segunda-feira, agosto 17, 2015

A cor do protesto

A maioria da população do Brasil é negra ou "parda" (é este o nome oficial dos mulatos no Brasil). Essas "cores" são também as mais pobres e excluídas na sociedade brasileira.

Por que será que, ao que reporta a imprensa brasileira, praticamente não se vislumbram negros nas manifestações anti-Dilma?

34 comentários:

Paulo Roberto de Almeida disse...

De fato, a maioria da população brasileira é constituída por gente parda, mulata, afrodescendente. É também um fato que 70% da população possui uma educação elementar, e uma educação política muito precária. Normal, nas condições de crise política e econômica que o Brasil vive atualmente seja apenas a minoria educada que se manifeste. Mas as consequências mais graves da crise serão sentidas primeiramente pelos negros, pardos e mulatos. Que conclusão se deve tirar disto? Para mim elas são claríssimas, mas isso eu não preciso dizer para pessoas inteligentes.

Bartolomeu disse...

Será dessa forma, lá pelos Brasis. Por cá, a manifestação conheceu contornos diferentes; decorreu no Largo de Camões, junto ao pedestal da estátua onde o vate, representante maior da Lusitana Lingua-Mãe, de cor parda, graças à oxidação do bronze de que é feita e às cagadelas dos pombos, representou pela sua grandeza a classe popular menos instruída.

Anónimo disse...

Claramente as manifestações estão a ser feitas por uma classe mais instruida. Quer se queira quer não essa classe é predominantemente branca, por outro lado é sabido que o bolsa familia entre outros beneficia mais as pessoas de cor parda e negra como tal acham que devem isso aos governos do PT o que como sabemos é um mau principio. Era preferivel ficarem a dever aos governos do PT uma boa saude e educação do que subsidios de dependência. Mas como se sabe em termos de educação e saude continua a anarquia no Brasil.

Joaquim de Freitas disse...

Os conservadores passaram ao ataque. E não é só no Brasil , mas nos países onde há governos eleitos democraticamente, mas que o capitalismo internacional veria com prazer derrubados. O Chile resta o melhor exemplo.
Na realidade, a direita conservadora nunca aceitou a Dilma. E fará tudo para a fazer cair, por "impeachment" ou outro.
Ah, se o preço do petróleo pudesse magicamente subir de 50% talvez o perigo se afastasse.
O escândalo Petrobas e Lava Jacto presta-se à manobra. O Brasil sempre foi um país de corrupção. O "jeitinho", recordo-me !
E quando a justiça, os media, o Ministério Publico e a Policia se juntam, o poder é imenso.
As inculpações cuidadosamente escolhidas de políticos apresentam um carácter nitidamente de cariz ditatorial. O golpe de Estado não está longe.
Se um Pinochet qualquer chegar ao poder, o retrocesso político, institucional e social do Brasil terminará em tragédia. O Povo, sempre o povo, pagará o preço mais elevado.

Anónimo disse...

O Brasil é assim. Sai de casa faz um panel aço contra a Dilma. Volta para casa e vota na Dilma. Volta a sair de casa e faz um panel aço contra a Dilma. Parece uma anedota de português. E tem a mesma lógica. Os portugueses de que eles contam anedotas são os avós deles.
Fernando Neves

patricio branco disse...

Possivelmente, sabe-se lá, nessas cores reside a maioria dos que actualmente apoiam Dilma (e Lula) logo não iriam às manifestações de protesto. Mas se se veem menos nesas manifestações anti PT e Dilma, pode também perguntar-se porque não convocam manifestações de apoio a Dilma

Jaime Santos disse...

A ideia de que as pessoas simples não dispõem de educação política e perigosa. A ação política radica da ética e do sentido elementar de Justiça, que e coisa que por vezes uma educação universitária ajuda a fazer esquecer (muito do comentário político dito esclarecido pode ser arrumado na categoria 'despachar o óbvio com racionalizações'). Mas talvez o facto de as condições de vida dos mais pobres terem apesar de tudo melhorado de forma significativa durante o reinado do PT, independentemente da corrupção vigente, explique porque essa população agora não se manifeste contra Dilma, e seja sobretudo a classe media que protesta, aquela que se pode dar ao luxo de exigir o respeito pelo Estado de Direito. Isto também nos mostra (e isso e particularmente relevante para Portugal), que num ambiente de extrema degradação económica, a primeira vitima pode mesmo ser o respeito pelas regras (e disso não faltam exemplos por cá)...

