ao estatuto da terceira divisão das línguas europeias."

Esta promulgação por parte do presidente Cavaco Silva não é, contudo, surpreendente. Aproveito para recordar um facto que, aparentemente, está esquecido: o primeiro-ministro Cavaco Silva, em 1994, deu o seu acordo, em nome de Portugal ao estatuto do Instituto de Harmonização no Mercado Interno da União Europeia, com sede em Alicante (Espanha), que consagrou um regime linguístico ainda mais humilhante para Portugal no contexto europeu: inglês, francês, alemão, espanhol e italiano. 

Ficou patente a coerência de Cavaco Silva.

9 comentários:

Anónimo disse...

Só me envergonha, este presidente de não sei de quem!...

Anónimo disse...

Donde: é importante saber-se em quem se vota.

o Jaime S

Anónimo disse...

Quando se aceita isto, quando isto passa praticamente sem comentários, como é que alguém ainda tem coragem de se opor com grande alarido ao acordo ortográfico de 1990?

O que é que menoriza mais a língua portuguesa?

José Quaresma Neto

Anónimo disse...

De Cavaco, o pior PR desde o 25 de Abril, um Thomaz actual, nada disto nos deve surpreender. O homem é um caso perdido, felizmente que nos veremos livres dele - para sempre, depois de Fevereiro 2016. Agora que o PS tenha optado pela abstenção, o que também não surpreende, não deixa de ser chocante, apesar disso. Em boa verdade, o PS continua igual a si mesmo. O mesmo Partido que não é de Esquerda e não quer ser de Direita, embora esteja e sempre tenha estado, próximo dela. E vai continuar a estar.
Mas, Cavaco fez, uma vez mais, um péssimo serviço ao País. Como já tinha feito, de acordo com o que aqui nos recorda. O País entregue aos bichos!
Luís Simões

Anónimo disse...

Caro Chico

Já sabia do façarei e dos cidadões bem como das vacas açorianas a sorrirem de felicidade e da intervenção da Virgem de Fátima com a ajuda da Dona Maria e das cagarras; agora da coerência não. Claro que um suposto PR (de quem tenho vergonha de ele dizer que representa Portugal) que trata assim a nossa Língua Portuguesa não é coerente - é reincidente...

Abç do Leãozão

Anónimo disse...

A necessidade de atacar o PR obriga a coisas cada vez mais rebuscadas. Mas porque cargas de água, o português se imporia, na Europa, a línguas faladas (neste continente), por 60 milhões de pessoas! Mas que importância tem o Português na Europa?!

E quanto a presidentes, melhor fariam em se lembrarem do presidente das lágrimas que, em plena cimeira ibero-americana, na cidade do Porto (!!!), teve de ser chamado à atenção pelo Lula, para falar em português!!!

EGR disse...

Senhor Embaixador: na verdade Cavaco Silva é um modelo de coerencia; tudo começou com a rodagem daquele carro até a Figueira da Foz; desde então nem um pequeno desvio
se pode encontrar no seu percurso politico.
São assim os predestinados!

Anónimo disse...

Um homem que sempre demonstrou não respeitar país em que nasceu.

Tal como ele mesmo disse, os maus políticos expulsam os bons e o estado actual a que chegamos é bem o reflexo da sua chegada à política e da sua maneira de exercer os cargos.

Por ser profundamente inculto e , por isso, sem qualquer ideia de estratégia para o país foi o político que mais marcou e pior fez a Portugal nos últimos 40 anos.

O Lamentável senhor !

Anónimo disse...

Pois é! A esta preciosidade, deu o zé povinho, nada mais. nada menos do que 5 (cinco) eleições. O resto é conversa. O País (Povo), tem o que merece. Parece que nos iremos ver, livres do dito cujo, cacará sanguinolento. Que vá apanhar alfarroba e que leve quem lhe escreve os roteiros.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...