Anónimo disse...

Para os fanátic... - perdão! -, para os iluminados como o Freitas, quando as massas de esquerda saem à rua, isso é a democracia em todo o seu esplendor e - já agora - governo para a rua! Mas, se as mesmas massas se manifestarem contra um governo de "esquerda", isso já é uma tentativa de golpe de estado. Patético...

Anónimo disse...

Exigir um estado de direito? Aquilo que se vê nos protestos são apelos a um regresso à ditadura e à prisão indiscriminada de agentes políticos, mesmo que sem culpa formada, por estarem associados a um determinado partido. Coisa curiosa, como se a corrupção brasileira fosse uma invenção do PT e não existisse pré-2000...

Não, o que se prepara por estas bandas é um simples golpe de estado, bem à moda antiga, mascarado de coisa moderna, por supostamente andar a ser convocado por redes sociais...

Joaquim de Freitas disse...

Os tais senhores, proprietários da economia brasileira, que detêm 80% da riqueza nacional, não viram com bons olhos a chegada ao poder dum representante da imensa maioria dos desfavorecidos, dos "laissés pour compte" do capitalismo

Primeiro, porque tinha como objectivo a partilha mais "justa" da riqueza produzida, mesmo se o fez com luvas delicadas e discursos apaziguantes para tranquilizar os que tinham tudo, sem problema. E fez o mínimo. Mas este mínimo era grande porque a miséria era imensa. Foi fácil de conquistar a massa dos votantes. A direita possuidora das riquezas não podia nada contra a democracia.

Só um golpe de Estado pode depor a democracia. Foi o que fez Pinochet, catequizado por Margareth Thatcher e a escola de Chicago.

Porque não havia outro meio para transformar a sociedade brasileira, o PT apoiou-se sobre esta massa para chegar ao poder. E como a melhor educação politica do povo passa pela solução dos seus problemas essenciais, não foi preciso grandes discursos para compreenderem onde se situava o seu interesse.

Um político não passa dum charlatão se pretende com panaceias e remendos de toda a espécie, género subsídios ou caridade indigna, suprimir as misérias sociais, sem causar o mínimo dano ao capital e ao lucro. E a produção é feita com um objectivo de lucro e não de utilidade. E uma empresa, no nosso sistema, não é suposta criar empregos, mas valor.

Quando o Senhor Paulo Roberto de Almeida nos diz que " a maioria da população brasileira é constituída por gente parda, mulata, afro descendente e que 70% da população possui uma educação elementar, e uma educação política muito precária" ,
a consequência, é que a situação não está prestes de melhorar. Os capitalistas controlam inevitavelmente, de uma maneira directa ou indirecta, as principais fontes de informação ('imprensa, rádio, televisão, educação) tornando difícil a esta massa de tirar conclusões objectivas e de fazer uma utilização inteligente dos seus direitos políticos.

Anónimo disse...

Por favor, gentilmente vos peço para que não confundam "Protesto" com "Carnaval".
Os circos estão em extinção. Os palhaços não. E são aos milhares.


(Aos Palhaços legítimos, as minhas desculpas pelo uso do nome. É uma nobre profissão, a qual respeito muito).

Anónimo disse...

Mais um texto do tipo "esquerdoide":

"Quem quer casar com a carochinha".........

Anónimo disse...

É isso ó Freitas! Os gajos são corruptos? Parece que sim. Metem a mão na massa? Parece que sim. O ex era grande amigalhaço que gajos que por cá estão presos por enormes suspeitas de corrupção? Sim! Mas como são da tua esquerdalha, contestá-los é ser fascista!

Anónimo disse...

A coisa está preta, no Brasiu!

alvaro silva disse...

Levaram umas demãos de cal!

Joaquim de Freitas disse...

Há 50 anos já era assim que se preparava a vinda dos militares ao poder no Brasil. A longa noite negra do Brasil começou asim.Há aqui analfabetos , corajosos anónimos, que não leram a História do Brasil.

Há 50 anos, em 19 de março de 1964, era realizada na cidade de São Paulo a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade”. Estima-se que entre 500 mil e 800 mil pessoas partiram às 16h da Praça da República em direção à Praça da Sé, no centro, manifestando-se em resposta ao emblemático comício de João Goulart, seis dias antes, defendendo suas Reformas de Base na Central do Brasil. Passaram à história como as genuínas idealizadoras e promotoras da marcha organizações femininas e mulheres da classe média paulistana. No entanto, por trás deste aparente protagonismo feminino às vésperas do golpe que deu lugar a 21 anos de regime ditatorial, esconde-se um poderoso aparato financeiro e logístico conduzido por civis e militares que tramavam contra Jango. Um detalhe: quase todos eram homens.

Conhecido por influenciar a opinião pública brasileira antes do golpe de 1964, o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, ou Ipês, fundado em 1961 por altos empresários brasileiros, fez muito mais do que imprimir panfletos, editar livros e veicular propaganda para desestabilizar o governo de esquerda do presidente João Goulart. A ação foi bem mais direta do que se pode imaginar: entre 1961 e 1964, período de alta instabilidade política no Brasil, o Ipês atuou energicamente em Brasília, dentro do Congresso Nacional.

Trabalhava como emissário ipesiano um poderoso banqueiro carioca responsável por operacionalizar no coração do Poder Legislativo o pesado lobby do instituto, cujo financiamento era sustentado por doações de grandes empresas brasileiras e multinacionais aqui instaladas. Sua função era clara: coordenar uma rede suprapartidária de parlamentares arregimentados pelo Ipês para barrar os projetos do governo no Congresso. Dessa forma, Jango se veria cada vez mais isolado na cena política nacional, criando um clima de instabilidade que o levaria a radicalizar o discurso e a ação.

Substituir o nome de Goulart por Dilma é fácil.

Reaça disse...

No Brasil dizem que a corrupção ali, teve bons mestres.

Mas claro que ainda demoram muito para chegar ao nível dos mestres.

Os mestres criaram mais bancos, venderam e transacionaram mais bancos em vinte anos, do que o Brasil em 200 anos.

O mestre Alves dos Reis se assistisse às nacionalizações/privatizações e criação de tanto banco em tão pouco tempo, até sentia vergonha por se ter dado a tanto trabalho como teve.

E mais vergonha teria, por ter sido metido na cadeia.

Viva a corrupção tuga.

Anónimo disse...

É curioso, não penso que tenha sido essa a intenção do senhor Embaixador no seu post, mas há aqui quem julgue que a falta generalizada de negros e pardos nas manifs contra a Dilma se deve a falta de instrução… Para além de um imenso paternalismo (nem me atrevo a qualificar de outra forma…) essa apreciação revela, isso sim, ignorância. De facto, a bolsa familia proporcionou uma grande melhoria dos indices de educação da população mais pobre no Brasil. Apesar das muitas falhas, nada como verificar o antes e depois, em termos de literacia, abandono escolar, etc (para quem não sabe ou não quer saber, a bolsa familia é dada sob certas condições). O mesmo para a saúde. Basta verificar a evolução dos indices de mortalidade infantil, por exemplo. Tudo isto é reconhecido pela ONU e publicações internacionais.
Eu, neto de gente pobríssima, que nasceu num tempo em que não havia qualquer protecção social, bolsa familia ou outra coisa, tenho grande dificuldade em aceitar que estas ajudas do governo sejam qualificadas, de forma negativa, como “dependencia”. Quanto aos portugueses, que os há, que assim falam, parecem esquecer-se muitos deles que já nasceram num meio em que essa “dependência”, sobre tantas formas, é garantida. Como eu gostaria que experimentassem o contrário…

Anónimo disse...

Alguns comentários são lodo. Cheiram a fascismo que tresanda! Retrete abaixo com eles. é nisto o que dá termos governos deste tipo, de extrema-direita, a Direita Trauliteiro-Fascista sente-se mais à vontade para dizer disparates e lançar provocações.

Anónimo disse...

Viva 18 de agosto de 2015 às 10:01, viva o comentador do DOPS.

Anónimo disse...

Este Freitas é de um fanatismo doentio.

Reaça disse...

Em que ficamos, seus anónimos anímicos?

Manuel do Edmundo-Filho disse...

Os comentários do inevitável Joaquim Freitas, ele que me desculpe, cheiram a mofo. Já não há pachorra para este tipo de análise.

Quanto ao “post” do nosso caro embaixador, deixou-me perplexo. Percebo onde quer chegar. O silogismo é evidente: a maioria da população do Brasil é negra e socialmente desfavorecida. Nas recentes manifestações não se vislumbraram negros nem mestiços, logo e concluindo, as manifestações não foram da imensa gente desfavorecida e excluída. Dito de outro modo: não era o povo (o verdadeiro, o genuíno) que engrossava aquelas manifestações. E uma interrogação, subliminarmente, emerge: não sendo manifestações do verdadeiro povo, quem era então aquele “povão”? Que objectivos o move?

Chegados a este ponto de interrogação, o Joaquim Freitas tem aquela explicação que se lhe solta visceral e automaticamente: “os tais senhores, proprietários da economia brasileira, que detêm 80% da riqueza nacional, (que) não viram com bons olhos a chegada ao poder dum representante da imensa maioria dos desfavorecidos…”. (Se assim fosse, caro Joaquim, se aquelas centenas de milhar que se manifestaram por todo o Brasil fossem os proprietários de 80% da riqueza do Brasil, poder-se-ia afirmar com grande a segurança que a riqueza no Brasil estava, afinal, bem distribuída).

Mas, e aqui está, caro embaixador, a minha perplexidade: “Alguns acreditavam que já nem a “Copa” poderia amainar esta tempestade, que era o claro produto de uma frustração gerada pela esperança de um salto de qualidade dos instrumentos públicos de apoio à vida coletiva que, afinal, não estava, nem está, ao voltar da esquina. Segurança, saúde, educação, transportes, justiça e outras políticas públicas, se bem que com sensíveis melhorias, medidas à luz do tempo, continuavam bem distantes do tal “primeiro mundo” pelo qual os brasileiros teimam, e bem, em medir o seu percurso histórico.”!

Se a esta “tempestade”, tão bem sintetizada pelo FSC no Observador de 2/10/14, acrescentarmos a alta e inegável corrupção instalada no estado Brasileiro, como o demonstra os casos do “ mensalão” e do “ lava jato”, sobram os motivos para o protesto dos brasileiros (coloridos o não).

Anónimo disse...

O melhor que podia acontecer ao Brasil seria o aparecimento de um Homem como o General Augusto Pinochet.
Vejam como está o Chile,um dos paises mais desenvolvidos do mundo.

Anónimo disse...

Um post com 4 linhas. 24 comentários (alguns bem grandes)... Ele há temas...

o Jaime S

Joaquim de Freitas disse...

O Senhor Manuel do Edmundo-Filho, não precisa de se desculpar, porque sou perfeitamente evitável para aqueles que não me querem ler e para o autor do blogue, o único que pode "evitar" os meus textos.
A minha análise vale o que vale: resultado duma certa experiência do mundo dos negócios, do mercado brasileiro, durante anos, numa empresa de 150 000 colaboradores, francesa, e uma leitura do passado deste país, desde a colonização.
O Senhor tem o direito de "sentir" o mofo da minha análise. Mas eu leio a história.

Quem não constata a enorme disparidade que caracteriza a distribuição das rendas no Brasil? Não será isto uma dívida social imensa a reparar, porque, francamente, mesmo sem cair num humanismo evangelista, não acha que é inaceitável que num país tão rico como o Brasil haja tanta desigualdade e a sociedade seja tão injusta para a maioria, a MAIORIA, dos seus cidadãos?

Quem pode ignorar os esforços de Lula da Silva para reduzir estas desigualdades. Um dos comentadores brasileiros escreve-o. Apesar das reticências e mesmo oposição daqueles que possuem, sim, 80% da riqueza.
Mas apesar destes esforços sócio económicos dos ultimas decénios e visando uma política social mais activa e dirigida para a redistribuição da renda, a desigualdade da sociedade brasileira resta gritante.

O estudo do desenvolvimento do capitalismo nacional, através das raízes, implantadas desde a colonização, a nossa colonização, e a seguinte, é indispensável se se quiser compreender como a nação chegou a esta situação.
Distorções na partilha da riqueza são o resultado duma formação estrutural e institucional do capitalismo brasileiro, e das politicas económicas e sociais adoptadas por uma MINORIA, para proveito próprio.

Ora, a crise ,põe à vista , revela, as fraquezas estruturais dos países semi-coloniais e dependentes. A politica de distribuição justa, as reformas sociais, que não foram feitas durante as vacas gordas, provocam os movimentos sociais que se verificam hoje.

O facto que os países semi coloniais tiveram um desenvolvimento económico relativamente importante durante a época farta é indesmentível.

Mas os mercados ditos emergentes restam estruturalmente muito dependentes do mercado mundial, sobretudo dos países industrializados.

E o que é grave : em vez de desenvolver o mercado interior , com uma políptica de salários mais justa, afim de ser menos sensível aos sobressaltos exteriores, compensando , a política do "tudo "exportação" demonstrou os seus limites.

E já agora, não vale a pena o Senhor Manuel jogar com as palavras : não, os manifestantes actuais não fazem parte dos "senhores da economia", dos 80%, : eles são as vitimas , a pequena classe média, do retorno de manivela da economia, e duma crise previsível. Como em Portugal.

Enfim, o Brasil , apesar dos progressos recentes, resta um país sob desenvolvido em muitos aspectos. Incluindo o flagelo da corrupção ancestral.

Joaquim de Freitas disse...

A pérola da noite:

Anónimo disse...
O melhor que podia acontecer ao Brasil seria o aparecimento de um Homem como o General Augusto Pinochet.
Vejam como está o Chile,um dos paises mais desenvolvidos do mundo.
18 de agosto de 2015 às 18:0

Bastante curioso que este comentador ignore que é uma coligação de esquerda, socialista e mesmo comunista, dirigida por Michelle Bachelet, socialista, filha dum socialista , torturado e assassinado por Pinochet, (assim como Michelle Bachelet e a sua Mãe, igualmente detidas e torturadas), eleita com 63% dos votos, pela segunda vez, que governa o Chile e obteve os bons resultados económicos actuais, graças as reformas estruturais e sociais importantes.

Anónimo disse...

Manuel Edmundo-Filho, o seu texto, tão longo e arrebicado, não responde a uma coisa: é ou não verdade aquilo que diz o senhor Embaixador? Não é, arruma-se a questão. Se é, porquê?
Quanto aos avanços, é uma questão mensurável. Qual a evolução dos índices sociais, a saúde, mortalidade infantil, alfabetização, etc, etc. É que os avanços sociais provocados pelo investimento direto do Estado e pela bolsa família, etc, são amplamente reconhecidos, por instituições internacionais, imprensa, etc. Obviamente, num pais em que durante tantos anos pouco se investiu na melhoria das condições de vida da população, falta ainda fazer muito, é um trabalho para décadas. É óbvio que está ainda longe do primeiro mundo. É isso que se exige ao atual e anteriores governos do PT? Uma Noruega tropical em vinte anos?

Anónimo disse...

Um dia destes um tipo fica com uma cãibra no dedo só de fazer "page down". Refiro-me, obviamente, ao abuso de espaço que são os comentários do Freitas. Que alguém por perto o pique com uma agulha, por favor. Pode ser que estoure.

Anónimo disse...

O Fernando Henrique Cardoso - esse grande fascista! -, também já pediu à Dilma para sair de cena.

Manuel do Edmundo-Filho disse...

Vou ser claro: se eu fosse brasileiro teria votado Lula da Silva. São inegáveis os esforços do Lula no combate às gritantes desigualdades sociais. E foi com o progresso alcançado neste campo que cimentou a sua credibilidade quer interna, quer externa, e, com o aumento da procura interna gerado por esse progresso, deu à economia brasileira uma outra robustez atraindo, assim, maior investimento estrangeiro. Com Lula, o Brasil grangeou uma importância e um respeito internacionais que nunca antes tivera. Estamos conversados. Ponto.

E para ser mais claro ainda, cá, voto PS.

O Joaquim Freitas acaba por me dar razão quando diz que os manifestantes actuais pertencem à classe média e são também elas vítimas da actual crise e, acrescento eu, da incapacidade do actual governo da Dilma encontrar uma saída.

A minha questão é simples: da mesma forma que eu não julgo da justeza de um comentário consoante a cor (quer da pele, quer política) de quem o profere, também não julgo a justeza de um protesto pela cor de quem protesta.

"É ou não verdade aquilo que diz o senhor Embaixador?", pergunta o anónimo das 22:46? Eu respondo. É verdade: "praticamente não se vislumbram negros nas manifestações anti-Dilma".

E o que tem a ver isso com a justeza (ou não) das manifestações?

Anónimo disse...

"E o que tem a ver isso com a justeza (ou não) das manifestações?"
Nada. Fica-se na mesma sem se saber se são justas, se não são justas. Obviamente, terão as suas razões os manifestantes que lá estiveram, sejam elas quais forem. Mas não se pode negar que isso dá um retrato do Brasil e, por mais incómodo que seja, continua a ser necessário responder à questão, que é simples: porque não estavam lá os mais pobres? porque foi também tão fraca, já agora, a adesão do nordeste à manifestação?

Manuel do Edmundo-Filho disse...

A questão colocada assim, "por que não estavam lá os mais pobres?", tem toda a acuidade. Mas não foi assim que o nosso Embaixador, pessoa que muito prezo pela sua inegável capacidade de análise, pela forma elegante e apurada como escreve (invejo-o, neste campo) e pela sensatez dos seus pontos de vista (que quase sempre acompanho, como é o caso, agora, do “post” sobre o turismo), e, já agora, por ser meu conterrâneo, e que faz o favor de nos abrir as suas portas, a colocou.

E esta questão está por responder, embora a resposta me pareça óbvia: porque os mais desfavorecidos – e bem – não esquecem o esforço gigantesco que o PT/Lula fez para diminuir as desigualdades que os excluíram das condições mínimas de sobrevivência. Sentem-se mais protegidos pelas políticas sociais do PT do que pelo liberalismo da oposição de direita.

Mas não se esqueça que é a classe média e média baixa que é o alicerce das democracias. E foram essas que engrossaram as manifestações. Como, aliás, aqui o fizeram quando este governo quis reduzir a TSU paga pelas empresas e, em contrapartida, aumentar a contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social. Também, aqui,não foram os mais desfavorecidos que foram para a rua (esses já nem força aníma têm para se manifestarem). Não deixou por isso de ser uma manifestação justíssima e oportuna.

Seja aonde for, contra que governo for, quando centenas de milhar de pessoas saem à rua, alguma profunda razão há-de haver.

Anónimo disse...

Santo com pés de barro ...
O que mudou no Brasil com o Lula da Silva? O PT, seus comparsas e o Lula esses sim, mudaram, e mudaram muito (financeiramente falando), para melhor, graças à roubalheira que "nunca antes neste país" se tinha visto.
Desgraçadamente um dia, num tempo muito remoto, cheguei a acreditar que Lula/PT pudessem dar novos e bons rumos à sociedade brasileira. Desgraçadamente enganei-me.
Lula/PT não se tornaram diferentes, não. Eles sempre foram assim ... sempre!

I incompetência tem perdão. A boçalidade também.

A desonestidade, a falta de respeito para com um povo que nessa corja depositou a sua confiança, a pilhagem, a mentira, essas não. São imperdoáveis.

Prisão! Que se fala Justiça!

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...